Tema
do II Encontro sobre
Formação Doutrinal
para o exercício dos Ministérios.
A primeira virtude do lar é a CORTESIA.
“É
agradabilíssimo o lar em que todos se esforçam por ser corteses e acolhedores;
os nossos ancestrais diziam polidos. Ser polido, como a própria palavra o
indica, significa suavizarmos as asperezas do nosso caráter. Um objeto que não
foi polido é qualificado como tosco, e este adjetivo, aplicado aos homens, nada
tem de lisonjeiro. Mas acontece que a polidez é muitas vezes considerada como
artigo de exportação.
Somos
corteses e afáveis com as pessoas de fora, mas, quando entramos em casa, não
nos importamos com nada. Afinal de contas, não voltamos para casa para nos
distendermos e descansar? De acordo, desde que a mola, ao distender-se, não
salte bruscamente e acabe por ferir alguém. Para descansar, será indispensável
levantarmos excessivamente a voz ou assumir ares carrancudos? Franzir as
sobrancelhas ou ‘fechar a cara’ não são mais sinais de uma verdadeira
descontração, ao passo que o sorriso, as pequenas delicadezas e
o antecipar-se aos desejos dos outros criam no lar uma atmosfera de
repouso e de serenidade.” (pg. 9-10)
O lar de cada
um será um lar cristão se nele todos rivalizarem em delicadezas uns para com os
outros.” (pg.10)
Essa
afabilidade e essa polidez (cortesia) supõem uma vigilância e um domínio de si
mesmo pouco comuns.
Algumas
pessoas se entristecem por não terem tempo para ir mais frequentemente à
igreja; peIa complexidade das suas responsabilidades profissionais e
domésticas, não conseguem tempo para dirigir a Deus uma longa oração. Mas não
sabemos que, embora curta, a nossa oração pode ser muito intensa? E por que
procurar a Deus por um caminho em que Ele não nos espera?
Deus marcou
encontro conosco no lugar em que a sua providência nos colocou: é lá que o
encontraremos com certeza, no meio das nossas obrigações cotidianas. Pensemos
apenas em oferecer-lhe essas tarefas, cumprindo-as o melhor que possamos. Os
nossos dias passam-se no lugar de trabalho ou no lar; e no caso da mãe de
família, esses dois campos de ação se identificam, pois o seu trabalho mais
importante é no lar. É aí que se devem praticar as virtudes cristãs.
É verdade que,
às vezes, temos deveres muito graves a cumprir: cuidar de um enfermo, enfrentar
uma situação material crítica, perdoar uma ofensa que nos faz sofrer; mas, via
de regra, o cristão não se furta às virtudes difíceis, e a ocasião de
praticá-las só se apresenta esporadicamente.
A vida
familiar implica uma quantidade enorme de pequenos deveres, que muitas vezes
negligenciamos por serem numerosos ou por não parecerem importantes, mas são
importantes, e este é o motivo por que merecem a nossa atenção.
Respeitemos os
anciãos, cujos cabelos embranqueceram; tenhamos presente a fraqueza daqueles a
quem devemos aconselhar ou repreender; levemos em conta a fadiga daqueles que
se fecham demasiado em si mesmos. Extirpemos do nosso vocabulário e das nossas
atitudes as rudezas que bloqueiam os profundos sentimentos de afeto que
nutrimos habitualmente uns pelos outros. Sejamos corteses e polidos com
todo Ser Humano. Respondamos a maldade com a bondade. Rezemos por nossos
inimigos. Regulemos o tom de voz com tudo e com todos, acabemos a conversa
quando perdermos o controle sobre o tom de voz, sejamos capazes de dialogar e
aprender com os outros.
Georges Chevrot nasceu em Paris, em 08
de janeiro de 1879 e morreu em Paris em fevereiro de 1958 foi ordenado
sacerdote em 1903.
Seu livro: “As Pequenas Virtudes do
Lar”, é um concentrado de 14 palestras preparadas para um programa de rádio
semanal na Rádio Luxemburgo.
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