CONFERÊNCIA
NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL
49ª Assembléia
Geral
Aparecida-SP, 04
a13 de maio de 2011
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49ª AG (Doc)
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NOTA DA CNBB A RESPEITO DA DECISÃO DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL QUANTO À UNIÃO
ENTRE PESSOAS DO MESMO SEXO
Nós, Bispos
do Brasil em Assembleia Geral, nos dias 4 a 13 de maio, reunidos na casa da
nossa Mãe, Nossa Senhora Aparecida, dirigimo-nos a todos os fiéis e pessoas de
boa vontade para reafirmar o princípio da instituição familiar e esclarecer a
respeito da união estável entre pessoas do mesmo sexo. Saudamos todas as
famílias do nosso País e as encorajamos a viver fiel e alegremente a sua
missão. Tão grande é a importância da família, que toda a sociedade tem nela a
sua base vital. Por isso é possível fazer do mundo uma grande família.
A diferença
sexual é originária e não mero produto de uma opção cultural. O matrimônio
natural entre o homem e a mulher bem como a família monogâmica constituem um
princípio fundamental do Direito Natural. As Sagradas Escrituras, por sua vez,
revelam que Deus criou o homem e a mulher à sua imagem e semelhança e os
destinou a ser uma só carne (cf. Gn 1,27; 2,24). Assim, a família é o âmbito adequado para a
plena realização humana, o desenvolvimento das diversas gerações e constitui o
maior bem das pessoas.
As pessoas
que sentem atração sexual exclusiva ou predominante pelo mesmo sexo são merecedoras
de respeito e consideração. Repudiamos todo tipo de discriminação e violência
que fere sua dignidade de pessoa humana (cf. Catecismo da Igreja Católica, nn. 2357-2358).
As uniões
estáveis entre pessoas do mesmo sexo recebem agora em nosso País reconhecimento do Estado. Tais uniões não podem
ser equiparadas à família, que se fundamenta no consentimento matrimonial, na
complementaridade e na reciprocidade entre um homem e uma mulher, abertos à procriação
e educação dos filhos. Equiparar as uniões entre pessoas do mesmo sexo à
família descaracteriza a sua identidade e ameaça a estabilidade da mesma. É um
fato real que a família é um recurso humano e social incomparável, além de ser também
uma grande benfeitora da humanidade. Ela favorece a integração de todas as
gerações, dá amparo aos doentes e idosos, socorre os desempregados e pessoas
portadoras de deficiência. Portanto têm o direito de ser valorizada e protegida
pelo Estado.
É atribuição
do Congresso Nacional propor e votar leis, cabendo ao governo garanti-las. Preocupa-nos
ver os poderes constituídos ultrapassarem os limites de sua competência, como aconteceu
com a recente decisão do Supremo Tribunal Federal. Não é a primeira vez que no
Brasil acontecem conflitos dessa natureza que comprometem a ética na política.
A instituição
familiar corresponde ao desígnio de Deus e é tão fundamental para a pessoa que
o Senhor elevou o Matrimônio à dignidade de Sacramento. Assim, motivados pelo
Documento de Aparecida, propomo-nos a renovar o nosso empenho por uma Pastoral
Familiar intensa e vigorosa.
Jesus Cristo
Ressuscitado, fonte de Vida e Senhor da história, que nasceu, cresceu e viveu na
Sagrada Família de Nazaré, pela intercessão da Virgem Maria e de São José, seu
esposo, ilumine o povo brasileiro e seus governantes no compromisso pela
promoção e defesa da família.
Aparecida
(SP), 11 de maio de 2011
Dom Geraldo
Lyrio Rocha
Arcebispo de
Mariana – MG
Presidente da
CNBB
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Dom Luiz Soares
Vieira
Arcebispo de
Manaus – AM
Vice-Presidente
da CNBB
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Dom Dimas Lara
Barbosa
Arcebispo
nomeado para Campo Grande – MS
Secretário Geral
da CNBB
Fonte: http://www.cnbb.org.br/site/component/docman/cat_view/406-49o-assembleia-geral
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