Pe. Gregório Lutz,
Nos encontros com pais e padrinhos que se preparam para o
batismo de crianças, eu costumo fazer, como se faz também no início da
celebração do sacramento, a pergunta: Por que vocês querem que seus filhos e
afilhados sejam batizados? As respostas que recebo, são as mais diversas:
Queremos que nosso filho seja cristão; ou: não queremos que fique pagão, ou: a
criança não batizada fica facilmente doente; os outros filhos nossos são todos
batizados; é costume dos católicos batizar as crianças; o batismo apaga o
pecado original; no batismo nos tornamos filhos de Deus; recebemos a vida
eterna.
Todas estas respostas e muitas outras possíveis dizem algo que é certo, embora cada uma aponte uma finalidade ou um efeito mais ou menos central e essencial do batismo. Quem nos pode melhor dizer o que Deus nos dá no batismo, é a Sagrada Escritura do Novo Testamento.
Jesus mesmo fala de novo nascimento da água e do
Espírito. São Paulo diz que o batismo é um morrer e ser sepultado do velho
homem, do homem do pecado, para ressuscitar do banho batismal um homem novo que
vive no Espírito, que nos é dado no batismo. O batismo nos dá, portanto, uma
nova vida. Uma outra imagem que São Paulo usa, é a do Corpo de Cristo, que é a
Igreja. Pelo batismo nos tornamos membros deste corpo, da Igreja. Na primeira
carta de São Pedro lemos que os batizados formam um edifício espiritual, que
eles são um sacerdócio régio, para oferecer sacrifícios espirituais. Todos
estes textos bíblicos nos dizem que o batismo não é apenas um rito
externo, mas que nele acontece e é levada a efeito a nossa salvação.
Devemos também lembrar que o batismo não é um rito mágico que produz automaticamente um efeito espiritual. Ele supõe a fé, é, como todos os sete sacramentos, um sacramento de fé. Quando no Novo Testamento se fala de batismo, pensa-se normalmente em batismo de pessoas adultas, que se converteram ao cristianismo e aderiram a Cristo, que lhes foi anunciado. Mas já no tempo dos apóstolos deve ter havido batismos também de crianças pequenas, por exemplo, quando toda uma casa ou família foi batizada. Em séculos posteriores o batismo de crianças tornou-se sempre mais comum. Mas então os pais eram pessoas de fé, e supunha-se que eles transmitissem sua fé a seus filhos e filhas. Ao passo que um adulto é batizado, quando já tem fé, nas crianças que foram batizadas pequenas, ela deve ser despertada e alimentada depois do batismo. Assim, em todo caso, o batismo é sempre sacramento da fé, da fé em Jesus Cristo e na Santíssima Trindade, em cujo nome fomos batizados, para sermos novas criaturas, filhos e filhas do Pai do céu, irmãos e irmãs de Jesus Cristo e templos do Espírito Santo.
Perguntas para reflexão pessoal ou em grupos:
1. Você que é pai ou mãe, padrinho ou madrinha: por que
quis (quer) batizar seu filho(a), afilhado(a)?
2. Esta sua motivação estava fundamentada em textos da
Bíblia? Em quais?
3. Por que o batismo é sempre sacramento da fé? Por que o
batismo de adultos?
4. Por que batizamos crianças?
Fonte: http://www.cnbb.org.br/site/comissoes-episcopais/liturgia Formação_liturgica_em_mutirão_III_ficha_29
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