segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O aprendizado da vida

Com o passar dos anos, aprendemos que um sorriso representa muito mais que mil palavras;

que os verdadeiros amigos são aqueles que se fazem presentes nos momentos em que mais precisamos;

que a vida, muitas vezes, nos apresenta caminhos íngremes e subversos, porém a vista ao chegar no topo é maravilhosa;

que muitas vezes os caminhos mais fáceis não são os que obteremos mais sucessos e que a glória da conquista é sentida por poucos, pois são esses poucos que sabem lidar com as dificuldades encontradas durante o percurso.

Aprendemos também que escutar e entender uma pessoa é muito mais gratificante do que sermos escutados;

que as pessoas são muito mais do que a aparência, pois a verdadeira beleza está dentro de cada um de nós;

que a vida tem que ser vivida da forma mais excitante possível, pois o tempo é curto, mas o mesmo se faz menor para aqueles que não possuem a capacidade de sonhar;

que um conselho sincero não é para ser seguido, mas sim para ser pensado.

Aprendemos também que sonhar é muito fácil, mas realizar esse sonho é uma tarefa árdua e cansativa;

que as oportunidades muitas vezes são únicas, por isso devemos estar sempre preparados;

que as mudanças muitas vezes são difíceis mas fugir da realidade é muito mais vergonhoso;

que jamais conheceremos realmente uma pessoa se não dermos à mesma a chance de nos conhecer.

Aprendemos também o significado da frase: “Não contentar-se de contente”, pois temos a necessidade de estarmos sempre renovando nossa vida, pois um sonho só dura o tempo de tornar-se realidade e, após isso, novas metas devem ser traçadas para que a nossa vida tenha um verdadeiro sentido e valor.

Aprendemos também que um gesto pode não refletir um sentimento;

que existem várias formas de se expressar o amor, mas nenhuma se compara à estonteante felicidade de conviver ao lado das pessoas de quem realmente se ama.

Porém, o mais interessante dessa caminhada, conhecida como vida, é que todas as coisas que aprendemos até hoje é quase nada perto do que a vida irá nos mostrar durante o passar dos nossos anos e que constantemente estamos nos deparando com novidades e que muitas vezes essas se encontram em pequenas coisas.

Autor: Carlos Eduardo (CAE) Janeiro/2003

sábado, 28 de janeiro de 2012

O PRIMEIRO IMPACTO DA BOA NOVA DE JESUS NO POVO - FAZER ENXERGAR E ACOLHER OS EXCLUÍDOS! (MARCOS 1,21-34)

Texto extraído do livro "Caminhando com Jesus"
Série A Palavra na Vida - Edição 182/183
Autores: Carlos Mesters e Mercedes Lopes
Páginas: 28 a 31
CEBI Publicações
vendas@cebi.org.br

1. SITUANDO
O texto de hoje descreve várias atividades de Jesus: a admiração do povo diante do ensinamento de Jesus (Mt 1,21-22), o primeiro milagre da expulsão de um demônio (Mt 1,23-28), a cura da sogra de Pedro (Mc 1,29-31), a cura e muitos doentes (Mc 1,32-34). Marcos recolheu estes episódios, que eram transmitidos oralmente nas comunidades, e os uniu entre si como tijolos numa parede.
Nos anos 70, época em que Marcos escreveu, as comunidades necessitavam de orientação. Descrevendo como foi o início da atividade de Jesus, Marcos indicava como elas deviam fazer para anunciar a Boa Nova aos que viviam oprimidos pelo medo dos demônios, pela imposição arbitrária de normas ultrapassadas, pela perseguição por parte do Império Romano. Marcos fez catequese contando para as comunidades os fatos e acontecimentos da vida de Jesus.
2. COMENTANDO
1. Marcos 1,21-22: Admirado com o ensino de Jesus, o povo cria consciência crítica
A primeira coisa que Jesus faz é chamar gente para formar comunidade (Mc 1,16-20). A primeira coisa que o povo percebe é o jeito diferente de Jesus ensinar. Não é tanto o conteúdo, mas sim o jeito de ensinar, que impressiona. Por este seu jeito diferente, Jesus cria consciência crítica no povo com relação às autoridades religiosas da época. O povo percebe, compara e diz: Ele ensina com autoridade, diferentemente dos escribas. Os escribas da época ensinam citando autoridades. Jesus não cita autoridade nenhuma, mas fala a partir da sua experiência de Deus e da vida.
2. Marcos 1,23-26: Jesus combate o poder do mal
O primeiro milagre é a expulsão de um demônio. O poder do mal tomava conta das pessoas e as alienava de si mesmas. Hoje também, muita gente vive alienada de si mesma pelo poder dos meios de comunicação, da propaganda do governo e do comércio. Vive escrava do consumismo, oprimida pelas prestações e ameaçada pelos cobradores. Acha que não vive direito como gente se não comprar aquilo que a propaganda anuncia. Em Marcos, o primeiro gesto de Jesus consiste em expulsar e combater o poder do mal. Jesus envolve as pessoas a si mesmas. Devolve a consciência e a liberdade.
3. Marcos 1,27-28: A reação do povo - o primeiro impacto
Os dois primeiro sinais da Boa Nova que o povo percebe em Jesus são estes: o seu jeito diferente de ensinar as coisas de Deus e o seu poder sobre os espíritos impuros. Jesus abre um novo caminho para o povo conseguir a pureza através do contato com ele. Naquele tempo, uma pessoa que era declarada impura já não podia comparecer diante de Deus para rezar e receber a bênção prometida por Deus a Abraão. Teria que se purificar primeiro. Assim, havia muitas leis e normas que dificultavam a vida do povo e marginalizavam muita gente como impura. Agora, purificadas por Jesus, as pessoas impuras podiam comparecer novamente à presença de Deus.
4. Marcos 1,29-31: Jesus restaura a vida para o serviço
Depois de participar da celebração do sábado, na sinagoga, Jesus entra na casa de Pedro e cura a sogra dele. A cura faz com que ela se coloque imediatamente de pé. Com a saúde e a dignidade recuperadas, ela se põe a serviço das pessoas. Jesus não só cura, mas cura para que a pessoa se coloque a serviço da vida.
5. Marcos 1,32-24: Jesus acolhe os marginalizados
Ao cair da tarde, terminado o sábado, na hora do aparecimento da primeira estrela no céu, Jesus acolhe e cura os doentes e os possessos que o povo tinha trazido. Doentes e possessos eram as pessoas mais marginalizadas naquela época. Elas não tinham a quem recorrer. Ficavam entregues à caridade pública. Além disso, a religião as considerava impuras. Elas não podiam participar da comunidade. Era como se Deus as rejeitasse e as excluísse. Jesus as acolhe. Assim, aparece em que consiste a Boa Nova de Deus e o que ela quer atingir na vida da gente: acolher os marginalizados e os excluídos e reintegrá-los na convivência.
3. ALARGANDO
Os oito pontos da missão da comunidade
Um duplo cativeiro marcava a situação do povo na época de Jesus: o cativeiro da religião oficial, mantida pelas autoridades religiosas da época, e o cativeiro da política de Herodes, apoiada pelo Império Romano e mantida por todo um sistema bem organizado da exploração e de repressão. Por causa disso, uma grande parte do povo vivia excluída, enxotada e sem lugar, nem na religião nem na sociedade. Era o contrário da fraternidade que Deus sonhou para todos! É neste contexto que Jesus começa a realizar sua missão.
Após a descrição da preparação da Boa Nova (Mc 1,1-13) e da sua proclamação (Mc 1,14-15), Marcos reúne, um depois do outro, oito episódios ou atividades de Jesus para descrever a missão das comunidades (Mc 1,16-45). É a mesma missão que Jesus recebeu do Pai (Jo 20,21). Estes oito episódios são oito critérios para as comunidades fazerem uma boa revisão e verificar se estão realizando bem a sua missão. Vejamos:
1) Mc 1,16-20: Criar comunidade - A primeira coisa que Jesus faz é chamar pessoas para segui-lo. A tarefa básica da missão é congregar as pessoas em torno de Jesus e criar comunidade.
2) Mc 1,21-22: Despertar consciência crítica - A primeira coisa que o povo percebe é a diferença entre o ensino de Jesus e o dos escribas. Faz parte da missão contribuir para que o povo crie consciência crítica frente à religião social.
3) Mc 1,23-28: Combater o poder do mal - O primeiro milagre de Jesus é a expulsão de um espírito impuro. Faz parte da missão combater o poder do mal que estraga a vida e aliena as pessoas de si mesmas.
4. Mc 1,29-31: Restaurar a vida para o serviço - Jesus curou a sogra de Pedro, ela levantou-se e começou a servir. Faz parte da missão preocupar-se com os doentes de tal modo que possam levantar-se e voltar a prestar serviço aos outros.
5. Mc 1,32-34: Acolher os marginalizados - Depois que o sábado passou, o povo trouxe até Jesus todos os doentes e endemoninhados, para que Jesus os curasse, e ele curou a todos, impondo-lhes as mãos. Faz parte da missão acolher os marginalizados.
6. Mc 1,35: Permanecer unido ao Pai pela oração - Após um dia de trabalho até tarde, Jesus se levantou cedo para poder rezar num lugar deserto. Faz parte da missão permanecer unido à fonte da Boa Nova que é o Pai, através da oração.
7. Mc 1,36-39: Manter a consciência da missão - Os discípulos gostaram do resultado e queriam que Jesus voltasse. Mas ele seguiu adiante. Faz parte da missão não se fechar no resultado já obtido e manter viva a consciência da missão.
8. Mc 1,40-45: Reintegrar os marginalizados na convivência - Jesus cura um leproso e pede que se apresente ao sacerdote para poder ser declarado curado e voltar a conviver com o povo. Faz parte da missão reintegrar os marginalizados na convivência humana.
Esses oito pontos, tão bem escolhidos por Marcos, mostram o rumo e o objetivo da missão de Jesus: "Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância" (Jo 10,10). Estes mesmos oito pontos podem servir como avaliação para a nossa comunidade. Por aí a gente vê como Marcos constrói o seu Evangelho. Construção bonita, que leva em conta duas coisas ao mesmo tempo (1) informa as pessoas a respeito das coisas que Jesus fez e ensinou; (2) forma as comunidades e as pessoas para a missão de anunciadores e anunciadoras da Boa Nova.


Ser Padre - Dom Hélder Câmara

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Brasil: o Pentecostes do Padre Marcelo

Muda o rosto do catolicismo do país mais populoso da América Latina. Os carismáticos se propagam aos milhões. E têm como estrela um sacerdote que lota os estádios pregando o amor de Deus.

A análise é de Sandro Magister, publicada em seu site, Chiesa, 26-01-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

O Brasil, que será o palco da próxima Jornada Mundial da Juventude, é o país com o maior número de católicos do globo, à frente do México, Filipinas, Estados Unidos e Itália.

Mas, enquanto até 1980 nove em cada dez brasileiros eram católicos, hoje, os pertencentes à Igreja de Roma caíram para dois terços da população.

Os outros passaram, em grande parte, para o protestantismo. A um protestantismo quase totalmente carismático, pentecostal.

Celebrações festivas, música, canto, curas, linguagem inspirada: as características do pentecostalismo estão próximas da religiosidade popular que a teologia da libertação – em voga na Igreja Católica brasileira nos anos 1970 e 1980 – julgava negativamente, acusando-a de descompromisso social.

Enquanto isso, no entanto, mesmo dentro da Igreja Católica, o pentecostalismo se propagava com uma rapidez surpreendente. Em uma forma ortodoxa, com o nome de Renovação no Espírito. E a hierarquia decidiu dar-lhe espaço. O cardeal Cláudio Hummes, um dos líderes mais proeminentes da Igreja Católica brasileira, de juvenis simpatias pela teologia da libertação, se converteu em um fervoroso defensor da Renovação no Espírito.

Hoje, segundo as estimativas de um estudioso confiável como David Barrett, os protestantes pentecostais e os católicos carismáticos totalizam, juntos, no Brasil, 80 milhões de fiéis, 40% de toda a população. Destes, os católicos seriam cerca de 35 milhões.

"O caso do padre Marcelo Rossi – comenta Massimo Introvigne, sociólogo das religiões – é o exemplo mais surpreendente dessa versão católica do pentecostalismo, no fundo, também ela, uma 'nova evangelização'".

 

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

25 de janeiro - Conversão de São Paulo

O martírio de São Paulo é celebrado junto com o de São Pedro, em 29 de junho, mas sua conversão tem tanta importância para a história da Igreja que merece uma data à parte. Neste dia, no ano 1554, deu-se também a fundação da que seria a maior cidade do Brasil, São Paulo, que ganhou seu nome em homenagem a tão importante acontecimento.

Saulo, seu nome original, nasceu no ano 10 na cidade de Tarso, na Cilícia, atual Turquia. À época era um polo de desenvolvimento financeiro e comercial, um populoso centro de cultura e diversões mundanas, pouco comum nas províncias romanas do Oriente. Seu pai Eliasar era fariseu e judeu descendente da tribo de Benjamim, e, também, um homem forte, instruído, tecelão, comerciante e legionário do imperador Augusto. Pelo mérito de seus serviços recebeu o título de Cidadão Romano, que por tradição era legado aos filhos. Sua mãe uma dona de casa muito ocupada com a formação e educação do filho.

Portanto, Saulo era um cidadão romano, fariseu de linhagem nobre, bem situado financeiramente, religioso, inteligente, estudioso e culto. Aos quinze anos foi para Jerusalém dar continuidade aos estudos de latim, grego e hebraico, na conhecida Escola de Gamaliel, onde recebia séria educação religiosa fundamentada na doutrina dos fariseus, pois seus pais o queriam um grande Rabi, no futuro.

Parece que era mesmo esse o anseio daquele jovem baixo, magro, de nariz aquilino, feições morenas de olhos negros, vivos e expressivos. Saulo já nessa idade se destacava pela oratória fluente e cativante marcada pela voz forte e agradável, ganhando as atenções dos colegas e não passando despercebido ao exigente professor Gamaliel.

Saulo era totalmente contrário ao cristianismo, combatia-o ferozmente, por isso tinha muitos adversários. Foi com ele que Estêvão travou acirrado debate no templo judeu, chamado Sinédrio. Ele tanto clamou contra Estevão que este acabou apedrejado e morto, iniciando-se então uma incansável perseguição aos cristãos, com Saulo à frente com total apoio dos sacerdotes do Sinédrio.

Um dia, às portas da cidade de Damasco, uma luz, descrita nas Sagradas Escrituras como "mais forte e mais brilhante que a luz do Sol", desceu dos céus ao mesmo tempo em que ouviu a voz de Jesus pedindo para que parasse de persegui-Lo e aos seus e, ao contrário, se juntasse aos apóstolos que pregavam as revelações de Sua vinda à Terra. Os acompanhantes que também tudo ouviram, mas não viram quem falava, quando a luz desapareceu ajudaram Saulo a levantar pois não conseguia mais enxergar. Saulo foi levado pela mão até a cidade de Damasco, onde recebeu outra "visita" de Jesus que lhe disse que nessa cidade deveria ficar alguns dias pois receberia uma revelação importante. A experiência o transformou profundamente e ele permaneceu em Damasco por três dias sem enxergar, e à seu pedido também sem comer e sem beber.

Depois Saulo teve uma visão com Ananias, um velho e respeitado cristão da cidade, na qual ele o curava. Enquanto no mesmo instante Ananias tinha a mesma visão em sua casa. Compreendendo sua missão, o velho cristão foi ao seu encontro colocando as mãos sobre sua cabeça fez Saulo voltar a enxergar, curando-o. A conversão se deu no mesmo instante pois ele pediu para ser Batizado por Ananias. De Damasco saiu a pregar a palavra de Deus, já com o nome de Paulo, como lhe ordenara Jesus, tornando-se Seu grande apóstolo.

Sua conversão chamou a atenção de vários círculos de cidadãos importantes e Paulo passou a viajar pelo mundo, evangelizando e realizando centenas de conversões. Perseguido incansavelmente, foi preso várias vezes e sofreu muito, sendo martirizado no ano 67, em Roma. Suas relíquias se encontram na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, na Itália, festejada no dia de sua consagração em 18 de novembro.

O Senhor fez de Paulo seu grande apóstolo, o apóstolo dos gentios, isto é, o evangelizador dos pagãos. Ele escreveu 14 cartas, expondo a mensagem de Jesus, que se transformaram numa verdadeira "Teologia do Novo Testamento". Também é o patrono das Congregações Paulinas que continuam a sua obra de apóstolo, levando a mensagem do Cristianismo a todas as partes do mundo, através dos meios de comunicação.
Fonte: http://www.paulinas.org.br/diafeliz/santo.aspx?Dia=25&Mes=1

sábado, 21 de janeiro de 2012

Jesus anuncia a Boa Nova de Deus e chama pessoas para segui-lo - Cada um de nós tem uma missão - (Marcos 1,14-20)

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Texto extraído do livro "Caminhando com Jesus",
Série A Palavra na Vida 182/183
Páginas 22-25
Autores: Carlos Mesters e Mercedes Lopes
Publicação: CEBI
1. SITUANDO

A Boa Nova de Deus foi preparada ao longo da história (Mc 1,1-8), foi proclamada solenemente pelo pai na hora do batismo de Jesus (Mc 1,9-11), foi testada e aprovada no deserto (Mc 1,12-13). Agora aparece o resultado da longa preparação: Jesus anuncia a Boa Nova publicamente ao povo (Mc 1,14-15) e convoca outras pessoas a participar do anúncio (Mc 1,16-20).

Nos anos 70, época em que Marcos escreveu, os cristãos, lendo essa descrição do início da Boa Nova, olhavam no espelho e viam retratado nele o início da sua própria comunidade. Aquela fonte que brotou na vida daqueles quatro primeiros discípulos podia, a qualquer momento, brotar também na vida deles.


2. COMENTANDO

1. Marcos 1,14: Jesus inicia o anúncio da Boa Nova de Deus
Marcos dá a entender que, enquanto Jesus se preparava no deserto, João Batista tinha sido preso pelo rei Herodes. Diz o texto: Depois que João foi preso, Jesus voltou para a Galiléia proclamando a Boa Nova de Deus. A prisão de João Batista não assustou a Jesus! Pelo contrário! Ele viu nela um sinal da chegada do Reino. Hoje, os fatos da política e da polícia também influem no anúncio que nós fazemos da Boa Nova ao povo. Marcos diz que Jesus proclamava a Boa Nova de Deus. Pois Deus é a maior Boa Notícia para a vida humana. Ele responde à aspiração mais profunda do nosso coração.

2. Marcos 1,15: O resumo da Boa Notícia de Deus
O anúncio da Boa Nova de Deus tem quatro pontos: (1) Esgotou-se o prazo! (2) O Reino de Deus chegou! (3) Mudem de vida! (4) Acreditem nesta Boa Notícia! (Mc 1,14-15). Estes quatro pontos são um resumo de toda a pregação de Jesus. Cada um deles tem um significado importante:

1) Esgotou-se o prazo!
Para os outros judeus, o prazo ainda não tinha se esgotado. Faltava muito para o Reino chegar. Para os fariseus, por exemplo, o Reino só chegaria quando a observância da Lei fosse perfeita. Para os essênios, quando o país fosse purificado ou quando eles tivessem o domínio sobre o país. Jesus pensa de modo diferente. Ele tem outra maneira de ler os fatos. Diz que o prazo já se esgotou.

2) O Reino de Deus chegou!
Para os fariseus e os essênios, a chegada do Reino dependia do esforço deles. Só chegaria depois que eles tivessem realizado a sua parte, a saber, observar toda a lei, purificar todo o país. Jesus diz o contrário: "O Reino chegou!" Já estava aí! Independentemente do esforço feito! Quando Jesus diz "O Reino chegou!", ele não quer dizer que o Reino estava chegando só naquele momento, mas sim que já estava aí. Aquilo que todos esperavam já estava presente no meio do povo, e eles não o sabiam nem o percebiam (cf. Lc 17,21). Jesus o percebeu! Pois ele lia a realidade com um olhar diferente. E é esta presença escondida do Reino no meio do povo que Jesus vai revelar e anunciar aos pobres da sua terra. É esta a semente do Reino que vai receber a chuva da sua palavra e o calor do seu amor.

3) Mudem de Vida!
Alguns traduzem "Fazei Penitência". Outros, "Convertei-vos ou Arrependei-vos". O sentido exato é mudar o modo de pensar e de viver. Para poder perceber essa presença do Reino, a pessoa terá que começar a pensar, a viver e a agir de maneira diferente. Terá que mudar de vida e encontrar outra forma de convivência! Terá que deixar de lado o legalismo do ensino dos fariseus e permitir que a nova experiência de Deus invada sua vida e lhe dê olhos novos para ler e entender os fatos.

4) Acreditem nesta Boa Notícia!
Não era fácil aceitar a mensagem. Não é fácil você começar a pensar de forma diferente de tudo que aprendeu, desde pequeno. Isto só é possível através de um ato de fé. Quando alguém vem trazer uma notícia diferente, difícil de ser aceita, você só aceita se a pessoa que traz a notícia for de confiança. Aí, você dirá aos outros: "Pode aceitar! Eu conheço a pessoa! Ela não engana, não. É de confiança. Fala a verdade!" Jesus é de confiança! 

3. Marcos 1,16-20: O primeiro objetivo do anúncio da Boa Nova é formar comunidade
Jesus passa, olha e chama. Os quatro escutam, largam tudo e seguem a Jesus. Parece amor à primeira vista! Conforme a narração de Marcos, tudo isto aconteceu logo no primeiro encontro com Jesus. Comparando com os outros evangelhos, a gente percebe que os quatro já conheciam a Jesus (Jo 1,39; Lc 5,1-11). Já tiveram a oportunidade de conviver com ele, de vê-lo ajudar o povo ou de escutá-lo na sinagoga. Sabiam como ele vivia e o que pensava. O chamado não foi coisa de um só momento, mas sim de repetidos chamados e convites, de avanços e recuos. O chamado começa e recomeça sempre de novo! Na prática, coincide com a convivência dos três anos com Jesus, desde o batismo até o momento em que Jesus foi levado ao céu (At 1,21-22). Então, por que Marcos o apresenta como amor à primeira vista? Marcos pensa no ideal: o encontro com Jesus deve provocar um mudança radical na vida da gente!

3. ALARGANDO
O chamado para seguir Jesus

O chamado é de graça.
Não custa. Mas acolher o chamado exige compromisso. É o momento de entrar na nova família de Jesus, na comunidade (Mc 3,31-35). Jesus não esconde as exigências. Quem quer segui-lo deve saber o que está fazendo: deve mudar de vida e crer na boa Nova (Mc 1,15), deve estar disposto ou disposta a abandonar tudo. Do contrário, "não pode ser meu discípulo" (Lc 14,33). O peso não cai na renúncia, mas sim no amor que dá sentido à renúncia. É por amor a Jesus (Lc 9,24) e ao Evangelho (Mc 8,35) que o discípulo ou a discípula deve renunciar a si mesmo, carregar sua cruz, todos os dias, e segui-lo (Mc 8,34-35; Mt 10,37-39; 16,24-26; 19,27-29).

Os discípulos são o xodó de Jesus.
No Evangelho de Marcos, a primeira coisa que Jesus faz é chamar discípulos (Mc 1,16-20), e a última que faz é chamar discípulos (Mc 16,7.15). Jesus passa e chama. Eles largam tudo e seguem a Jesus. Parece que não lhes custa nada. Largam a família. Largam os barcos e as redes (Mc 1,16-20). Levi largou a coletoria, fonte da sua riqueza (Mc 2,13-14). Seguir Jesus supõe ruptura! Eles começam a formar um grupo, uma comunidade itinerante. É a comunidade de Jesus (Mc 3,13-14.34).

Os discípulos acompanham Jesus por todo canto.
Entram com ele na sinagoga (Mc 1,21) e nas casas até dos pecadores (Mc 2,15). Passeiam com ele pelos campos, arrancando espigas (Mc 2,23). Andam com ele ao longo do mar, onde o povo os procura (Mc 3,7). Ficam a sós com ele e podem interrogá-lo (Mc 4,10.34). Vão à casa dele, convivem com ele e vão com ele até Nazaré, a terra dele (Mc 6,1). Com ele atravessam o mar e vão para o outro lado (Mc 5,1).

Participam da dureza da nova caminhada.
Tanta gente os procura, que já não têm tempo para comer (Mc 3,20). Eles começam a sentir-se responsáveis pelo bem-estar de Jesus: ficam perto dele, cuidam dele e mantêm um barco pronto para ele não se esmagado pelo povo que avança (Mc 3,9; cf. 5,31). E no fim de um dia de trabalho levam a ele, exausto, para o outro lado do lago (Mc 4,36). A convivência se torna íntima e familiar. Jesus chega a dar apelidos a alguns deles. A João e Tiago chamou de Filhos do Trovão, e a Simão deu o apelido de Pedra ou Pedro (Mc 3,16-17). Ele vai a casa deles e se preocupa com os problemas da família deles. Curou a sogra de Pedro (Mc 1,29-31).

Andando com Jesus, eles seguem a nova linha
e começam a perceber o que serve para a vida e o que não serve. A atitude livre e libertadora de Jesus faz com que criem coragem para transgredir normas religiosas que pouco ou nada têm a ver com a vida: arrancam espigas em dia de sábado (Mc 2,23-24), entram em casa de pecadores (Mc 2,15), comem sem lavar as mãos (Mc 7,2) e já não insistem em fazer jejum (Mc 2,18). Por isso, são envolvidos nas tensões e brigas de Jesus com as autoridades e são criticados e condenados pelos fariseus (Mc 2,16.18.24). Mas Jesus os defende (Mc 2,19.25-27; 7,6-13).

Distanciam-se das posições anteriores.
O próprio Jesus os distingue dos outros e diz claramente: "A vocês é dado o ministério do Reino, mas aos de fora tudo acontece em parábolas" (Mc 4,11), pois "os de fora" têm olhos mas não enxergam, têm ouvidos e não escutam (Mc 4,12). Jesus considera os discípulos e as discípulas como seus irmãos e suas irmãs. É a sua nova família (Mc 3,33-34). Eles recebem formação. As parábolas narradas ao povo, Jesus as explica a eles quando estão sozinhos em casa (Mc 4,10s.34).
Na raiz desse grande entusiasmo está a pessoa de Jesus que chama. Está a Boa Nova do Reino que atrai! Eles seguem Jesus. Ainda não percebem todo o alcance que o contato com Jesus implica para a vida deles. Isto, por enquanto, nem importa! O que importa é poder seguir Jesus que anuncia a tão esperada Boa Nova do Reino. Até que enfim, o Reino chegou (Mc 1,15)!

Resumindo:

Seguir Jesus era uma expressão que os primeiros cristãos usavam para indicar o relacionamento deles com Jesus e entre eles mesmos na comunidade. Significava três coisas:

1) Imitar o exemplo do Mestre: Jesus era modelo a ser imitado. A convivência diária com Jesus na comunidade permitia um confronto constante. Nesta "Escola de Jesus" só se ensinava uma única matéria: o Reino! E o Reino se reconhecia na vida e na prática de Jesus.

2) Participar do destino do Mestre: Quem seguia Jesus devia comprometer-se com ele e "estar com ele nas tentações" (Lc 22,28), inclusive na perseguição (Jo 15,20; Mt 10,24-25). Devia estar disposto até a morrer com ele (Jo 11,16).

3) Ter a vida de Jesus dentro de si: Depois da Páscoa, acrescentou-se uma terceira dimensão: identificar-se com Jesus ressuscitado, vivo na comunidade. "Vivo, mas já não sou eu, é Cristo que vive em mim" (Gl 2,20). Participar da sua morte e ressurreição (Filipenses 3,8-11).


Fonte: http://www.cebi.org.br/noticia.php?secaoId=1&noticiaId=2689

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Que eu não perca…

Que Deus não permita que eu perca o ROMANTISMO,
mesmo sabendo que as rosas não falam…

Que eu não perca o OTIMISMO,
mesmo sabendo que o futuro
que nos espera pode não ser tão alegre…

Que eu não perca a VONTADE DE VIVER,
mesmo sabendo que a vida é,
em muitos momentos, dolorosa…

Que eu não perca a vontade de TER GRANDES AMIGOS,
mesmo sabendo que, com as voltas do mundo,
eles acabam indo embora de nossas vidas…

Que eu não perca a vontade de AJUDAR AS PESSOAS,
Mesmo sabendo que muitas delas são incapazes
de ver, reconhecer e retribuir, esta ajuda…

Que eu não perca o EQUILÍBRIO, mesmo sabendo
que inúmeras forças querem que eu caia…

Que eu não perca A VONTADE DE AMAR,
mesmo sabendo que a pessoa que
eu mais amo pode não sentir o mesmo sentimento por mim…

Que eu não perca a LUZ E O BRILHO NO OLHAR,
mesmo sabendo que muitas coisas
que verei no mundo escurecerão os meus olhos…

Que eu não perca a GARRA,
mesmo sabendo que a derrota e a perda
São dois adversários extremamente perigosos…

Que eu não perca a RAZÃO,
mesmo sabendo que as tentações da vida
são inúmeras e deliciosas…

Que eu não perca o sentimento de JUSTIÇA,
mesmo sabendo que o prejudicado possa ser eu…

Que eu não perca o meu FORTE ABRAÇO,
mesmo sabendo que um dia os meus braços estarão fracos…

Que eu não perca a BELEZA E A ALEGRIA DE VIVER,
mesmo sabendo que muitas lágrimas brotarão dos meus olhos
e escorrerão por minha alma…

Que eu não perca o AMOR POR MINHA FAMÍLIA,
mesmo sabendo que ela muitas vezes
me exigirá esforços incríveis para manter a sua harmonia…

Que eu não perca a vontade de DOAR ESTE ENORME AMOR que existe em meu coração,
mesmo sabendo que muitas vezes ele será submetido e até rejeitado…

Que eu não perca a vontade de SER GRANDE,
mesmo sabendo que o mundo é pequeno…

E acima de tudo…
Que eu jamais me esqueça que Deus me ama infinitamente!
Que um pequeno grão de alegria e esperança dentro de cada um
é capaz de mudar e transformar qualquer coisa, pois…
A VIDA É CONSTRUÍDA NOS SONHOS
SE CONCRETIZADA NO AMOR!

Autor: Chico Xavier

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

O difícil e o impossível

Confundimos sempre o difícil e o impossível, fazendo de tudo uma mesma coisa. Mas não é.

Difícil é algo que encontra obstáculos, geralmente grandes.
Impossível é um beco sem saída, é o inalcançável.

Mas em certas situações da vida não vemos essa diferença.
É quando as forças nos abandonam, o passado parece que recai na nossa cabeça e o futuro parece obscuro.
Nesses instantes de fraqueza tudo toma forma de impossível.
E, mesmo se ousamos sonhar, nos dizemos realistas quando afirmamos que esses sonhos são impossíveis.

Deixa eu dizer uma coisa…
tanto que os sonhos estão dentro da nossa cabeça, nunca estarão longe demais de nós.
Então, já não são impossíveis, apenas precisarão de algum esforço a mais para que se tornem realidade,
precisarão de um pouco mais de trabalho, perseverança,
atitude positiva, fé e coragem.
Precisarão de uma dose diária de ânimo.

É quando julgamos impossível que não fazemos nada,
porque já colocamos um ponto final onde nem começo teve.

Existe uma diferença entre difícil e inalcançável.
Difícil é sempre aquilo que vem com impedimentos e o inalcançável nossas mãos não tocam.
Portanto… mesmo o inalcançável a gente acaba tocando com o coração.
Não é o caso do brilho das estrelas e do luar?

Nossos sonhos só são altos demais se nos curvamos diante deles, se nos fazemos miúdos e deixamos de olhar para a frente.
Impossível mesmo é aquilo que não tem mais volta porque o fôlego se foi.
Tudo o mais são simples etapas que devem ser vencidas,
caminhos que devem ser atravessados.

Experimente dar um primeiro passo…
e isso vai fazer toda a diferença!

Autora: Letícia Thompson

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Um olhar para o Jesus no Evangelho de Marcos - 09.janeiro.2012.wmv

Deus sabe...

Quando você está cansado e desencorajado por esforços que não deram frutos,
Deus sabe o quanto você tentou ...

Quando você chorou por longo tempo,
com o coração cheio de angústia,
Ele contou suas lágrimas...

Quando você sente que sua vida está perdida e que muito tempo também se perdeu,
Ele está confortando você ...

Quando você sente que já tentou de tudo e não sabe por onde recomeçar,
Ele tem a solução...

Quando, de repente, tudo lhe parece mais brilhante e você percebe uma luz de esperança,
nesse momento
Ele soprou nos seus ouvidos...

Quando as coisas vão bem e você tem muito para agradecer,
Ele está festejando com você ...

Quando algo lhe traz muita alegria e você se sente refortalecido,
Ele está sorrindo para você ...

Lembre-se que onde você estiver,seja na tristeza ou na felicidade, mesmo que ninguém mais saiba,
Deus sabe ...

OBRIGADA POR ESTAR GUIANDO MEUS CAMINHOS ....


Autor: desconhecido

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Amanhã pode ser tarde demais...

Ontem?...Isso faz tempo!...
Amanhã?...Não nos cabe saber...

Amanhã pode ser muito tarde
Para você dizer que ama,
Para você dizer que perdoa,
Para você dizer que desculpa,
Para você dizer que quer tentar de novo...

Amanhã pode ser muito tarde
Para você pedir perdão,
Para você dizer: Desculpe-me, o erro foi meu!...

O seu amor, amanhã, pode já ser inútil;
O seu perdão, amanhã, pode já não ser preciso;
A sua volta, amanhã, pode já não ser esperada;
A sua carta, amanhã, pode já não ser lida;
O seu carinho, amanhã, pode já não ser mais necessário;
O seu abraço, amanhã, pode já não encontrar outros braços...
Porque amanhã pode ser muito...muito tarde!

Não deixe para amanhã para dizer:
Eu amo você!
Estou com saudades de você!
Perdoe-me!
Desculpe-me!
Esta flor é para você!
Você está tão bem!...

Não deixe para amanhã
O seu sorriso,
O seu abraço,
O seu carinho,
O seu trabalho,
O seu sonho,
A sua ajuda...

Não deixe para amanhã para perguntar:
Por que você está triste?
O que há com você?
Ei!...Venha cá, vamos conversar...
Cadê o seu sorriso?
Ainda tenho chance?...
Já percebeu que eu existo?
Por que não começamos de novo?
Estou com você.
Sabe que pode contar comigo?
Cadê os seus sonhos?
Onde está a sua garra?...

Lembre-se:
Amanhã pode ser tarde...muito tarde!
Procure.
Vá atrás!
Insista!
Tente mais uma vez!
Só hoje é definitivo!
Amanhã pode ser tarde...muito tarde!...


Autor: desconhecido

sábado, 7 de janeiro de 2012

Em busca de uma síntese integradora: os três reis magos

Leonardo Boff
Na Bíblia do Novo Testamento, há duas versões do nascimento de Jesus. Uma do evangelho de Lucas que culmina com a adoração dos pastores. A outra, do evangelho de Mateus, que se concentra na adoração dos três reis magos.

A lição é: judeus e não-judeus (antigamente se dizia pagãos), cada um a seu modo, tem acesso a Jesus e participam da alta significação que ele encarna. Tentemos captar o sentido dos reis magos, festa que as Igrejas celebram no dia 6 de Janeiro, hoje quase esquecida.

As Escrituras judaico-cristãs deixam claro que Deus não se revelou apenas aos judeus. Antes de surgir o povo de Israel com Abraão, revelou-se a Enoque, a Noé, a Melquisedeque, depois a Balaão e a um não judeu, o rei Ciro a quem, pela primeira vez na Bíblia, se atribui o título de Messias. E nunca deixou de se revelar aos seres humanos, de muitas formas diferentes, pois todos são seus filhos e filhas e ouvintes da Palavra. Os reis magos estão entre eles. Quem eram? Diz-se que eram astrólogos vindos provavelmente da Babilônia.

Naquele tempo astronomia e astrologia caminhavam juntas. Certo dia, estes sábios descobriram uma estranha conjunção de Júpiter com Saturno que se aproximaram de tal forma que pareciam uma única grande estrela, na constelação de Peixes. O grande astrônomo Kepler (+1630) fez cálculos astronômicos e mostrou efetivamente que no ano 6 antes de Cristo (data do nascimento de Cristo pelo calendário corrigido) ocorreu tal conjunção.

Para os sábios, este fato possuia grande signficação. Júpiter, na leitura astronômica da época, era o símbolo do Senhor do mundo. Saturno era a estrela do povo judeu. E a constelação de Peixes era o sinal do fim dos tempos. Os sábios babilônicos assim interpretaram: no povo judeu (Saturno) nascerá o Senhor do mundo (Júpiter) sinalizando o fim dos tempos (Peixes). Então se puseram a caminho para prestar-lhe homenagem.

Sempre houve na história dos povos, pessoas simples ou sábias que se puseram a caminho em busca de salvação, quer dizer, de uma totalidade integradora que superasse as rupturas da existência humana. Deus veio ao encontro desta busca entrando nos modos de ser e de pensar das respectivas pessoas.

Mas por que foram encontrar Jesus? Porque, segundo a compreensão dos evangelistas, Jesus é um princípio de ordem e de criação de uma grande síntese humana, divina e cósmica. Quando dão a ele o título de Cristo (ungido em grego) querem expressar esta convicção. Cristo não é um nome de pessoa, mas uma qualidade conferida a alguém para cumprir uma missão que, no caso, é concretizar uma síntese integradora (salvação). Jesus operou tal síntese; por isso o chamaram de Cristo. Pessoa e missão se identificaram de tal forma que Jesus Cristo se transformou num nome. Mais correto seria dizer, Jesus, o Cristo. Esta síntese é buscada e realizada em outras religiões e caminhos espirituais, embora sob outros nomes: Sabedoria, Logos, Iluminacão, Buda, Tao, Shiva etc. Estes são "ungidos e consagrados" (significado de Cristo) para serem um centro atrator e unificador de tudo o que há no céu e na terra. Mudam os nomes, mas o sentido é sempre o mesmo.


Nossa realidade, entretanto, é contraditória. É feita de elementos sim-bólicos e dia-bólicos, de verdade e de falsidade, de luz e de sombras. Como criar uma ordem superior que ultrapasse essas contradições? Sentimos a urgência de um Centro ordenador e animador de uma síntese pessoal, social e também cósmica.
Os evangelistas usaram o fenômeno astronômico do aparecimento de uma estrela para apresentar Jesus como aquele Senhor do Universo que vem sob a forma de uma frágil criança para unificar tudo. Essa Energia é divina mas não é exclusiva de Jesus. Ela se expressa sob muitas formas históricas e em muitas figuras religiosas, justas ou sábias e, no fundo, em cada pessoa. Em Jesus, o Cristo, ganhou uma concretização tal que mobilizou outras culturas com seus sábios vindos do Oriente, os Magos.

Todos os caminhos levam a Deus e Deus visita os seus em suas próprias histórias. Todos estão em busca daquela Energia unificadora que se esconde no signficado da palavra Cristo. Esse encontro com a Estrela que guiou os magos, produz hoje, como produziu ontem, alegria e sentimento de integração.


Haverá sempre uma Estrela no caminho de quem busca. Importa, pois, buscar com mente pura e sempre atenta aos sinais dos tempos como o fizeram os reis magos.


fonte: http://leonardoboff.wordpress.com/

domingo, 1 de janeiro de 2012

A visita do anjo aos pastores - Paz aos Excluídos! (Lc 2,1-20)

1. SITUANDO
O motivo que levou José e Maria a viajar para Belém foi o recenseamento decretado pelo imperador de Roma (Lc 2,1-7). Periodicamente, as autoridades romanas decretavam tais recenseamentos nas várias regiões do seu imenso império. Era para recadastrar a população e saber quanto cada pessoa tinha que pagar de imposto. Os ricos pagavam imposto sobre a terra e sobre os bens que possuíam. Os pobres pagavam pelo número de filhos. Às vezes, o imposto total chegava a mais de 50% dos rendimentos da pessoa.

Há uma diferença significativa entre o nascimento de Jesus e o nascimento de João. João nasce em casa, na sua terra, no meio dos parentes e vizinhos e é acolhido por todos (Lc 1,57-58). Jesus nasce desconhecido, fora de sua terra, no meio dos pobres, fora do ambiente da família e da vizinhança. "Não havia lugar para ele na hospedaria". Teve que ser deitado numa manjedoura.

2. COMENTANDO

2.1 Lucas 2,8-9: Os primeiros convidados

Os pastores eram pessoas marginalizadas, pouco apreciadas. Viviam junto com os animais, separados do convívio humano. Por causa do contato permanente com os animais eram considerados impuros. Ninguém jamais os convidava para vir visitar um recém-nascido. É a estes pastores que aparece o anjo do Senhor para transmitir a grande notícia do nascimento de Jesus. Diante da aparição dos anjos, eles ficam com medo.

2.2 Lucas 2,10-12: O primeiro anúncio da boa-nova

A primeira palavra do anjo é: "Não tenham medo!" A segunda é: "Alegria para todo o povo!" A terceira é: "Hoje!" Em seguida, vêm três nomes para identificar quem é Jesus: Salvador, Cristo e Senhor! SALVADOR é aquele que liberta todos de tudo que os amarra! Os governantes daquele tempo gostavam de usar o título de Salvador (Soter). CRISTO significa ungido ou messias. Era um título dado aos reis e aos profetas. Era também o título do futuro libertador. Significa que esse menino recém-nascido veio realizar as esperanças do povo. SENHOR era o nome que se dava ao próprio Deus! São os três maiores títulos que se possa imaginar. A partir deste anúncio do nascimento de Jesus como Salvador, Cristo e Senhor, você imagina alguém da mais alta categoria. E o anjo lhe diz: "Atenção! Tem um sinal! Você vai encontrar um menino deitado num barraco no meio dos pobres!" Você acreditaria? O jeito de Deus é diferente mesmo!

2.3 Lucas 2,13-14: Glória no mundo de cima, Paz no mundo de baixo

Uma multidão de anjos aparece e desce do céu. É o céu desabando sobre a terra. As duas frases do refrão que eles cantam dão o resumo do que Deus quer com o seu projeto. A primeira diz o que acontece no mundo lá de cima: "Glória a Deus nas alturas". A segunda diz o que vai acontecer no mundo cá de baixo: "Paz na terra aos seres humanos por ele amados". Se a gente pudesse experimentar o que significa realmente ser amado por Deus, então tudo mudaria e a paz viria morar na terra. E isto seria a maior glória para Deus que mora nas alturas.

2.4 Lucas 2,15-20: A palavra vai sendo acolhida e encarnada

A Palavra de Deus não é apenas um som que a boca produz. Ela é, sobretudo, um acontecimento! Os pastores dizem, literalmente: "Vamos ver esta palavra que aconteceu e que o Senhor nos deu a conhecer!" Em seguida, Lucas diz que "Maria conservava estas palavras (acontecimentos) em seu coração" e as ruminava. São duas maneiras de se perceber e acolher a Palavra de Deus: 1) Os pastores se levantam para ir ver os fatos e verificar neles o sinal que foi dado pelo anjo; 2) Maria conserva os fatos na memória e as confere no coração. Ou seja, ela conhece a Bíblia e tenta entender os fatos novos iluminando-os com a luz da Palavra de Deus.

3. ALARGANDO

Novamente, ao longo da descrição do nascimento de Jesus, Lucas sugere que as profecias se realizaram! Eis algumas delas:
  • Apareceu a luz das nações, anunciada por Isaías! (Is 9,1; 42,6; 49,6).
  • Nasceu o menino, prometido pelo mesmo profeta (Is 9,5; 7,14).
  • O menino que devia nascer para dar alegria ao povo e trazer a salvação de Deus (Is 9,2).
  • Ele nasceu em Belém. Por isso é o Messias prometido, conforme anunciou Miquéias (Mq 5,1).
  • Chegou o tempo da paz anunciada por Isaías, em que animais e seres humanos vão se reconciliar e farão desaparecer da terra toda a violência assassina (Is 11,6-9).

O imperador romano pensava ser o dono do mundo. Na realidade, ele não passava de um empregado. Sem saber e sem querer, ele executava os planos de Deus, pois o decreto imperial fez com que Jesus pudesse nascer em Belém e realizar a profecia (Lc 2,1-7).

O que chama a atenção neste texto são os contrastes:
  • Na escuridão da noite brilhou uma luz (2,8-9)
  • O mundo lá de cima, o céu, parece desabar e envolver nosso mundo cá de baixo (2,13).
  • A grandeza de Deus se manifesta na fraqueza de uma criança (2,7)
  • A glória de Deus se faz presente numa manjedoura de animais (2,16)
  • O medo provocado pela repentina aparição do anjo dá lugar à alegria (2,9-10)
  • Pessoas que vivem marginalizadas de tudo são as primeiras convidadas (2,8)
  • Os pastores reconheceram Deus presente numa criança (2,20)

Outro dia, foi dado o aviso: "O celebrante de hoje será o senhor João!"
Muitas pessoas não aceitaram e saíram. Diziam: "O João nem sabe ler direito!"
Qual a mensagem de Natal para estas pessoas que recusam o senhor João?

Texto extraído do Livro "O avesso é o lado certo" - Círculos Bíblicos sobre o Evangelho de Lucas - p. 44-46. Paulinas e CEBI Publicações.
Autores: Carlos Mesters e Mercedes Lopes
Pedidos: vendas@cebi.org.br

Perfeito é quem te Criou [Te coroamos, ó Mãe, nossa Rainha]