domingo, 30 de outubro de 2011

As aparências enganam - Jesus condena a incoerência - Mateus 23,1-12

por CEBI
O evangelho de domingo (30/10/11) é o texto de Mateus 23,1 a 12, do qual faz parte a longa crítica de Jesus contra os escribas e fariseus (Mt 23,1-39). O presente artigo conduz à reflexão de que, o importante ao meditar estes textos, é descobrir que Jesus condena a incoerência e falta de sinceridade no relacionamento nosso com Deus e com o próximo. Ele está falando contra a hipocrisia de ontem e de hoje!

1 Situando

1. O texto deste Círculo faz parte da longa crítica de Jesus contra os escribas e fariseus (Mt 23,1-39) com que Mateus encerra a parte narrativa dos capítulos 19 a 23. Lucas e Marcos têm apenas alguns trechos desta crítica contra as lideranças religiosas da época. Só o Evangelho de Mateus traz o discurso todo. Este texto tão severo contra os escribas e fariseus deixa entrever como era violenta a polêmica das comunidades de Mateus com as sinagogas daquela região.

2. Hoje, ao ler e comentar estes textos fortemente antifarisaicas devemos tomar muito cuidado para não sermos injustos com o povo judeu. Nós cristãos, durante séculos, tivemos atitudes antijudaicas e, por isso mesmo, anticristãs. O que importa ao meditar estes textos é descobrir o seu objetivo: Jesus condena a incoerência e falta de sinceridade no relacionamento nosso com Deus e com o próximo. Ele está falando contra a hipocrisia de ontem e de hoje!

2 Comentando

1 Mateus 23,1-3: O erro básico: dizem mas não fazem
Jesus se dirige à multidão e aos discípulos. Faz uma crítica aos escribas e fariseus. O motivo do ataque é a incoerência entre a palavra e a prática. Jesus reconhece a autoridade e o conhecimento dos escribas. "Estão sentados na cátedra de Moisés. Por isso, observai o que eles mandam! Mas não imitai suas ações, pois dizem, mas não fazem!"

2.Mateus 23,4-7: O erro básico se manifesta de várias maneiras
Os escribas impõem leis pesadas ao povo. Eles conhecem as leis, mas não as praticam, nem usam o seu conhecimento para aliviar a carga nos ombros do povo. Fazem tudo para serem vistos e elogiados, usam roupas especiais de oração, gostam dos lugares de honra e das saudações em praça pública. Querem ser chamados de "Senhor Doutor!" Eles representam um tipo de comunidade que mantém, legitima e alimenta as diferenças de classe e de posição social. Legitima os privilégios dos grandes e a posição inferior dos pequenos. Ora, se há uma coisa de que Jesus não gosta é de fachada e de aparências que enganam.

3. Mateus 23,8-12: Como combater o erro básico
Como deve ser uma comunidade cristã? Todas as funções comunitárias devem ser assumidas como um serviço: "O maior entre você será aquele que serve!" A ninguém devem chamar de Senhor Doutor (Rabino), nem de Pai, nem de Guia. Pois a comunidade de Jesus deve manter, legitimar e alimentar não as diferenças, mas sim a fraternidade. Esta é a lei básica: "Vocês todos são irmãos e irmãs!" A fraternidade nasce da "experiência de que Deus é Pai, o que faz de todos nós irmãos e irmãs. "Aquele que se exaltar será humilhado, e aquele que se humilhar será exaltado!"

3 Alargando

1. O grupo dos fariseus
O grupo dos fariseus nasceu no século II antes de Cristo com a proposta de uma observância mais perfeita da Lei de Deus, sobretudo das prescrições de pureza. Eles eram mais abertos às novidades do que os saduceus. Por exemplo, aceitavam a fé na ressurreição e a fé nos anjos, coisa que os saduceus não aceitavam. A vida dos fariseus era um testemunho exemplar: rezavam e estudavam a lei durante oito horas por dia, trabalhavam durante oito horas para poder sobreviver, faziam descanso e lazer durante oito horas. Por isso, tinham grande liderança junto do povo. De fato, eles tinham um excelente trabalho popular e ajudaram o povo a conservar sua identidade e a não se perder, ao longo dos séculos.

2. A mentalidade chamada farisaica
Com o tempo, porém, os fariseus se agarraram ao poder e já não escutavam os apelos do povo nem deixavam o povo falar. A palavra "fariseu" significa "separado". A observância deles era tão estrita e rigorosa, que eles se distanciavam do comum do povo. Por isso, eram chamados de "separados". Daí nasceu a expressão "mentalidade farisaica". É de pessoas que pensam poder conquistar a justiça através de uma observância estrita e rigorosa da Lei de Deus. Geralmente, são pessoas medrosas, que não têm coragem de assumir o risco da liberdade e da responsabilidade. Elas se escondem atrás das leis e das autoridades. Quando estas pessoas alcançam uma função de mando, tornam-se duras e insensíveis para esconder a sua imperfeição.

3. Rabino, Guia, Mestre, Pai
São os quatro títulos que Jesus proíbe a gente de usar. Hoje, na igreja, os sacerdotes são chamados de "pai" (padre). Muitos estudam nas universidades da igreja e conquistam o título de "Doutor" (mestre). Muita gente faz direção espiritual e se aconselha com pessoas que são chamadas "Diretor espiritual" (guia). O que importa é que se tenha em conta o motivo que levou Jesus a proibir o uso destes títulos. Se forem usados para a pessoa se firmar numa posição de autoridade e de poder, ela estará errada e cai debaixo da crítica de Jesus. Se forem usados para alimentar e aprofundar a fraternidade e o serviço, não caem debaixo da crítica de Jesus.

Texto extraído do livro "Travessia: Quero Misericórdia e não Sacrifício. Círculos Bíblicos sobre o Evangelho de Mateus".
De Carlos Mesters, Mercedes Lopes e Francisco Orofino.


terça-feira, 25 de outubro de 2011

02 Emanuel

Fórum da Ação Social da Arquidiocese de Porto Alegre

Concluído na tarde da terça-feira, dia 25 de outubro, o Fórum da Ação Social da Arquidiocese de Porto Alegre apresentou ao público uma carta-compromisso. O documento é fruto dos debates feitos nos painéis temáticos realizados ao longo do dia, e que contou com a interação do público presente. A carta firma-se como uma convocação para que todos/as possam agir conjuntamente, sendo “uma presença permanente da Igreja nas discussões, na definição, na gestão e na execução das políticas públicas”. 



Veja a íntegra do documento:
Fórum da Ação Social
Arquidiocese de Porto Alegre
Comissão dos 100 Anos de Solidariedade

Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul
________________________________________________________________

CARTA COMPROMISSO


A Igreja Católica da Arquidiocese de Porto Alegre, convocada pelo Arcebispo Dom Dadeus Grings, reunida no “Fórum da Ação Social – As Políticas Públicas e a Igreja Católica”, promovido pela Comissão dos Cem Anos de Solidariedade da Arquidiocese, congregando paróquias, comunidades e entidades religiosas, com a participação de diversas organizações da Igreja, ligadas à Assistência Social, leigos engajados e pessoas de boa vontade.

Com a contribuição de autoridades religiosas, civis e políticas as discussões apontaram para a necessidade de uma presença permanente da Igreja nas discussões, na definição, na gestão e na execução das políticas públicas. Os posicionamentos apresentados convocam para uma ação mais corajosa e competente na esfera pública não estatal.

O Fórum apontou também o compromisso de dar continuidade às atividades deste Fórum, realizando no futuro eventos, que sejam desdobramentos necessários para o aprofundamento e aprimoramento, principalmente nos seguintes pontos:

1) Superar a ambivalência em assumir uma efetiva e evangélica opção pelos pobres, uma vez que o serviço da caridade está na essência do ser da Igreja, como a pregação do Evangelho e a celebração dos sacramentos;

2) Buscar uma melhor qualificação das organizações através dos documentos e registros necessários para uma maior eficácia e efetividade das ações da Igreja, superando o amadorismo e o empirismo, desenvolvendo um trabalho social com competência e mística;

3) Participar na construção da cidadania, gestionando junto ao Poder Público para que promova as políticas sociais públicas estabelecidas na Constituição Federal como um direito do cidadão e dever do Estado;

4) Participar dos Conselhos das políticas sociais, órgãos formuladores, deliberativos e paritários, desenvolvendo desta forma o controle social dos programas governamentais;

5) Apropriar-se da proposta, aprovação e execução das Leis Orçamentárias para que as políticas sociais públicas tenham dotações orçamentárias dignas e suficientes para a sua efetiva realização;

6) Promover a democracia participativa nas finanças públicas, através do uso dos incentivos fiscais, considerando-os não como um privilégio ou favor e sim um direito constitucional;

7) Ter consciência de que as organizações desenvolvem um serviço público não estatal e portanto são merecedoras do devido incentivo, valorização e reconhecimento;

8) Assegurar o empenho da Igreja para que as Políticas públicas sejam transformadas em ações permanente, superando os períodos de mudanças de governo com criação de oportunidades e a defesa dos direitos com ações concretas de promoção humana;

9) Transformar as políticas de Estado e não somente políticas de Governo com aprovação de projetos pela Assembleia Legislativa;

10) Assegurar a presença da Igreja nos Conselhos e Órgãos de representação para contribuir na formulação e na gestão das políticas públicas;

11) Aproveitar a legitimidade da Igreja para mobilizar a sociedade e exigir do poder público a implementação de políticas que beneficiem os setores mais vulneráveis;

12) Mobilizar, ampliar e fortalecer a articulação interna e externa para garantir nos orçamentos municipal, estadual e federal os recursos necessários a viabilizar o atendimento aos direitos fundamentais da população vulnerabilizada;

13) Aprofundar o conhecimento da legislação da Assistência Social, transformando esse conhecimento em alavancas para o avanço na articulação e força na organização, de modo que as políticas públicas deixem de ser apenas uma boa intenção e se tornem efetivas e eficazes;

14) Qualificar os nossos agentes para atuarem nas diversas instâncias do controle social, de modo que a participação possa se dar de modo cada vez mais consciente na construção das políticas públicas;

15) Frente aos novos e complexos problemas sociais do século XXI, a Igreja deve desenvolver, em conjunto com outras organizações da sociedade civil e governos, iniciativas pioneiras e vanguardistas à luz do pensamento social cristão.

Porto Alegre (RS), 25 de outubro de 2011.

Postado por Magnus Regis - Jornalista PASCOM
Em 25 de outubro de 2011, às 16h 57min
pascom@arquidiocesepoa.org.br

Oração da Serenidade - Pe. Reginaldo Manzotti

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

PASTORAL DA SAÚDE (por Sandra Bergamin)



A Pastoral da Saúde do Vicariato de Canoas está se preparando para
a Campanha da Fraternidade de 2012.

Quanto a vocês irmãos, não se cansem de fazer o bem” (2Ts3,13)

Convidamos para participar do II Encontro da Pastoral da Saúde do Vicariato de Canoas.

Tema: Dicas para manter a Saúde do Corpo e do Espírito.

Dia: 28/10/2011

Horário: Das 09h30min às 16h

Onde: Salão Paroquial São Luiz Gonzaga Canoas

Inscrições na Secretaria da Paróquia (vagas limitadas)

P.S. Não teremos taxa de inscrição, apenas uma contribuição espontânea no dia do evento para auxiliar nas despesas; Refeições incluídas; reservas até 26/10.

PROGRAMAÇÃO:

9:30 – Acolhida, inscrições e lanche.

10:00 – Abertura Frei Adelar José Antonini, Coordenador da Pastoral da Saúde do Vicariato de Canoas. Espiritualidade (2 Tim 3,14).

10:20 – Palestra: Organizando a Campanha da Fraternidade 2012 – Que a Saúde se Difunda sobre a Terra (CF.Eclo 38,8):Diácono Antônio Alves igreja N. Sra. Auxiliadora Porto Alegre.

11:20 – Preparando nosso almoço, com ervas medicinais, aromáticas e condimentares: Profª Ana Maria Balbinot e a Nutricionista Eloisa Possebon Gazzo.

12:20 – Almoço – Quem quiser almoçar, deverá fazer a reserva até dia 26 de outubro.

13:00 – Sobremesa.

13:30 – Palestra: Alimentando o espírito do Agente da Pastoral da Saúde: Irmã Elise Sehnem Centro Educacional São Camilo.

14:30 – Preparo do nosso lanche com cereais, sementes e grãos.

15: 20 – Lanche

15:40 – Encaminhamentos , avaliação, encerramento.

Bênção do Lar - Pe. Reginaldo Manzotti

domingo, 23 de outubro de 2011

Qual é o maior mandamento da Lei? (Mateus 22,34-40)

Ildo Bohn Gass

Ampliar imagem
A comunidade de Mateus apresenta Jesus ensinando o maior mandamento em um contexto no qual os fariseus novamente o procuram, a fim de pô-lo à prova (Mateus 22,35). Assim já haviam feito ao armarem, junto com os herodianos, uma cilada em torno do pagamento dos impostos ao império romano, para apanhá-lo por alguma palavra (Mateus 22,15).  Tanto os representantes da religião oficial (fariseus), bem como os do império (herodianos), já haviam se dado conta de quanto era perigoso para seus sistemas o jeito de Jesus propor o Reino do Pai. Ainda mais, depois que ele também fechara a boca dos saduceus (Mateus 22,34). Os saduceus eram o partido judaico mais poderoso naquele momento, uma vez que aglutinava os que controlavam a religião a partir do templo (sacerdotes) e os que detinham o poder sobre o comércio em Jerusalém (anciãos). O projeto do Reino de Deus é revolucionário a todos os sistemas, seja aos de ontem, seja aos de hoje, grandes ou pequenos, dentro ou fora de nós. 
Desta vez, os fariseus partem para cima de Jesus com uma nova armadilha: Mestre, qual é o maior mandamento da Lei? (Mateus 22,36). Então, Jesus faz a memória da centralidade do amor em toda Lei. Dessa forma, ao colocar no centro o amor a Deus e ao próximo, Jesus torna relativas todas as leis e as tradições. Elas somente estão conforme a vontade de Deus, caso tiverem como motivação primeira o amor. Assim, Jesus acusa os fariseus de traírem o projeto de Deus ao colocarem a letra acima do espírito da Lei. Incomodados pela acusação de Jesus, eles ficaram sem resposta e silenciaram. Porém, novamente se reuniram. Seria para preparar outra cilada? (Mateus 22,41). No entanto, agora é Jesus quem passa a desmascará-los, fazendo perguntas (Mateus 22,42) e acusações fortes contra os fariseus, incluindo também os doutores da Lei, os escribas (Mateus 23,1-36). Desse modo, ninguém podia responder-lhe nada. E a partir daquele dia, ninguém se atreveu a interrogá-lo (Mateus 22,46).

Jesus faz memória da Lei a fim de relativizá-la

Em que parte das Escrituras Jesus busca o espírito da Lei, o princípio do amor? Para o primeiro mandamento, ele recorre a um dos livros da Lei judaica, o Deuteronômio (6,4-5): Amarás ao Senhor, teu Deus... É um amor intenso, isto é, com todo o nosso ser: coraçãoalmaforça vital e mente.
 O segundo, ele o encontra em outro escrito do Pentateuco, o livro do Levítico (19,18): Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Também é um amor profundo, pois é amar o próximo tanto quanto amamos a nós próprios. Segundo Mateus 7,12, Jesus diz o mesmo em outras palavras: Tudo que desejais que as pessoas vos façam, fazei vós a elas. Pois esta é a Lei e os Profetas. Amar intensamente a Deus e o próximo é acolher de coração. É cuidar com corpo e com alma. É escutar com mente aberta. É solidariedade, força de vida...
O amor é o centro da vida nutrida em Deus, pois Deus é amor (1ª carta de João 4,8.16). Se andamos no caminho de Deus, vivemos o amor que gera vida, pois toda a Lei se resume neste único mandamento: ‘amarás o teu próximo como a ti mesmo'(Gálatas 5,14; Romanos 13,9). Portanto, o amor é o cumprimento perfeito da Lei(Romanos 13,10). Ao dizer que toda Lei e os Profetas dependem desses dois mandamentos (Mateus 22,40), Jesus torna todas as Escrituras relativas em relação ao amor. Somente este é absoluto.
 Os judeus mais piedosos haviam relacionado todas as leis do Pentateuco. Chegaram a catalogar 613 leis. Dessas, 365 eram proibições como, por exemplo, não matarás(Êxodo 20,13). E 248 eram leis afirmativas como lembra-te de santificar o dia de sábado(Êxodo 20,8). Uma quantidade tão grande de leis era difícil para o povo cumprir. De um lado, por não saber ler e, por isso, não conhecer toda a Lei em seus detalhes. De outro, por não ter, na luta pela sobrevivência diária, condições de cumprir a Lei em todos os seus pormenores.
 Segundo uma informação que encontramos no evangelho segundo João (7,47-49), os fariseus diziam que essa corja que ignora a Lei, são uns amaldiçoados. Isso revela que, para esses fariseus, as pessoas que não conhecem a Lei e, em consequência, não a cumprem são amaldiçoadas por Deus. E essa era a situação da maioria do povo pobre daquele tempo. Apenas uma minoria se considerava abençoada por Deus pelo fato de saber e cumprir a Lei, bem como as tradições orais sobre o puro e o impuro. Ao dar valor relativo às inúmeras prescrições e ao colocar como único princípio o amor, Jesus abre a possibilidade aos pobres de também fazerem parte das bênçãos do Reino. Segundo os fariseus, por não conhecerem a Lei, estavam fora dessas bênçãos de Deus. Somente eles achavam ter esse privilégio. Dessa forma, Jesus derruba os muros que impediam o acesso dos pobres ao Reino. E mais, alegra-se porque são justamente eles os que acolheram a Boa Nova, enquanto os que se achavam sábios e entendidos, porém, prisioneiros de inúmeras regrinhas, se fecharam ao projeto de Deus (Mateus 11,25). Assim, diante da dificuldade para cumprir tantas leis, Jesus propõe um caminho alternativo, o caminho do amor.

Caminhemos pela estrada do amor

O caminho do amor é um novo jeito de caminhar, é uma nova prática. Sua vivência não é algo abstrato, teórico, mas é um amor bem concreto. Antes de procurar um próximo para amar, importa tornar-se próximo através da solidariedade. É isso que a comunidade de Lucas nos quer lembrar ao acrescentar ao mandamento do amor a parábola do samaritano misericordioso (Lucas 10,29-37). Ou como recorda a comunidade de Mateus, ao insistir na prática da misericórdia: Vinde, benditos de meu Pai, recebei por herança o Reino preparado para vós desde a criação do mundo. Pois tive fome e me destes de comer. Tive sede e me destes de beber. Era sem teto e me acolhestes. Estive nu e me vestistes, doente e me visitastes, preso e viestes ver-me(Mateus 25,34-36).
 A comunidade de João, diferentemente de Mateus, Marcos e Lucas, não separa em dois o mandamento de Jesus. Vai mais fundo e identifica o amor a Deus com o amor ao próximo: Amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros (João 13,34; 15,12.17). Se alguém disser: ‘amo a Deus', mas odeia o seu irmão, é mentiroso; pois quem não ama o seu irmão a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê (1ª carta de João 4,20).

Ó Deus de ternura e de bondade,diante da crise em que os sistemas deste mundo se encontram,permite-nos que teu amor nos conduzana superação de todas as estruturas de morteque ameaçam a vida no planeta e do planeta. Amém!

Ildo Bohn Gass é autor da Série Uma Introdução à Bílblia e coautor de O Pão nosso de cada dia dá-nos hoje.

Tudo por Jesus, nada sem Maria - Diácono Nelsinho

sábado, 22 de outubro de 2011

O Verdadeiro Amor

Um senhor de idade chegou a um consultório médico para fazer um curativo em sua mão onde havia um profundo corte.

E muito apressado pediu urgência no atendimento pois tinha um compromisso.

O médico que o atendia curioso perguntou o que tinha de tão urgente para fazer.

O simpático velhinho lhe disse que todas as manhãs ia visitar sua esposa que estava em um abrigo para idosos com mal de alzhaimer muito avançado.

O médico muito preocupado com o atraso do atendimento disse:

Então hoje ela ficará muito preocupada com sua demora?

No que o senhor respondeu:

Não ela já não sabe quem eu sou. Faz cinco anos que não me reconhece mais.

O médico então questionou:

Mas então para que tanta pressa e necessidade em estar com ela todas as manhãs se ela já não o reconhece mais?

O velhinho então deu um sorriso e batendo de leve no ombro do médico respondeu:

Ela não sabe quem eu sou...Mas eu sei muito bem quem ela é!

O médico teve que segurar suas lágrimas enquanto pensava....

É esse o tipo de Amor que quero para minha vida.

O verdadeiro AMOR não se resume ao físico nem ao romântico.

O verdadeiro AMOR é aceitação de tudo que o outro é...

De tudo que foi um dia...

Do que será amanhã...

O casamento

Minha felicidade depende desta pessoa com a qual me encontrei

Os noivos vêm à Igreja para se casar diante de Deus e da comunidade cristã, pois sentiram que esse amor que nascia se oferecia como uma promessa de felicidade.
Foi tão profunda a experiência de amor, que o casal decidiu fazer com que durasse para sempre. 

Então, cada um diz a si mesmo: "Minha felicidade depende desta pessoa extraordinária com a qual me encontrei. Percebo que sem ela eu não posso crescer, não posso ser feliz; necessito dela. Por isso quero unir minha vida a dela.

Iniciam o caminho do matrimônio, cheios de esperança. Mas o que significa o sacramento do matrimônio para a história de amor que estão vivendo?

Penso que a grande maioria dos casamentos cristãos não tem muito claro esse significado. 

Existe muito de costume, de rotina e até de pressão familiar nisso. Muitos crêem que o casamento não é mais que uma simples bênção do próprio amor – assim como se abençoa um automóvel ou uma medalhinha – para que Deus os proteja e não lhes suceda nenhum mal.

Eu sei que esse não é o conceito que vocês têm deste sacramento, porque o verdadeiro sentido do matrimônio cristão é que, através dele, o Senhor faz algo com o amor, modificando-o. Deus o faz diferente do que era quando entraram na Igreja.

Algo semelhante aconteceu na Última Ceia, quando o Senhor transformou o pão em Seu Corpo. O pão continuou parecendo pão, mas já não o era, mas sinal de que lá está o Corpo de Cristo.

A mesma coisa faz o Senhor com o amor no dia do casamento. Deus toma o amor dos noivos e o transforma em sinal e em presença de Seu próprio amor divino.


O amor continua sendo o mesmo, mas ao mesmo tempo é mais, assim como a hóstia consagrada é mais do que pão. O amor do casal recebe a missão de ser sinal e reflexo do amor de Deus entre os homens.

No sacramento do matrimônio, os noivos vão aceitar essa missão. Vão dizer ao Senhor: "Sim, aceito que meu amor se transforme em reflexo do Seu".
Quero amar meu cônjuge não segundo meus desejos, mas tratar de amá-lo como o Senhor ama a Igreja, como Ele ama a humanidade inteira, como ama cada ser humano.

No profundo de seu coração, eles dirão um ao outro: "Eu o aceito como a pessoa por meio da qual Cristo vai se aproximar de mim. Eu sei que o Senhor se aproxima de mim através de muitas coisas, de muitas pessoas e acontecimentos, mas, ao me casar com você, eu o aceito como o grande caminho pelo qual Cristo vai se aproximar de mim".

Cada um se aceita e se doa ao outro como lugar privilegiado de encontro com o Senhor. Cada um se transforma para o outro em santuário vivo, onde encontra Cristo. O rosto da esposa e do marido se transformam no rosto de Cristo: rosto cheio de amor, de ternura, de generosidade, entrega e fidelidade. Por isso, Deus os chama a se transformar em sinais permanentes de amor em sacramentos vivos.

O importante da cerimônia do casamento não é o vestido da noiva nem a quantidade de convidados, mas o encontro profundo com o Deus do amor.

No livro do Apocalipse e na tradição cristã há uma imagem muito bonita, que é a imagem de Cristo como sol. Sabemos que o sol é a fonte de luz, de calor e de vida.
Jesus é nosso sol, porque Seu amor ilumina, esquenta e vivifica nossa existência. E isso significa o quê? Cada um há de ser Sol de Cristo para o outro: dar-lhe luz, calor e a vida que necessita para crescer.

Vocês se casam, porque cada um descobriu que o outro era seu sol; porque o encontro com o outro o fez sentir feliz, seguro, aceito. Então, decidiram se casar para seguir sendo sol do outro, para continuar doando, mutuamente, essa luz.

Queridos irmãos, peço a Deus e a Santíssima Virgem, Mãe do amor bonito, que cada um seja Cristo para o outro, seja sol de Cristo para o outro.

Pe. Nicolás Schwizer
Movimento apostólico Shoenstatt

Quando a Gente encontra Deus - Padre Zezinho

domingo, 16 de outubro de 2011

Formação e ensaio de cantos para o tempo de Advento e Natal

Especial para as EQUIPES DE MÚSICA das paróquias e comunidades


A Pastoral Litúrgica do Vicariato de Porto Alegre


promoverá dia 22/10 /2011, próximo sábado, das 8h30m até as 11h30m,



no CENTRO DE PASTORAL, na Praça Mons. Emílio Lottermann, nº 96
Bairro Floresta - Porto Alegre - RS - ( Atrás da Igreja São pedro)


Formação Litúrgica e Ensaio de Cantos para o tempo de Advento e Natal


Assessor Padre Luciano Manssullo
Liturgista e pároco do Santuário Nossa Senhora Aparecida e Grupo Tabor



Tua Família

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

AS BODAS DE CANÁ - Jo 2,1-12

“O episódio de Caná é uma espécie de resumo daquilo que vai acontecer através de toda a atividade de Jesus: com sua palavra e ação, Jesus transforma as relações dos homens com Deus e dos homens entre si” (BÍBLIA, Pastoral. 2006, p.1293).

O Evangelho de João foi escrito nos anos 90 e define teologicamente quem é Jesus. Mostra o que os outros Evangelhos não tinham dito. É menos histórico e muito mais teológico do que os sinóticos. A divindade de Jesus é inquestionável. É um Evangelho espiritual, uma montagem teológica, que acontece em duas semanas.

João pega o que tem da velha aliança e dá o vinho da nova e eterna aliança que acontecerá na hora da cruz (sangue e água). Em Caná, Jesus manifestou a sua glória ao transformar a água em vinho, e os seus discípulos creram nele. João nunca usa a palavra milagre, ele usa sinal. Sinal não é um simples milagre; sinal é um gesto do Senhor Jesus, carregado de sentido profundo, que revela sua pessoa, sua missão e sua obra de salvação.

É no sexto dia de João, que a nova humanidade, a humanidade em Cristo, começa a aparecer. Assim como o Pai só descansou no sétimo dia, quando tinha terminado tudo, Jesus só descansará quando terminar tudo (Jo 19,30).

As bodas em Caná acontecem no 6º dia, da primeira semana, é o início dos sinais no evangelho de João e o primeiro sinal (Jo 2,1-12) é o casamento em Caná. Todos os outros sinais acontecem dentro de um sexto dia simbólico.

O primeiro sinal realizado por Jesus acontece no sexto dia da semana. De fato, a expressão “no terceiro dia” (2,1) significa “três dias após o quarto dia”, isto é, o sexto dia. De acordo com Gênesis 1,26-31, nesse dia Deus criou a humanidade. Portanto, o primeiro sinal realizado por Jesus mostra o surgimento da nova humanidade, ou seja, o grupo daqueles que aderem a Jesus pela fé. Todos os outros sinais que Jesus realizará no evangelho de João acontecem dentro desse “sexto dia” (BORTOLINI, 2008, p.32).

As bodas representam a substituição da aliança antiga (2,1); as talhas de “pedra” para a purificação representam a Lei (2,6) (MATEOS; BARRETO, 1999, p.15), transformam a lei dos judeus em graça. A palavra “Caná” significa “adquirir”. Jesus vai adquirir para si um povo com o qual realizará a nova aliança. Maria representa a parte da antiga aliança que não está contente com a religião petrificada pelas 613 leis. Aqui surge a nova humanidade, formada pelos que dão sua adesão a Jesus pela fé.

Não sabemos o nome dos noivos. O que sabemos é que havia uma festa de casamento num lugarejo pobre e esquecido, situado na parte montanhosa da Galiléia, chamado Caná. Os noivos são pobres, pois se fossem ricos, provavelmente, não faltaria o vinho. Quem aparece em primeiro plano é “a mãe de Jesus”. O evangelista João não fala seu nome: - “Maria”, como fazem os outros evangelistas, mas utiliza outros dois termos, tais como: “a mãe de Jesus” e “mulher”. Ela abre o cenário desta narrativa. Ela abre o caminho para que Jesus possa realizar o primeiro sinal. O evangelista João diz que Jesus e seus discípulos foram convidados para esta festa, porém não diz o mesmo de Maria, pelo contrário; afirma que “a mãe de Jesus estava lá” (BROWN, 1975, p.34).

São João inicia seu evangelho narrando, dia após dia, a primeira semana do ministério público de Jesus. Com isso ele já quer transmitir uma idéia importante: Jesus vem para recriar todas as coisas. A sua ação recapitula a ação do Pai ao criar tudo. Depois, o Evangelista monta a narração de tal modo a terminar esta semana inaugural com a expressão “terceiro dia”, que tem um sentido claro: é o Dia da Ressurreição! “No Terceiro dia houve um casamento”... de Cristo com a Igreja: Narrando as bodas de Caná o Evangelista está pensando na ressurreição, quando Cristo desposou sua Igreja.

É interessante também observar que o texto inicia com a ordem: a Mãe de Jesus, Jesus e seus discípulos. Ao final, veremos que esta ordem será invertida: Jesus, sua Mãe, seus irmãos e seus discípulos.

O vinho que faltou no casamento tem um significado importante. O casamento é símbolo da aliança de Deus com Israel: O vinho é símbolo da alegria messiânica, símbolo também do Espírito Santo, é como se a Mãe de Jesus olhasse toda a antiga aliança, todo o povo de Israel, a quem o Senhor desposou pela aliança do Sinal, e dissesse: “Eles não têm mais vinho”. Isto é, falta-lhes o Espírito; a antiga aliança esgotou-se pelas infidelidades de Israel. Deus tinha prometido que, com a vinda do Messias seria selada uma nova aliança com Israel e o povo de Deus, é este vinho que falta a Israel, o vinho bom e novo do Espírito, que somente o Messias pode trazer.

A “hora”, a qual se refere na resposta a sua mãe, é a hora da morte e ressurreição, hora da glória, que somente aparecerá de modo claro ao final, na Páscoa. Nesta hora, a Mãe de Jesus estará novamente presente (BROWN, 1975, p.34). “A “hora” de Jesus é a hora de sua glorificação, de sua volta à direita do Pai” (BÍBLIA de Jerusalém. 2008, p.1847).

Importante também é a referência às talhas de pedra: elas serviam para os ritos de purificação da religião judaica. Vão perder a utilidade pois, com a ressurreição, a nova aliança chegará e os velhos ritos do Antigo Testamento estarão superados. Elas transbordarão não mais a água da Lei de Moisés, mas o vinho novo do Espírito Santo, dom pascal do Ressuscitado à sua Igreja.

As medidas das talhas são um exagero, mas aqui, João quer aludir ao dom do Espírito, derramado em abundância. É este o “bom vinho”, vinho do Espírito, que Deus guardou para o final da festa, para a nova aliança! Esta idéia da abundância do Espírito, que é sem medida, aparece também no fato de encherem as talhas “até à borda” (BROWN, 2006, p.204).

Os participantes da festa não conheciam o verdadeiro vinho, aquele que Jesus daria gratuitamente. É só por meio de Jesus que obterão o vinho novo, que se opõe ao vinho velho, que é a “lei dos judeus”, já ultrapassada. Jesus muda a água destinada à purificação dos judeus. Esta água desaparece para dar lugar ao vinho novo. Os ritos judaicos já não têm nenhum valor para a liberdade do povo e devem desaparecer. Jesus chegou nesta festa de casamento de uma forma discreta, se misturando com os demais convidados. A atenção dos convidados, voltada para os noivos, aos poucos, se volta para a pessoa de Jesus. A presença de Jesus vai pôr em movimento a cena e a festa pode assim continuar. Todos podem permanecer na festa.

Agora Maria se dirige aos serventes. Temos aqui a segunda palavra de Maria no evangelho de João. Aqui ela dá uma ordem. É um imperativo e uma determinação: - “Fazei tudo o que ele vos disser”. Ela nos coloca de novo voltados para seu Filho Jesus. É preciso olhar para ele. Escutá-lo atentamente. Por em prática aquilo que ele nos pede. É preciso abertura às suas propostas novas (BORTOLINI, 2008, p.33).

Jesus chegou nesta festa de casamento de uma forma discreta, se misturando com os demais convidados. A atenção dos convidados, voltada para os noivos, aos poucos, se volta para a pessoa de Jesus. A presença de Jesus vai pôr em movimento a cena e a festa pode assim continuar.

Maria, como boa mãe, conhece perfeitamente o valor da resposta de seu Filho, que para nós poderia resultar ambígua ("que queres de mim, mulher?"), e não duvida que Jesus fará algo para resolver o apuro daquela família. Por isso indica de modo tão direto aos serventes que façam o que Jesus lhes disser, indicando a importância da docilidade no cumprimento da Vontade de Deus, mesmo nos pequenos pormenores.

Maria vai ao encontro de Jesus. Não pede nada. Apenas apresenta o fato. Faz uma afirmação plena de fé, que parece mais um pedido confiante do que comunicar o que se passa na festa. Jesus fica sabendo o que está acontecendo. Um pequeno diálogo se estabelece entre os dois. A necessidade é urgente. O problema precisa de uma solução imediata.

“O versículo final define o fato: é o primeiro sinal, portanto deve ser lido como cabeça de uma série; é manifestação da glória de Jesus” (BÍBLIA do Peregrino. 2005, p.248).

REFERÊNCIAS


BÍBLIA, N.T. Evangelho segundo são João. Português. Bíblia Sagrada: edição Pastoral. Trad. STORNIOLO, Ivo; BALANCIN, Euclides Martins. 59ª impressão. São Paulo: Paulus, 2006.


BÍBLIA, N.T. Evangelho segundo são João. Português. Bíblia de Jerusalém. Trad. ZAMITH, Joaquim de Arruda. 5ª impressão. São Paulo: Paulus, 2008.


BÍBLIA, N.T. Evangelho segundo João. Português. Bíblia do Peregrino. Trad. SCHÖKEL, Luís Alonso. 2ª edição. São Paulo: Paulus, 2005.


BORTOLINI, José. Como ler o Evangelho de João: O caminho da vida. 8. ed. São Paulo: Paulus, 2008.


BROWN, Raymond E. Evangelho de João e Epístolas. São Paulo: Edições Paulinas, 1975.


BROWN, Raymond E. A Comunidade do Discípulo Amado. 5. ed. São Paulo: Paulus, 2006.


MATEOS, Juan; BARRETO, Juan. O Evangelho de são João. 2. ed. São Paulo: Paulus, 1999.


QUEIROZ, Antônio Celso de. Tua Palavra é vida: Seguir Jesus: os Evangelhos. 5. ed. São Paulo: Loyola, 1997.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

VIRGEM MÃE APARECIDA - cantora JOANNA

Nossa Senhora da Conceição Aparecida


A história de Nossa Senhora da Conceição Aparecida tem seu início pelos meados de 1717, quando chegou a notícia de que o Conde de Assumar, D.Pedro de Almeida e Portugal, Governador da Província de São Paulo e Minas Gerais, iria passar pela Vila de Guaratinguetá, a caminho de Vila Rica, hoje cidade de Ouro Preto - MG.

Convocado pela Câmara de Guaratinguetá, os pescadores Domingos Garcia, Filipe Pedroso e João Alves saíram à procura de peixes no Rio Paraíba. Desceram o rio e nada conseguiram. Depois de muitas tentativas sem sucesso, chegaram ao Porto Itaguaçu.

João Alves lançou a rede nas águas e apanhou o corpo de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição sem a cabeça. Lançou novamente a rede e apanhou a cabeça da mesma imagem. Daí em diante os peixes chegaram em abundância para os três humildes pescadores.

Durante 15 anos seguidos, a imagem ficou com a família de Felipe Pedroso, que a levou para casa, onde as pessoas da vizinhança se reuniam para rezar. A devoção foi crescendo no meio do povo e muitas graças foram alcançadas por aqueles que rezavam diante a imagem.

A fama dos poderes extraordinários de Nossa Senhora foi se espalhando pelas regiões do Brasil. A família construiu um oratório, que logo se tornou pequeno. Por volta de 1734, o Vigário de Guaratinguetá construiu uma Capela no alto do Morro dos Coqueiros, aberta à visitação pública em 26 de julho de 1745. Mas o número de fiéis aumentava, e, em 1834 foi iniciada a construção de uma igreja maior (atual Basílica Velha).

No ano de 1894, chegou a Aparecida um grupo de padres e irmãos da Congregação dos Missionários Redentoristas, para trabalhar no atendimento aos romeiros que acorriam aos pés da Virgem Maria para rezar com a Senhora "Aparecida" das águas.

A 8 de setembro de 1904, a Imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi coroada, solenemente, por D. José Camargo Barros. No dia 29 de Abril de 1908, a igreja recebeu o título de Basílica Menor.

Vinte anos depois, a 17 de dezembro de 1928, a vila que se formara ao redor da igreja no alto do Morro dos Coqueiros tornou-se Município. E, em 1929, nossa Senhora foi proclamada RAINHA DO BRASIL E SUA PADROEIRA OFICIAL, por determinação do Papa Pio XI.

Com o passar do tempo, a devoção a Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi crescendo e o número de romeiros foi aumentando cada vez mais. A primeira Basílica tornou-se pequena.

Era necessária a construção de outro templo, bem maior, que pudesse acomodar tantos romeiros. Por iniciativa dos missionários Redentoristas e dos Senhores Bispos, teve início em 11 de Novembro de 1955 a construção de uma outra igreja, atual Basílica Nova.

Em 1980, ainda em construção, foi consagrada pelo Papa João Paulo ll e recebeu o título de Basílica Menor. Em 1984, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) declarou oficialmente a Basílica de Aparecida: Santuário Nacional; "maior Santuário Mariano do mundo".


A pesca milagrosa

A Câmara Administrativa de Guaratinguetá decidiu e pronto. A época não era favorável à pescaria, mas os pescadores que se virassem. O Conde tinha que provar do peixe do rio Paraíba.

E a convocação foi lida em toda a redondeza. João Alves, Domingos Garcia e Felipe Pedroso, moradores de Itaguaçu, pegaram seus barcos, suas redes e se lançaram na difícil tarefa. Remaram a noite toda sem nada pescar.
No Porto de Itaguaçu, lançaram mais uma vez as redes. João Alves sentiu que a sua rede pesava. Serão peixes? Puxou-a. Não. Não eram peixes. Era o corpo de uma imagem. Mas ... e a cabeça, onde estava? Guardou o achado no fundo do barco. Continuaram tentando achar peixes.

De repente, na rede do mesmo pescador, uma cabeça enegrecida de imagem. João Alves pegou o corpo do fundo do barco e aproximou-o da cabeça. Justinhos. Aquilo só podia ser milagre. Benzeram-se e enrolaram os pedaços num pano. Continuaram a pescaria. Agora os peixes sabiam direitinho o endereço de suas redes. E foram tantos que temeram pela fragilidade dos barcos...


O milagre das velas

Depois que chegaram da pescaria onde encontrou a Senhora, Felipe Pedroso levou a imagem para sua casa conservando-a durante 5 anos.

Quando de sua mudança para o bairro da Ponte Alta deu a imagem a seu filho Athanásio Pedroso que morava no Porto de Itaguaçu bem perto de onde seu pai Felipe Pedroso, João Alves e Domingos Garcia haviam encontrado a imagem.

Athanásio fez um altar de madeira e colocou a Imagem Milagrosa da Senhora Aparecida. Aos sábados seus vizinhos se reuniam para rezar um terço em sua devoção. Em certa ocasião, ao rezar o terço, 2 velas se apagaram no altar de Nossa Senhora, o que era muito estranho, pois aquela noite estava muito calma e não havia motivo para o acontecimento.

Silvana da Rocha, que no dia acompanhava o terço, quis acender as velas, porém, as mesmas se acenderam sem que ninguém as tocasse, como um perfeito milagre. Desta data em diante a Imagem Milagrosa de Nossa Senhora Aparecida deixou de pertencer à família de Felipe Pedroso para ficar pertencendo a todos nós, devotos da Santa Milagrosa.

 

terça-feira, 11 de outubro de 2011

CELEBRAÇÕES NA AUSÊNCIA DO PRESBÍTERO

Escrito por Pe. Rhawy Chagas Ramos
Secretário-Geral da Sociedade Brasileira de Canonistas.

No Brasil a maioria do povo fiel, em milhares de comunidades, que não contam ordinariamente com o presbítero, através da Palavra celebram o mistério de Cristo em suas vidas. E sendo a Palavra de per si, depois dos sacramentos, o modo mais importante de celebrar, temos mais um motivo para refletir sobre esta forma de celebração, como o vem fazendo, aliás, a própria Sé Apostólica em nível universal.

A partir do dia de Pentecostes a Igreja não mais deixou de reunir-se em assembléia, no Dia do Senhor, para celebrar o mistério pascal de Jesus pela proclamação da Palavra e a Fração do Pão. A Celebração Eucarística, portanto, é a celebração mais plena e mais apropriada do dia do Senhor.

O surgimento rápido de inúmeras comunidades eclesiais, ultrapassando a capacidade de atendimento dos presbíteros, leva o Povo de Deus a reencontrar no tesouro da tradição litúrgica da Igreja a celebração da Palavra para alimento de sua fé, de sua comunhão e de seu compromisso.

Nesta celebração da Palavra, o Cristo se faz verdadeiramente presente, pois é ele mesmo que fala quando se lêem, na Igreja, as Sagradas Escrituras. Além de sua presença na Eucaristia, eventualmente distribuída, está também, na assembléia, pois prometeu estar entre os seus que se reúnem em seu nome (cf. Mt 18,20).

É nesta celebração que muitas de nossas comunidades encontram o alimento de sua vida cristã. Formadas por gente simples, em luta pela sobrevivência e mais abertas à solidariedade, estas comunidades espontaneamente unem a escritura à vida e, criativamente, integram preciosos elementos da religiosidade popular.

Contudo, não confundimos nunca estas celebrações com a Eucaristia.  Missa é Missa. Celebração da Palavra, mesmo com a distribuição da Comunhão, não deve levar o povo a pensar que se trata do Sacrifício da Missa. É errado por exemplo, apresentar as oferendas, proclamar a Oração Eucarística, rezar o Cordeiro de Deus e dar a bênção própria dos ministros ordenados.

A Celebração da Palavra tem seus próprios valores nos vários elementos que a integram:

- reunião dos fiéis para manifestar a Igreja;

- proclamação e atualização da Palavra que a faz transformadora;

- preces, hinos, cantos de louvor e agradecimento, que são a resposta orante dos fiéis;

- saudação da paz, ofertas de bens e, quando houver, Comunhão eucarística que, a um tempo, expressam a solidariedade eclesial e o compromisso de transformar o mundo.

A coordenação desses elementos exige um serviço de presidência. Os diáconos são os primeiros encarregados de dirigir esta celebração. Entretanto, quando não houver diácono ou ministro instituído, todo cristão leigo, homem e mulher, por força de seu Batismo e Confirmação, assume legitimamente este serviço.  Recomenda-se que os encarregados desta atividade sejam apresentados à comunidade em celebrações especial para tornar mais evidente a comunhão eclesial. Seja feita esta designação por um período determinado de tempo.

Assim presidida, a celebração se desenvolve num ritmo, que exprime bem o diálogo entre Deus e a assembléia:

- Na Liturgia da Palavra, proclamada e explicada, o Senhor fala da salvação ao seu povo, que responde professando a fé, pedindo perdão, suplicando, louvando e bendizendo.

- A ação de graças é um ponto alto, porque a grande resposta ao Deus que se faz Salvador é o homem e a mulher agradecendo. Por ela se louva e se bendiz a Deus por seu grande amor. Um hino, um canto, uma oração litânica podem exprimi-la após a Oração dos fiéis, da Comunhão ou final da celebração.

- Pela comunhão eucarística, a assembléia exprime e realiza aí íntima união com Cristo e com a Igreja.

- Pelos Ritos de conclusão, os fiéis que tomaram consciência de que são enviados, assumem o compromisso da sua missão a serviço do Reino na vida concreta.

Finalmente, não podemos esquecer que a celebração da Palavra tem uma ampla dimensão educativa, levando o povo à sadia criatividade, à valorização dos ministérios, ao compromisso com o Reino e ao amor à Eucaristia, como expressão da plena comunhão eclesial.

Fonte:http://www.infosbc.org.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=2285:celebracoes-na-ausencia-do-prebitero&catid=64:liturgia&Itemid=82

Porque Ele Vive

sábado, 8 de outubro de 2011

Sacramento da Comunhão - Jesus fonte de Misericórdia

Evangelho Mt 22,1-14

«Ide às encruzilhadas dos caminhos e convidai para a festa todos os que encontrardes»


Hoje, Jesus nos mostra o rei (o Pai), convidando —por meio de seus “servos” (os profetas), ao banquete da aliança de seu Filho com a humanidade (a salvação). O fez primeiro com Israel, «mas estes não quiseram vir» (Mt 22,3). Diante da negação, o Pai não deixa de insistir: «Já preparei o banquete, (...) e tudo está pronto. Vinde para a festa!» (v.4). Mas esse desdém, de escárnio e morte de seus servos, suscita o envio das tropas, a morte daqueles homicidas e a queima da “sua” cidade (cf. Mt 22,6-7): Jerusalém.


Assim, por outros “servos”, (apóstolos) —enviados a irem pelas «encruzilhadas dos caminhos» (Mt 22,9). «Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações e batizai-os...» dirá mais tarde o Senhor Jesus em Mt 28,19— é que fomos convidados, o resto da humanidade, quer dizer, «todos os que encontraram, maus e bons. E a sala da festa ficou cheia de convidados» (Mt 22,10): A Igreja. Mesmo assim, a questão, não é somente estar na sala do casamento pelo convite, mas tem a ver também, e muito, com a dignidade que se tem («traje de festa» cf. v. 12). São Jerônimo comentou ao respeito: «Os trajes da festa são preceitos do Senhor e as obras cumpridas segundo a Lei e o Evangelho que são as vestiduras do homem novo». Ou seja, as obras da caridade devem ser acompanhadas pela fé.



Sabemos que a Madre Tereza, todas as noites, saía às ruas de Calcutá a recolher moribundos para dar-lhes, com amor, uma boa morte: limpos, bem vestidos e, se era possível, batizados. Certa vez comentou: «Não tenho medo de morrer, porque quando esteja diante do Pai, haverá tantos pobres que lhe entreguei com os trajes de casamento que saberão defender-me» Bem aventurada ela! —Aprendamos, nós, a lição.


Comentário: P. Julio César RAMOS González SDB (Salta, Argentina)