A
Ascensão é o fim do tempo de Jesus: Aquele que veio do Pai retorna
para o Pai.
A
Ascensão é também o começo do tempo da Igreja: os discípulos irão receber a
força do Espírito que os impelirá até as extremidades da Terra.
Chegamos
hoje ao fim dos quarenta dias misteriosos nos quais Jesus, a uma só vez
presente e inaccessível, preparou os discípulos para o tempo em que vai ser
necessário crer sem ver. A Ressurreição foi, de fato, um salto na vida de Deus e
a Ascensão só fez revelar uma realidade que estava já aí. Quando os discípulos
puderam ter como evidente que Jesus havia atravessado a morte, não
necessariamente podiam compreender que esta vida nova que O animava já não era
mais a mesma de antes da Paixão. Vão ter agora que aceitar esperar a volta do Cristo.
Quantas parábolas nos falam do mestre que se ausenta, confiando a casa aos seus
empregados! Mas, mesmo se para os nossos sentidos corporais Jesus não
esteja mais aqui, não é por isso que estamos sós. Fomos habitados por seu Espírito e
assumidos na unidade de um só corpo com múltiplos membros: “É
bom para vós que eu parta” dizia Jesus, em João 16,7. E
em 17,11: “Já não estou no mundo, mas eles estão no
mundo, enquanto eu vou para ti. Pai santo (...) para que sejam Um assim
como nós somos Um.” Por isso Lucas termina o
seu relato dizendo que os discípulos “voltaram para Jerusalém com
grande alegria”. Esta é a nossa situação atual. Não
temos contato com Jesus, nem visual nem auditivo, exceto através das
Escrituras, e, no entanto, Ele está aqui, mais perto e mais íntimo a nós do que
no tempo de sua vida “terrestre”.
A
reflexão é de Marcel Domergue, sacerdote jesuíta francês, publicada no site
Croire, comentando as leituras do Domingo da Ascensão do Senhor (12 de
maio de 2013). A tradução é de Francisco O. Lara, João Bosco Lara e José
J. Lara.
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