Texto extraído do livro "Caminhando
com Jesus"
Série A Palavra na Vida 182/183.
Série A Palavra na Vida 182/183.
Autores: Carlos Mesters e Mercedes Lopes.
CEBI Publicações.
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Mais informações: vendas@cebi.org.br
SITUANDO
Marcos
apresenta o crescimento do conflito vivido por Jesus e o mistério de Deus que
envolvia sua pessoa. Agora, chegando ao fim, a narração entra numa curva.
Começa a aparecer uma nova paisagem. O texto que meditaremos nessa e na próxima
semana tem duas partes distintas, como os dois pratos da balança. A primeira
descreve como o povo de Nazaré se fecha frente a Jesus (Mc 6,1-6) e a segunda
descreve como Jesus se abre para o povo da Galiléia enviando os discípulos em
missão (Mc 6,7-13).
No
tempo em que Marcos escreveu o seu evangelho, as comunidades cristãs viviam uma
situação difícil, sem horizonte. Humanamente falando, não havia futuro para
elas. A descrição do conflito que Jesus viveu em Nazaré é do envio dos
discípulos, que alargava a missão, despertava nelas a criatividade. Pois para
quem crê em Jesus não pode haver uma situação sem horizonte.
COMENTANDO
Marcos 6,1-3: Reação do Povo de Nazaré frente a Jesus
É
sempre bom voltar para a terra da gente. Após longa ausência, Jesus também
voltou e, como de costume, no dia de sábado, foi para a reunião da comunidade.
Jesus não era coordenador, mesmo assim ele tomou a palavra. Sinal de que as
pessoas podiam participar e expressar sua opinião. Mas o povo não gostou das
palavras dele e ficou escandalizado. Jesus, um moço que eles conheciam desde
criança, como é que ele agora ficou tão diferente? O povo de Cafarnaum tinha
aceitado o ensinamento de Jesus (Mc 1,22), mas o povo de Nazaré se escandalizou
e não aceitou. Motivo? "Esse não é o carpinteiro, filho de Maria?"
Eles não aceitaram o mistério de Deus presente num homem comum como eles! Para
poder falar de Deus ele teria que ser diferente deles!
Como
se vê, nem tudo foi bem-sucedido. As pessoas que deveriam ser as primeiras a
aceitar a Boa Nova, estas são as que se recusam a aceitá-la. O conflito não é
só com os de fora de casa, mas também com os parentes e com o povo de Nazaré.
Eles recusam, porque não conseguem entender o mistério que envolve a
pessoa de Jesus: "De onde vem tudo isso? Onde foi que arranjou tanta
sabedoria? Ele não é o carpinteiro, o filho de Maria, irmão de Tiago, de Joset,
de Judas e de Simão? E suas irmãs não moram aqui conosco?" Não deram conta
de crer.
Marcos 6,4-6a: Reação de Jesus diante da atitude do povo de Nazaré
Jesus
sabe muito bem que "santa de casa não faz milagre". Ele diz: "Um
profeta só não é estimado em sua própria pátria, entre seus parentes e em sua
família!" De fato, onde não existe aceitação nem fé, a gente não pode
fazer nada. O preconceito o impede. Jesus, mesmo querendo, não pôde fazer nada.
Ele ficou admirado da falta de fé deles.
ALARGANDO
A expressão "Irmãos de Jesus"
Essa
expressão é causa de polêmica entre católicos e protestantes. Os protestantes
dizem que Jesus teve mais irmãos e irmãs e que Maria teve mais filhos! Os
católicos dizem que Maria não teve outros filhos. O que pensar disso?
Em
primeiro lugar, as duas posições, tanto dos católicos como dos protestantes,
ambas têm argumentos tirados da Bíblia e da Tradição das suas respectivas
Igrejas. Por isso, não convém brigar nem discutir esta questão com argumentos
só de cabeça, pois trata-se de convicções profundas, que têm a ver com a fé e
com o sentimento de ambos. Argumento só de cabeça não consegue desfazer uma
convicção do coração! Apenas irrita e afasta! Mesmo quando não concordo com a
opinião do outro, devo sempre respeitá-la.
Em
segundo lugar, em vez de brigar em torno de textos, nós todos, católicos e
protestantes, deveríamos nos unir bem mais para lutar em defesa da vida, criada
por Deus, vida tão desfigurada pela pobreza, pela injustiça, pela falta de fé.
CEBI - Centro de
Estudos Bíblicos
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