Dando
prosseguimento aos trabalhos do Encontro de Estudo e Debate das
Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE), que
acontece na Casa de Retiros Assunção, em Brasília (DF), promovido pela
Conferência Nacional dos Bispos dos Brasil (CNBB), hoje foi a vez dos
teólogos padre Joel Portella Amado e padre Agenor Brighenti destacarem,
capítulo por capítulo, o Documento 94 da CNBB, que são as DGAE.
Segundo o padre Joel Portella, a sociedade atual não vive mais num tempo
de cristandade. “O que temos que entender é que a sociedade pós-moderna
vive um tempo diferente da realidade da Igreja. Não vivemos mais o
tempo da cristandade. Devemos ir ao encontro dessa sociedade, que se
torna cada dia mais individualista. Por isso a importância das novas
Diretrizes”, destacou, explicando os três primeiros capítulos do
Documento.
As Diretrizes apontam cinco “urgências da ação evangelizadora” (Igreja
em estado permanente de Missão; Igreja: casa da iniciação à vida cristã;
Igreja: lugar de animação bíblica da vida e da pastoral; Igreja:
comunidade de comunidades e Igreja a serviço da vida plena para todos).
Segundo o padre Joel, estas urgência podem ser caracterizadas como
“urgências urgentíssimas” para a Igreja nos próximos anos.
“As cinco urgências são como engrenagens de um relógio. Todas se
complementam e fazem girar a máquina, portanto, devem ser todas
trabalhadas, e não escolher uma e achar que está tudo resolvido. As
Diretrizes devem ser encaradas e tratadas como base, alicerce para a
Igreja pós-cristandade”, disse o teólogo.
Ainda de acordo com padre Joel, todos devem voltar-se mais para a
Palavra de Deus para compreender melhor as Diretrizes. “Voltar à fonte
não é novidade, mas sim, voltar para uma melhor compreensão do que
vivemos. Isso é, para mim, imprescindível. Só com esse resgate da
Palavra, conseguiremos ultrapassar a barreira do nosso entendimento da
Palavra de Deus”.
O teólogo padre Agenor Brighenti destacou a importância das Diretrizes e
pontuou, sinteticamente, cada uma das cinco urgências no que diz
respeito às perspectivas de ação. Ele explicou que as Diretrizes indicam
caminhos, princípios norteadores e urgências “irrenunciáveis”.
“A Igreja no Brasil clama pela superação de uma fé restrita a práticas
religiosas fragmentadas, feita de adesões parciais e participação
ocasional. As DGAE podem ajudar a superar o medíocre pragmatismo da vida
cotidiana da Igreja, no qual, aparentemente, tudo procede com
normalidade, mas, na verdade, a fé vai se desgastando e degenerando em
mesquinhez”, afirmou o padre Agenor.
O padre Agenor Brighenti completou explicando algumas características que marcam a
sociedade global, atualmente. “Características marcantes de nosso tempo
são mudanças profundas, de caráter global, atingindo tudo e a todos. A
crise de referenciais se sentido, critérios de juízo, de valores, deixa
as pessoas estressadas e desnorteadas. Daí o surgimento, de um lado, do
relativismo e, do outro, do fundamentalismo, bem como de um laicismo
militante. Há uma mercantilização de todas as relações, incluídas as
relações humanas, familiares e sociais, até a própria religião”.
O evento, que reúne 40 participantes, entre assessores da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e secretários executivos dos
Regionais, acontece na Casa de Retiros Assunção, termina hoje.
Do site da CNBB - http://www.cnbbsul1.org.br/index.php?link=news/read.php&id=6305
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