A fé e a
designação Nossa Senhora dos Navegantes, tem início no século XV, com a
navegação dos europeus, especialmente com os portugueses. As pessoas que
viajavam pelo mar pediam proteção a Nossa Senhora para retornarem aos seus
lares. Maria era vista como protetora das tempestades e demais perigos que o
mar e os rios ofereciam.
Nossa
Senhora dos Navegantes é também conhecida pelo nome de Nossa Senhora das
Candeias, Nossa Senhora da Boa Viagem, Nossa Senhora da Boa Esperança e Nossa
Senhora da Esperança.
A devoção à
Senhora dos Navegantes chegou a Porto Alegre em 1869, trazida pelo clero baiano
da comitiva do Bispo Dom Sebastião Dias Laranjeira, e sua imagem foi
encomendada ao escultor João Fonseca Lapa, da Vila Nova de Gaia, Portugal,
pelos portugueses João José de Farias, Joaquim Assunção, Antônio Campos e
Francisco Lemos Pinto.
A imagem foi
primeiramente instalada na Capela do Bom Fim em 1871, sendo então benta, mas
logo em seguida foi levada em procissão até a Capela do Menino Deus, onde ficou
por alguns anos até a construção do seu templo próprio.
Em 21 de
janeiro de 1875 Margarida Teixeira de Paiva doou um terreno, no fim do Caminho
Novo, hoje a Rua Voluntários da Pátria, para construção do primeiro templo
dedicado à Senhora dos Navegantes. Poucos dias depois, uma provisão episcopal
autorizou a construção de uma capela, que foi erguida em madeira.
Contudo, de
início os portugueses proprietários da imagem não consentiram com a sua remoção
da Capela do Menino Deus, e ela passou para os cuidados da Igreja de Nossa
Senhora do Rosário, até que houve um acordo e, então, a imagem foi levada em
procissão fluvial à sua nova casa. Esta primeira capela foi destruída pelo fogo
e, em 1896, foi erguida outra no mesmo lugar, já de alvenaria e, no ano
seguinte, foi promovida a sede do curato. Esta segunda capela também foi
consumida pelas chamas em 21 de dezembro de 1910, junto com a antiga imagem da
padroeira e os arquivos eclesiásticos, salvando-se apenas o cálice da comunhão
e o bastão do juiz.
Novamente a
comunidade reergueu o local de culto, agora ampliado, terminado em 1912 e
inaugurado solenemente em 23 de março de 1913, com uma estátua da Virgem feita
à semelhança da que se perdera no incêndio, também obra de João A. Lapa.
Em 28 de
junho de 1919 o curato foi elevado à paróquia. Em 1935 o templo passou por
obras de ampliação, adicionando-se naves laterais e reformando-se a decoração,
com as obras sendo concluídas em 1945. Em agosto de 2004 o piso foi restaurado.
O edifício
tem um estilo neogótico simplificado, com torre única centralizada e duas naves
laterais com uma série de arcobotantes, pequenos pináculos e pilastras
destacadas no exterior. Sobre a porta de entrada existe um baixo-relevo com a
imagem da Santa salvando náufragos.
No interior
as três naves são decoradas com simplicidade, destacando-se, porém um grande
crucifixo à esquerda da entrada, o gracioso coro, a bela série de vitrais com
figuras diversas nas janelas e a imagem da Padroeira no altar-mor, que é um
fino exemplar de escultura sacra.
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