quarta-feira, 27 de junho de 2012

Os caminhos da Jornada Mundial da Juventude no Brasil

logojmj2012
Que a Jornada Mundial da Juventude será em 2013, de 23 a 28 de julho, na cidade do Rio de Janeiro, já não é novidade para muita gente. O que muitos não sabem é que ela não se limita apenas a estes dias. Logo depois do anúncio oficial feito pelo papa Bento XVI para realização da Jornada no Rio, todo o país, de forma especial a Igreja no Brasil e as 276 dioceses, nos seus 17 Regionais, já estavam trabalhando.


O Projeto “Bote Fé”, por exemplo, que tem como carro chefe a peregrinação dos símbolos da JMJ (Cruz e o Ícone de Nossa Senhora), se realiza no território brasileiro, levando aos jovens o clima que envolve este que é o maior encontro de Bento XVI com a juventude católica de todo o mundo.

E para pensar, projetar e organizar todas as atividades precedentes à JMJ Rio 2013, a Comissão Episcopal Pastoral da Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, com a representação dos 17 padres referenciais do Setor Juventude, se reúne a cada dois meses para debater a JMJ e a Semana Missionária. A Semana, também conhecida como Pré-Jornada ou Dias nas Dioceses, são os dias que efetivamente preparam, de forma mais intensa, os jovens brasileiros e estrangeiros, em diversos lugares do país, para os dias da Jornada.

Na última reunião dos referenciais, foi tratado o subsídio, que será enviado a todas as dioceses com as diretrizes que vão reger os meses em preparação à JMJ, trabalhando temas específicos ligados diretamente à juventude no caráter de espiritualidade e gestos concretos.

Um dos pontos centrais da reunião foi a necessidade de formar e instruir as dioceses que acolherão peregrinos estrangeiros e a definição a programação base para toda a Semana Missionária, que ocorrerá simultaneamente em todo o Brasil.

Um dos participantes da reunião foi o represente do Comitê Organizador Local (COL) do Rio de Janeiro, padre Jefferson Gonçalves de Araújo, que abordou a logística e programação da Jornada, a fim de situar toda a equipe do andamento e preparativos de cada atividade que será realizada com os jovens na presença de Bento XVI.

Ao longo de todo o ano outras, reuniões serão realizadas, para ajustar o trabalho, a fim de que a Comissão da CNBB, juntamente com o COL no Rio de Janeiro, possam realizar em conjunto este encontro, que será um marco para a história da Igreja no país. Sonho de João Paulo II, que se atualiza aqui. Um presente para o Brasil, maior país cristão-católico e de maior expressividade de fé de todo o mundo.

sábado, 23 de junho de 2012

O nascimento de João Batista - Lc 1,57-66.80

O início das promessas de Deus
por Frei Carlos Mesters
Para o estudo do Evangelho de Lucas é o livro "O avesso é o lado certo",
de Carlos Mesters e Mercedes Lopes.
Mais informações pelo endereço vendas@cebi.org.br.

Nos capítulos 1 e 2 do seu Evangelho, Lucas descreve o anúncio e o nascimento de dois meninos, João e Jesus, que vão ocupar um papel importante na realização do projeto de Deus. O que Deus iniciou no AT começa a ser realizado por meio deles. Por isso, nestes dois capítulos, Lucas evoca muitos fatos e pessoas do AT e ele chega a imitar o estilo do AT. É para sugerir que com o nascimento destes dois meninos a história faz a grande curva e inicia a realização das promessas de Deus por meio de João e de Jesus e com a colaboração dos pais Isabel e Zacarias e Maria e José.

Existe certo paralelismo entre o anúncio e o nascimento dos dois meninos:
  • O anúncio do nascimento de João (Lc 1,5-25) e de Jesus (Lc 1,26-38)
  • As duas mães grávidas se encontram e experimentam a presença de Deus (Lc 1,27-56)
  • O nascimento de João (Lc 1,57-58) e de Jesus (Lc 2,1-20)
  • A circuncisão na comunidade de João (Lc 1,59-66) e de Jesus (Lc 2,21-28)
  • O canto de Zacarias (Lc 1,67-79) e o canto de Simeão com a profecia de Ana (Lc 2,29-32)
  • A vida oculta de João (Lc 1,80) e de Jesus (Lc 2,39-52)
COMENTANDO

Lucas 1,57-58: Nascimento de João Batista: "Completou-se para Isabel o tempo do parto e ela deu à luz um filho. Os vizinhos e parentes ouviram dizer como o Senhor tinha sido bom para Isabel, e se alegraram com ela". Como tantas mulheres do AT, Isabel era estéril: Como Deus teve piedade de Sara (Gn 16,1; 17,17; 18,12), de Raquel (Gn 29,31) e de Ana (1Sm 1,2.6.11) transformando a esterilidade em fecundidade, assim Ele teve piedade de Isabel, e ela concebeu um filho. Grávida, Isabel escondeu-se durante cinco meses. Quando, depois de cinco meses, o povo pôde verificar no corpo dela como Deus tinha sido bom para Isabel, todos se alegraram com ela. Este ambiente comunitário em que todos se envolvem com a vida dos outros, tanto na alegria como na dor, é o ambiente em que João e Jesus nasceram, cresceram e receberam a sua formação. Um ambiente assim marca a personalidade das pessoas pelo resto da sua vida. É este ambiente comunitário que mais nos falta hoje.
Lucas 1,59: Dar o nome no oitavo dia: "No oitavo dia foram circuncidar o menino e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias". O envolvimento da comunidade na vida da família de Zacarias, Isabel e João é tanto que os parentes e vizinhos chegam a interferir até na escolha do nome do menino. Querem dar ao menino o nome do pai: Zacarias. Zacarias quer dizer: Deus se lembrou. Talvez quisessem expressar a gratidão a Deus por Ele ter se lembrado de Isabel e de Zacarias e por ter-lhes dado um filho na velhice.
Lucas 1,60-63: O nome dele será João! Mas Isabel intervém e não permite os parentes tomarem a dianteira na questão do nome. Lembrando o anúncio do nome pelo anjo a Zacarias (Lc 1,13), ela diz: "Não! Ele vai se chamar João". Num lugar pequeno como Ain Karem na serra da Judéia, o controle social é muito forte. E quando uma pessoa sai fora dos costumes normais do lugar, ela é criticada. Isabel não seguiu os costumes do lugar e escolheu um nome fora dos padrões normais. Por isso, os parentes e vizinhos reclamam: "Você não tem nenhum parente com esse nome!" Os parentes não cedem com facilidade e fazem sinais ao pai para saber dele como quer que o menino seja chamado. Zacarias pediu uma tabuinha, e escreveu: "O nome dele é João." Todos ficaram admirados, pois deviam ter percebido algo do mistério de Deus que envolvia o nascimento do menino.

É esta percepção que o povo teve do mistério de Deus presente nos fatos tão comuns da vida, que Lucas quer comunicar a nós, seus leitores e leitoras. Na sua maneira de descrever os acontecimentos, Lucas não é como o fotógrafo que só registra o que os olhos podem ver. Ele é como quem usa o Raio-X que registra aquilo que os olhos não podem ver. Lucas lê os fatos com o Raio-X da fé que revela o que o olhar comum não percebe.
Lucas 1,64-66: A notícia do menino se espalha: "No mesmo instante, a boca de Zacarias se abriu, sua língua se soltou e ele começou a louvar a Deus. Todos os vizinhos ficaram com medo, e a notícia se espalhou por toda a região montanhosa da Judéia. E todos os que ouviam a notícia, ficavam pensando: "O que será que esse menino vai ser? De fato, a mão do Senhor estava com ele". A maneira de Lucas descrever os fatos evoca as circunstâncias do nascimento de pessoas que no AT tiveram um papel importante na realização do projeto de Deus e cuja infância já parecia marcada pelo destino privilegiado que iam ter: Moisés (Ex 2,1-10), Sansão (Jz 13,1-4 e 13,24-25) e Samuel (1Sm 1,13-28 e 2,11).

Quanto mais conhecimento você conseguir acumular do Antigo Testamento, mais evocações vai descobrir nos escritos de Lucas. Os dois primeiros capítulos do seu Evangelho não são histórias no sentido em que nós hoje entendemos a história. Funcionam mais como espelho para ajudar os leitores e leitoras a descobrir que João e Jesus tinham vindo realizar as profecias do Antigo Testamento. Lucas quer mostrar como Deus, através dos dois meninos, veio atender às mais profundas aspirações do coração humano. De um lado, Lucas mostra que o Novo realiza o que o Antigo prefigurava. De outro lado, ele mostra que o novo ultrapassa o antigo e não corresponde em tudo ao que o povo do Antigo Testamento imaginava e esperava. Na atitude de Isabel e Zacarias, de Maria e José, Lucas apresenta um modelo de como se converter e acreditar no Novo que está chegando.


Fonte: http://www.cebi.org.br/noticia.php?secaoId=21&noticiaId=3153

sexta-feira, 22 de junho de 2012

ANO DA FÉ - 11/10/2012 a 24/11/2013

A Nota da Congregação para a Doutrina da Fé
CIDADE DO VATICANO, domingo, 10 de janeiro de 2012 (ZENIT.org) – Publicamos a seguir a Nota da Congregação para a Doutrina da Fé com as indicações para o Ano da Fé.

INTRODUÇÃO
Com a Carta apostólica Porta fidei de 11 de outubro de 2011, o Santo Padre Bento XVI convocou um Ano da Fé. Ele começará no dia 11 de outubro 2012, por ocasião do qüinquagésimo aniversário da abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II, e terminará aos 24 de novembro de 2013, Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo.


Este ano será uma ocasião propícia a fim de que todos os fiéis compreendam mais profundamente que o fundamento da fé cristã é “o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo”. [1] Fundamentada no encontro com Jesus Cristo ressuscitado, a fé poderá ser redescoberta na sua integridade e em todo o seu esplendor. “Também nos nossos dias a fé é um dom que se deve redescobrir, cultivar e testemunhar” para que o Senhor “conceda a cada um de nós viver a beleza e a alegria de sermos cristãos”[2].

O início do Ano da Fé coincide com a grata recordação de dois grandes eventos que marcaram a face da Igreja nos nossos dias: o qüinquagésimo aniversário da abertura do Concílio Vaticano II, desejado pelo beato João XXIII (11 de outubro de 1962), e o vigésimo aniversário da promulgação do Catecismo da Igreja Católica, oferecido à Igreja pelo beato João Paulo II (11 de outubro de 1992).

O Concílio, segundo o Papa João XXIII, quis “transmitir pura e íntegra a doutrina, sem atenuações nem subterfúgios”, empenhando-se para que “esta doutrina certa e imutável, que deve ser fielmente respeitada, seja aprofundada e exposta de forma a responder às exigências do nosso tempo”[3]. A este propósito, continua sendo de importância decisiva o início da Constituição dogmática Lumen gentium: “A luz dos povos é Cristo: por isso, este sagrado Concílio, reunido no Espírito Santo, deseja ardentemente iluminar com a Sua luz, que resplandece no rosto da Igreja, todos os homens, anunciando o Evangelho a toda a criatura (cfr. Mc. 16,15)”[4]. A partir da luz de Cristo, que purifica, ilumina e santifica na celebração da sagrada liturgia (cf. Constituição Sacrosanctum Concilium) e com a sua palavra divina (cf. Constituição dogmática Dei Verbum), o Concílio quis aprofundar a natureza íntima da Igreja (cf. Constituição dogmática Lumen gentium) e a sua relação com o mundo contemporâneo (cf. Constituição pastoral Gaudium et spes). Ao redor das suas quatro Constituições, verdadeiras pilastras do Concílio, se agrupam as Declarações e os Decretos, que enfrentam alguns dos maiores desafios do tempo.

Depois do Concílio, a Igreja se empenhou na assimilação (receptio) e na aplicação do seu rico ensinamento, em continuidade com toda a Tradição, sob a guia segura do Magistério. A fim de favorecer a correta assimilação do Concílio, os Sumos Pontífices convocaram amiúde o Sínodo dos Bispos[5], instituído pelo Servo de Deus Paulo VI em 1965, propondo à Igreja orientações claras por meio das diversas Exortações apostólicas pós-sinodais. A próxima Assembléia Geral do Sínodo dos Bispos, no mês de outubro de 2012, terá como tema: A nova evangelização para a transmissão da fé cristã.

Desde o começo do seu pontificado, o Papa Bento XVI se empenhou de maneira decisiva por uma correta compreensão do Concílio, rechaçando como errônea a assim chamada “hermenêutica da descontinuidade e da ruptura” e promovendo aquele que ele mesmo chamou de “’hermenêutica da reforma’”, da renovação na continuidade do único sujeito-Igreja, que o Senhor nos concedeu; é um sujeito que cresce no tempo e se desenvolve, permanecendo porém sempre o mesmo, único sujeito do Povo de Deus a caminho”[6].

O Catecismo da Igreja Católica, pondo-se nesta linha, é, de um lado, “verdadeiro fruto do Concílio Vaticano II”[7], e de outro pretende favorecer a sua assimilação. O Sínodo Extraordinário dos Bispos de 1985, convocado por ocasião do vigésimo aniversário da conclusão do Concílio Vaticano II e para efetuar um balanço da sua assimilação, sugeriu que fosse preparado esteCatecismo a fim de oferecer ao Povo de Deus um compêndio de toda a doutrina católica e um texto de referência segura para os catecismos locais. O Papa João Paulo II acolheu a proposta como desejo “de responder plenamente a uma necessidade verdadeira da Igreja Universal e das Igrejas particulares”[8]. Redigido em colaboração com todo o Episcopado da Igreja Católica, este Catecismo “exprime verdadeiramente aquela a que se pode chamar a ‘sinfonia da fé’”[9].

O Catecismo compreende “coisas novas e velhas (cf. Mt 13,52), porque a fé é sempre a mesma e simultaneamente é fonte de luzes sempre novas. Para responder a esta dupla exigência, o ‘Catecismo da Igreja Católica’ por um lado retoma a ‘antiga’ ordem, a tradicional, já seguida pelo Catecismo de São Pio V, articulando o conteúdo em quatro partes: o Credo; a sagrada Liturgia, com os sacramentos em primeiro plano; o agir cristão, exposto a partir dos mandamentos; e por fim a oração cristã. Mas, ao mesmo tempo, o conteúdo é com freqüência expresso de um modo ‘novo’, para responder às interrogações da nossa época”[10]. Este Catecismo é “um instrumento válido e legítimo a serviço da comunhão eclesial e como uma norma segura para o ensino da fé.”[11]. Nele os conteúdos da fé encontram “a sua síntese sistemática e orgânica. Nele, de facto, sobressai a riqueza de doutrina que a Igreja acolheu, guardou e ofereceu durante os seus dois mil anos de história. Desde a Sagrada Escritura aos Padres da Igreja, desde os Mestres de teologia aos Santos que atravessaram os séculos, o Catecismo oferece uma memória permanente dos inúmeros modos em que a Igreja meditou sobre a fé e progrediu na doutrina para dar certeza aos crentes na sua vida de fé.”[12].

O Ano da Fé quer contribuir para uma conversão renovada ao Senhor Jesus e à redescoberta da fé, para que todos os membros da Igreja sejam testemunhas credíveis e alegres do Senhor ressuscitado no mundo de hoje, capazes de indicar a “porta da fé” a tantas pessoas que estão em busca. Esta “porta” escancara o olhar do homem para Jesus Cristo, presente no nosso meio “todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28, 20). Ele nos mostra como “a arte de viver” se aprende “numa relação profunda com Ele”[13]. “Com o seu amor, Jesus Cristo atrai a Si os homens de cada geração: em todo o tempo, Ele convoca a Igreja confiando-lhe o anúncio do Evangelho, com um mandato que é sempre novo. Por isso, também hoje é necessário um empenho eclesial mais convicto a favor duma nova evangelização, para descobrir de novo a alegria de crer e reencontrar o entusiasmo de comunicar a fé”[14].

Por ordem do Papa Bento XVI[15], a Congregação para a Doutrina da Fé redigiu a presenteNota, em acordo com os Dicastérios competentes da Santa Sé e com a contribuição do Comitê para a preparação do Ano da Fé[16], com algumas indicações para viver este tempo de graça, sem excluir outras propostas que o Espírito Santo quiser suscitar entre os Pastores e os fiéis nas diversas partes do mundo.

INDICAÇÕES
“Eu sei em quem pus a minha fé” (2 Tm1, 12): esta palavra de São Paulo nos ajuda a compreender que “antes de mais, a fé é uma adesão pessoaldo homem a Deus. Aomesmo tempo, e inseparavelmente, éo assentimento livre a toda a verdade revelada por Deus”[17]. A fé como confiança pessoal no Senhor e a fé que professamos no Credo são inseparáveis, se atraem e se exigem reciprocamente. Existe uma ligação profunda entre a fé vivida e os seus conteúdos: a fé das testemunhas e dos confessores é também a fé dos apóstolos e dos doutores da Igreja.

Neste sentido, as seguintes indicações para o Ano da Fé desejam favorecer tanto o encontro com Cristo por meio de autênticas testemunhas da fé, quanto o conhecimento sempre maior dos seus conteúdos. Trata-se de propostas que visam solicitar, de maneira exemplificativa, a pronta responsabilidade eclesial diante do convite do Santo Padre a viver em plenitude este Ano como um especial “tempo de graça”[18]. A redescoberta alegre da fé poderá contribuir também a consolidar a unidade e a comunhão entre as diversas realidades que compõem a grande família da Igreja.

A nível das paróquias / comunidades / associações / movimentos
1. Em preparação para o Ano da Fé, todos os fiéis são convidados a ler e meditar atentamente a Carta apostólica Porta fidei do Santo Padre Bento XVI.

2. O Ano da Fé “será uma ocasião propícia também para intensificar a celebração da fé na liturgia, particularmente na Eucaristia”[31]. Na Eucaristia, mistério da fé e fonte da nova evangelização, a fé da Igreja é proclamada, celebrada e fortalecida. Todos os fiéis são convidados a participar dela conscientemente, ativamente e frutuosamente, a fim de serem testemunhas autênticas do Senhor.

3. Os sacerdotes poderão dedicar maior atenção ao estudo dos Documentos do Concílio Vaticano II e do Catecismo da Igreja Católica, tirando daí fruto para a pastoral paroquial – a catequese, a pregação, a preparação aos sacramentos – e propondo ciclos de homilias sobre a fé ou sobre alguns dos seus aspectos específicos, como por exemplo “o encontro com Cristo”, “os conteúdos fundamentais do Credo”, “a fé e a Igreja”[32].

4. Os catequistas poderão haurir sobremaneira da riqueza doutrinal do Catecismo da Igreja Católicae guiar, sob a responsabilidade dos respectivos párocos, grupos de fiéis à leitura e ao aprofundimento deste precioso instrumento, a fim de criar pequenas comunidades de fé e de testemunho do Senhor Jesus.

5. Deseja-se que nas paróquias haja um empenho renovado na difusão e na distribuição doCatecismo da Igreja Católica ou de outros subsídios adequados às famílias, que são autênticas igrejas domésticas e primeiro lugar da transmissão da fé, como por exemplo no contexto das bênçãos das casas, dos Batismos dos adultos, das Crismas, dos Matrimônios. Isto poderá contribuir para a confissão e aprofundimento da doutrina católica “nas nossas casas e no meio das nossas famílias, para que cada um sinta fortemente a exigência de conhecer melhor e de transmitir às gerações futuras a fé de sempre”[33].

6. Será oportuno promover missões populares e outras iniciativas nas paróquias e nos lugares de trabalho para ajudar os fiéis a redescobrir o dom da fé batismal e a responsabilidade do seu testemunho, na consciência de que a vocação cristã “é também, por sua própria natureza, vocação ao apostolado”[34].
7. Neste tempo, os membros dos Institutos de Vida Consagrada e das Sociedades de Vida Apostólica são solicitados a se empenhar na nova evangelização, com uma adesão renovada ao Senhor Jesus, pela contribuição dos próprios carismas e na fidelidade ao Santo Padre e à sã doutrina.

8. As Comunidades contemplativas durante o Ano da Fé dedicarão uma intenção de oração especial para a renovação da fé no Povo de Deus e para um novo impulso na sua transmissão às jovens gerações.

9. As Associações e os Movimentos eclesiais são convidados a serem promotores de iniciativas específicas, as quais, pela contribuição do próprio carisma e em colaboração com os Pastores locais, sejam inseridas no grande evento do Ano da Fé. As novas Comunidades e os Movimentos eclesiais, de modo criativo e generoso, saberão encontrar os modos mais adequados para oferecer o próprio testemunho de fé ao serviço da Igreja.

10. Todos os fiéis, chamados a reavivar o dom da fé, tentarão comunicar a própria experiência de fé e de caridade[35] dialogando com os seus irmãos e irmãs, também com os das outras confissões cristãs, com os seguidores de outras religiões e com aqueles que não crêem ou são indiferentes. Deste modo se deseja que todo o povo cristão comece uma espécie de missão endereçada aqueles com os quais vive e trabalha, com consciência de ter recebido “a mensagem da salvação para a comunicar a todos”[36].

CONCLUSÃO
A fé “é companheira de vida, que permite perceber, com um olhar sempre novo, as maravilhas que Deus realiza por nós. Solícita a identificar os sinais dos tempos no hoje da história, a fé obriga cada um de nós a tornar-se sinal vivo da presença do Ressuscitado no mundo”[37]. A fé é um ato pessoal e ao mesmo tempo comunitário: é um dom de Deus que deve ser vivenciado na grande comunhão da Igreja e deve ser comunicado ao mundo. Cada iniciativa para o Ano da Fé quer favorecer a alegre redescoberta e o testemunho renovado da fé. As indicações aqui oferecidas têm o fim de convidar todos os membros da Igreja ao empenho a fim de que este Ano seja a ocasião privilegiada para partilhar aquilo que o cristão tem de mais caro: Cristo Jesus, Redentor do homem, Rei do Universo, “autor e consumador da fé” (Heb 12, 2).

Roma, da Sede da Congregação para a Doutrina da Fé, aos 6 de janeiro de 2012, Solenidade da Epifania do Senhor.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Rio+20: a questão é o homem

Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo (SP)

A Conferência das Nações Unidas sobre o clima e o futuro da economia e da vida na Terra despertou um enorme interesse. Mesmo se alguns importantes chefes de Estado preferiram não aparecer, as numerosas delegações oficiais revelam que há uma preocupação amplamente compartilhada com a sustentabilidade da economia e o futuro da vida na nossa casa comum.

Além das delegações oficiais, participantes da Cúpula final da Conferência, a sociedade civil também se mobilizou e realizou a chamada Cúpula dos Povos, que agrega numerosas ONGs, associações, sindicatos de trabalhadores, empresários, representações de Igrejas e religiões, de minorias étnicas... É uma rica e variada expressão das organizações sociais, que manifestam de maneira espontânea e direta as próprias convicções, preocupações e interesses de todos os tipos e gostos, para assegurar o desenvolvimento e o bem-estar econômico, sem comprometer a sustentabilidade da vida no nosso Planeta.

Nesse variado conjunto de propostas, não faltam aquelas que aproveitam a ocasião para tentar passar suas pautas ideológicas, como a afirmação de que o aborto é “um direito humano”, que a droga seja deixada livre, ou que a prostituição deve ser reconhecida como uma profissão igual a outra qualquer... É preciso estar atentos para que, em todo esse agito, não seja vendido gato por lebre e não se assinem cheques em branco, tudo como se fosse “boa causa” em favor da sustentabilidade da vida na Terra... Essa causa precisa, mais que tudo, de discernimento e escolhas acertadas.

A Rio+20 está proporcionando uma grande tomada de consciência sobre as mais variadas implicações da questão ecológica, que vão do descarte adequado do lixo ao melhor uso dos alimentos disponíveis; do uso dos combustíveis menos danosos à vida, ao modelo econômico adequado para a distribuição mais equitativa dos recursos disponíveis... É preciso mesmo desenvolver uma nova consciência, que leve a uma cultura “ecologicamente correta”; e isso requer educação atenta em todas as fases da vida das pessoas, do berço até à morte; e em todos os ambientes sociais e níveis de convivência, do privado ao coletivo e público... A questão interessa a todos.

A Igreja põe em destaque alguns princípios irrenunciáveis para uma solução adequada da questão ambiental. No centro de tudo deve estar sempre o homem; é ele que pode estragar e destruir o ambiente da vida, ou cuidar bem e preservar a casa que abriga e sustenta a todos. A questão ambiental, antes de ser um desafio econômico e científico, é uma questão ética e moral. Depende da decisão do homem ter atitudes corretas na sua relação com a natureza. Não podemos exigir, com nossa ganância, mais do que a terra pode oferecer.

Por outro lado, pretender a solução do problema ambiental, excluindo o cuidado do homem, também seria impossível; a solução virá com a promoção de uma correta “ecologia humana”, que supõe a superação da pobreza, a aplicação de mais recursos para a educação e a saúde, a afirmação clara da dignidade humana e dos legítimos direitos universais da pessoa. É questão de uma correta antropologia e de solidariedade social.


Fonte: http://www.cnbb.org.br/site/articulistas/cardeal-odilo-pedro-scherer/9636-rio20-a-questao-e-o-homem 

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Arcebispo realizou entrega dos Ministérios aos Seminaristas Maiores

O domingo, dia 17 de junho, foi especial para 26 seminaristas maiores da Arquidiocese de Porto Alegre que receberam das mãos do Arcebispo Dom Dadeus Grings os ministérios do Leitorado, Acolitado e, também o da admissão às Ordens Sacras. A entrega aconteceu durante Celebração Eucarística presidida pelo Arcebispo e concelebrada pelos padres do Seminário Maior Nossa Senhora da Conceição. A Paróquia São Cristóvão, em Canoas, acolheu a celebração.

Dos 26 seminaristas, oito receberam o Ministério do Leitorado (destinado aos seminaristas do primeiro ano de teologia), cinco receberam o Ministério do Acolitado (destinado aos seminaristas do segundo ano de teologia) e 13 foram admitidos como candidatos às Ordens Sacras, como etapa em preparação à ordenação (destinado aos seminaristas do terceiro e quarto de ano de teologia).

A Liturgia da Palavra e a homilia do Arcebispo precedeu a entrega dos Ministérios e o rito de Admissão. Dom Dadeus Grings destacou a coragem dos seminaristas na construção da vocação de ser a presença de Jesus Cristo para o mundo. O arcebispo destacou que a Igreja é Ministerial, que fala e tem os sacramentos “por meio do qual Deus se faz presente e realiza suas Obras”.

Ressaltando mais uma passo dado na caminhada vocacional dos seminaristas, Dom Dadeus disse que Deus quer a todos integralmente, e que os seminaristas passam a ser responsáveis pela Igreja: “Nesse rito lembramos aqueles que estão dispostos a ser o rosto de Jesus aqui na terra e, mais do que isso, serem os representantes de Cristo entre nós. Este é um momento de alegria para nossa Arquidiocese dentro do nosso Ano Vocacional”, disse.





Para o rito, os seminaristas apresentaram-se por grupo diante do arcebispo. Primeiro foi entregue o Ministério da Leitorado. Com as mãos na Bíblia, cada seminarista recebeu uma oração para transmitir com fidelidade a Palavra de Deus.
 
Em seguida, outro grupo recebeu o Ministério do Acolitado. Segurando o Pão, receberam do Arcebispo a missão de servir com dignidade à mesa do Senhor e da Igreja.
 
Por fim, 13 seminaristas foram admitidos às Ordens Sacras. Para este rito, os candidatos, diante dos questionamentos do arcebispo, os candidatos manifestam publicamente seus propósitos de continuar a formação em caminhada à ordenação presbiteral.
 
Ao finalizar cada rito, Dom Dadeus acolheu os seminaristas com um afetuoso abraço.

Veja mais fotos no Facebook da Arquidiocese.
Clique Aqui
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em 18 de junho de 2012, às 16h 25min
 
 

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Arquidiocese de Porto Alegre - Pastoral da Comunicação - PASCOM

PASCOM
Pastoral da Comunicação


Pascom nasce do desenvolvimento da conjugação entre a importância dos meios de comunicação, estratégias da comunicação e o processo de comunicação no âmbito da evangelização. Evangelizar, para a Igreja, é levar a Boa Nova a todas as parcelas da humanidade, em qualquer meio e latitude, e pelo seu influxo transformá-las a partir de dentro e tornar nova a própria humanidade:

• "Eis que faço de novo todas as coisas" (Ap 21,5). (Evangelii nuntiandi 17).

• “Toda a Igreja é missionária. A obra da evangelização é um dever fundamental do Povo de Deus.” (Ad Gentes 25)

• “Porque, se eu anuncio o Evangelho, não é para mim motivo de glória, é antes uma obrigação que me foi imposta: ai de mim, se eu não evangelizar!” (1 Cor 9,16)

A Pascom se insere na vida da Igreja não como uma Pastoral a mais, mas para dar maior comunicação às outras pastorais e seu conjunto: é suporte para as outras pastorais, a Igreja.

É atividade de salvação de Jesus Cristo de onde vem toda a atividade da Igreja, que tem como tarefa de alcançar todos os seres humanos para que possam obter a Vida para sempre.

Querendo indicar em síntese a expressão PASCOM na perspectiva de uma consciência teológica, precisa chamar a relação mútua de: comunicação-promoção humana e espiritual. Somos tanto mais humanos, quanto mais cresce a nossa capacidade pessoal de comunicação.

Uma pastoral que não tem o grau da verdadeira comunicação é destinada a não alcançar o seu objetivo.
Pe. Leandro, Fernanda, Magnus, Breno, Pe. Juliano. Cesinha, Eliane, Flávio, Nelson, Lucas e Frei Sebastiany
Coordenador:
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Fábio Abreu - Vicariato de Canoas
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Postado por Magnus Regis - Jornalista PASCOM
Em 17 de maio de 2012, às 17h 10min


quarta-feira, 6 de junho de 2012

A importância da festa de Corpus Christi


“Na quinta-feira, dia 7 de junho, a Igreja Católica celebra a festa do Corpo de Deus, mais conhecida como festa de “Corpus Christi”. É uma festa típica da Igreja Católica, onde se faz a profissão pública da fé na presença real de Cristo na Hóstia consagrada.

No momento em que os crucifixos estão sendo retirados de muitos ambientes públicos e as manifestações de fé sempre mais restritas aos templos, a festa de Corpus Christi ganha contornos especiais. Através dos tapetes que são confeccionados e das procissões que são realizadas, os católicos dão mostra da força da sua fé, negando-se a deixar de proclamar o Evangelho por “cima dos telhados”. Mesmo reconhecendo que o lugar ordinário de celebrar a fé é o templo, os católicos entendem que a existência de sinais externos e de manifestações públicas vem ao encontro da prática de Jesus que anunciava o Reino de Deus nas praças, ruas, beiras de lago e montanhas.
 
Além de ser manifestação pública de fé, Corpus Christi é a festa da comunhão e da ação de graças. Por meio dela, enquanto se elevam hinos de ação de graças, se expressa também o desejo de viver uma íntima relação com Deus e uma fraterna comunhão com os irmãos.

A hóstia consagrada que, adorada como Corpo de Cristo, é carregada pelas ruas da cidade, simboliza o desejo de usufruir a perene presença de Cristo junto do povo que tem fé, repetindo o convite dos discípulos que acolheram o Ressuscitado em sua caminhada para Emaús: “Fica conosco, Senhor!” (Lc 24,29)”. (Dom Canísio Klaus, Bispo de Santa Cruz do Sul)
 “A Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo ou, simplesmente, Corpus Christi é uma das festas religiosas mais queridas dos católicos, em todo o mundo; em vários países, como no Brasil, é também feriado nacional e isso favorece a participação do povo nas celebrações, procissões e nas belas manifestações de cultura e arte popular.
O significado religioso e teológico é muito belo e profundo e se relaciona com a centralidade de Jesus Cristo para a fé da nossa Igreja; Deus Pai reúne seus filhos ao redor da mesa eucarística e os nutre com o “pão da vida”, que é seu próprio Filho, doado a nós como alimento, “pão para a vida do mundo”; somos o povo de discípulos, que Jesus reúne em torno de si, instrui e conduz, indo à sua frente, como pastor bom, ele mesmo, caminho, verdade e vida; somos a comunidade dos “irmãos do Senhor”, unidos por laços de fraternidade espiritual, pois somos todos filhos do mesmo Pai do céu, testemunhas do amor de Deus, que renova a vida e dá sentido às relações humanas.
 A solenidade de Corpus Christi, destacando o dom da Eucaristia, coloca em evidência os mistérios centrais de nossa fé e da vida cristã. Saímos de nossas igrejas e vamos, com Jesus na Eucaristia, para as ruas e praças de nossas cidades, anunciando que “Ele está no meio de nós” e habita conosco e orienta nossa história; nossas atividades cotidianas, nossas ocupações profissionais e responsabilidades sociais, nosso convívio social, nada disso é indiferente à nossa fé: em tudo somos “testemunhas de Deus”, discípulos missionários de Jesus Cristo”. (Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo)
No dia 7 de junho a Igreja celebra a festa do Corpo de Deus, mais conhecida como “Corpus Christi”. É uma celebração onde é realizada uma procissão pelas vias públicas, missa, e adoração ao Santíssimo Sacramento, com o objetivo de estimular, entre os diocesanos, o espírito de unidade e fraternidade, por meio do mistério da Eucaristia - o Sacramento do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo. Em artigos publicados no site da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), bispos opinam sobre o real significado da celebração na vida do povo cristão.
Tradição
Em 1983, o novo Código de Direito Canônico - canôn 944 – estipulou que fosse mantida a obrigação de manifestar 'o testemunho público de veneração para com a Santíssima Eucaristia' e 'onde for possível haja procissão pelas vias públicas'. Cada diocese se mobiliza para realizar a celebração, por isso cabe aos bispos escolherem de que forma a festa será promovida, para garantir a participação dos diocesanos.
Na data existe a tradição de enfeitar as ruas com tapetes que cobrem o trajeto por onde passará a procissão de Corpus Christi. Feitos com serragem colorida, flores, vidro moído, pó de café e outros materiais, a confecção desses tapetes, de colorido vivo e desenhos de inspiração religiosa, mobiliza grande número de fiéis. Essa procissão do povo de Deus, recorda a busca à Terra Prometida. No Antigo Testamento, esse povo foi alimentado com maná, no deserto, e hoje, é alimentado com o próprio Corpo de Cristo.
A solenidade celebrada sempre na primeira quinta-feira após a Festa da Santíssima Trindade marca o momento em que os fiéis fazem publicamente, nas ruas, a adoração ao Corpo e Sangue de Cristo. “Uma festa popular que revela todo o amor e carinho que os católicos tem pela Eucaristia.


domingo, 3 de junho de 2012

«Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo»

SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE
Evangelho segundo são Mateus 28,16-20 


Os onze discípulos foram para a Galiléia, ao monte que Jesus lhes tinha indicado. Quando viram Jesus, ajoelharam-se diante dele. Ainda assim, alguns duvidaram. Então Jesus se aproximou, e falou: "Toda a autoridade foi dada a mim no céu e sobre a terra. Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que ordenei a vocês. Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo."

Hoje a Igreja nos convida a celebrar a Festa da Santíssima Trindade. Para isso nos propõe este texto, que é a conclusão do evangelho de Mateus.
           
O Evangelho condensa toda cristologia e eclesiologia de Mateus. Compreende o último encontro de Jesus com seus discípulos e suas palavras finais à comunidade. A montanha e a Galiléia são lugares de revelação. Distante do centro do poder religioso, Jesus se encontra com toda a comunidade, testemunha de sua ressurreição. Nos vv. 18b-20 são resumidos temas importantes do Evangelho: 

1• A autoridade suprema foi dada a Jesus pelo Pai; e com essa autoridade Ele envia toda a comunidade para a missão universal, não mais limitada aos judeus. Não vão ter discípulos próprios, mas fazer discípulos de Jesus. 

2• O seguimento de Jesus é partilhado com todas as nações, incentivo à comunidade de Mateus, constituída de judeus; como rito de consagração indica o batismo em nome da Trindade. 

3• Jesus ressuscitado é o Deus-conosco para sempre, até o fim do mundo.
Nos evangelhos, a ressurreição é o fim da vida de Jesus e a duração é de apenas um dia. Nos Atos dos Apóstolos, a ressurreição é o começo da missão, com duração de 40 dias, quando Jesus fala do Reino de Deus. O número 40 é simbólico e designa preparação, reeducação, discernimento, e também crise e tentação.

Na Ascensão Jesus não se retira; é exaltado, glorificado. A parusia não é o retorno de um ausente, mas a manifestação gloriosa de Jesus sempre presente na comunidade. A ascensão não significa o fim da história desejada pelos discípulos. É começo da missão em Jerusalém, em toda a Judéia, na Samaria e até os confins da terra.
             
Atualizando:

A montanha representa o programa da comunidade que é o mesmo de Jesus. É necessário mexer-se, descer da montanha, baixar os olhos para as realidades deste mundo, indo ao encontro de Jesus na “Galiléia”, anunciando suas palavras e ações em favor dos excluídos, exercendo a mesma autoridade dele, que quer salvar a todos. O Ressuscitado é o Emanuel que está no meio de nossas comunidades; sua glória é estar conosco e nós o glorificamos quando o reconhecemos e o aceitamos como Senhor único e absoluto, única Cabeça da Igreja, razão de nossa esperança.

Com Jesus, somos elevados, introduzidos na intimidade do Pai e confirmados na missão como suas testemunhas. Comendo sua carne e bebendo seu sangue, comungamos seu corpo glorioso e já estamos em ascensão, antecipando na esperança a vida plena e definitiva.

Fonte: http://www.redecelebra.com.br/imprimirLeitura.php?id=236

Estou com vocês todos os dias! (Mt 28,16-20)

Texto extraído do livro "Travessia: Quero misericórdia e não sacrifício -
Círculos Bíblicos sobre o Evangelho de Mateus". 
Coleção A Palavra na Vida 135/136. 
Autoria de Carlos Mesters, Mercedes Lopes e Francisco Orofino. 
Mais informações pelo endereço vendas@cebi.com.br

Chegamos ao final do Evangelho de Mateus. No início, ao apresentar Jesus, o evangelista tinha dito que Jesus é Emanuel, Deus Conosco (Mt 1,23). Agora, no fim, ele comunica a mesma certeza, pois a fé, proclama pelas comunidades que Jesus ressuscitou e estará conosco até o fim dos tempos (Mt 28,7.18-20).


Mateus 18,16-20: "Vão pelo mundo afora! Estou com vocês!"

A manifestação de Jesus na montanha da Galiléia não é evidente para todos. Uns acreditam. Outros duvidam. Mesmo diante da visão da sua glória e autoridade, Jesus continua pedindo um ato de fé. Neste último encontro, ele dá aos discípulos e discípulas a missão de levar a Boa Nova da Ressurreição a todas as nações do mundo. A pequena comunidade deverá ser Luz das Nações, realizando sua missão junto aos pequeninos e fazendo com que as outras pessoas se tornem também discípulas de Jesus.