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P – Nº 0131/11 NOTA DA CNBB SOBRE ÉTICA E
PROGRAMAS DE TV Têm chegado à CNBB diversos pedidos de uma manifestação a
respeito do baixo nível moral que se verifica em alguns programas das
emissoras de televisão, particularmente naqueles denominados Reality
Shows, que têm o lucro como seu principal objetivo.
Nós, bispos do Conselho Episcopal Pastoral (CONSEP),
reunidos em Brasília, de 15 a 17 de fevereiro de 2011, compreendendo a
gravidade do problema e em atenção a esses pedidos, acolhendo o clamor de
pessoas, famílias e organizações, vimos nos manifestar a respeito.
Destacamos primeiramente o papel desempenhado pela TV em
nosso País e os importantes serviços por ela prestados à Sociedade. Nesse
sentido, muitos programas têm sido objeto de reconhecimento explícito por
parte da Igreja com a concessão do Prêmio Clara de Assis para a Televisão,
atribuído anualmente. Lamentamos, entretanto, que esses serviços, prestados com
apurada qualidade técnica e inegável valor cultural e moral, sejam
ofuscados por alguns programas, entre os quais os chamados reality
shows, que atentam contra a dignidade de pessoa humana, tanto de seus
participantes, fascinados por um prêmio em dinheiro ou por fugaz
celebridade, quanto do público receptor que é a família brasileira.
Cônscios de nossa missão e responsabilidade evangelizadoras,
exortamos a todos no sentido de se buscar um esforço comum pela superação
desse mal na sociedade, sempre no respeito à legítima liberdade de
expressão, que não assegura a ninguém o direito de agressão impune aos
valores morais que sustentam a Sociedade. Dirigimo-nos, antes de tudo, às emissoras de televisão,
sugerindo-lhes uma reflexão mais profunda sobre seu papel e seus limites,
na vida social, tendo por parâmetro o sentido da concessão que lhes é dada
pelo Estado. Ao Ministério Público pedimos uma atenção mais acurada no
acompanhamento e adequadas providências em relação à programação
televisiva, identificando os evidentes malefícios que ela traz em
desrespeito aos princípios basilares da Constituição Federal (Art. 1º, II
e III). Aos pais, mães e educadores, atentos a sua responsabilidade
na formação moral dos filhos e alunos, sugerimos que busquem através do
diálogo formar neles o senso crítico indispensável e capaz de protegê-los
contra essa exploração abusiva e imoral. Por fim, dirigimo-nos também aos anunciantes e agentes
publicitários, alertando-os sobre o significado da associação de suas
marcas a esse processo de degradação dos valores da sociedade.
Rogamos a Deus, pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida,
luz e proteção a todos os profissionais e empresários da comunicação, para
que, usando esses maravilhosos meios, possamos juntos construir uma
sociedade mais justa e humana. Brasília, 17 de
fevereiro de 2011
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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
NOTA DA CNBB SOBRE ÉTICA E PROGRAMAS DE TV
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