sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

O canto do Sanctus (Santo)

O Sanctus, ou Santo, é uma das partes mais antigas da missa. Além de fazer parte da Oração Eucarística, está no centro da grande ação de graças, sendo a aclamação mais importante. Conclui o dialogo introdutório e o prefácio, cantado pelo presidente da celebração, que convoca toda a assembleia para unir suas vozes às dos anjos e santos ao cantar o Santo.

Não condiz com o clima festivo do Santo cantá-lo sem entusiasmo, com vozes fracas, é preciso traduzir em música a riqueza bíblica do texto.

O texto de Isaias (6,3) diz que o canto do Santo, nas vozes dos arcanjos e serafins, fazia estremecer as estruturas do templo. Alias, diz o mesmo autor que, se a comunidade cantasse um único cântico, este deveria ser o Sanctus.

Também não condiz com o momento que o Santo seja cantado por apenas uma voz ou pequeno grupo de cantores, mas sim deve ter a participação cantada de toda a assembleia.

O Santo é um hino solene e uma aclamação jubilosa. É um canto de expressão vibrante e alegre, como se o céu se abrisse, permitindo-nos vislumbrar a glória do Senhor e participar do coro dos serafins, no seu eterno louvor ao Deus, três vezes santo. Clima de festa e jubilo, o céu como que invade a terra, e esta sobe ao céu, formando o cântico da unidade.

O livro do Apocalipse nos apresenta o Sanctus como aclamação da liturgia celeste (4,8): dia e noite os anjos não param de repetir "Santo, Santo, Santo, é Senhor Deus, o Dominador, o que é, o que era e o que deve voltar".

Portanto, o clima deste hino-aclamação deve ser festivo, grandioso e pleno de jubilo, como se fosse o próprio canto do céu.

Por se bíblico, doxológico e de conteúdo denso, o texto não deve ser alterado ou substituído por outras versões e paráfrases que não corresponda à aclamação bíblica original. Quanto mais fieis os compositores forem ao texto original, mais adequado e litúrgico para ser cantando na celebração.

Recomenda-se que o canto se atenha à própria Aclamação, sem se introduzir alterações no texto, mediante paráfrases. (CNBB doc. 79)

Ao cantarmos o Santo, que os nossos corações exultem de alegria unidos numa só voz, formando um festivo coro, proclamando a glória de Deus, que merece todo nosso louvor!

Santo, Santo, Santo! (Êxodo 3,1-6: Moisés diante da glória do Senhor, pisando em solo sagrado)

Senhor, Deus do Universo! (Isaías 6,3: Visão de Isaías no Templo. Apocalipse 4,8: A liturgia celeste)

O céu e a terra proclamam a vossa glória. (Isaías 6,3: O canto dos serafins, unindo céu e terra)

Hosana nas alturas! (Mateus 21,9; Marcos 11,10: Entrada de Jesus em Jerusalém)

Bendito O que vem em nome do Senhor! (Salmos 118,26; Mateus 21,9; Marcos 11,9; Lucas 19,28: Bênção pronunciada sobre o peregrino; título messiânico, no Novo Testamento)

Hosana nas alturas! (Mateus 21,9; Marcos 11,10: Hosana significa "Dá a salvação!", uma aclamação de alegria)

O texto do Sanctus é exclusivamente este!  Os demais textos não devem ser usados na Liturgia devido a inserções indevidas feitas no texto original.

A melhor forma de cantar o Santo é a forma direta. Não deve ser substituído por versões tão livres que não correspondam à doxologia bíblica.


Texto de Irmã Miria T. Kolling religiosa do Imaculado Coração de Maria
 

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