terça-feira, 29 de novembro de 2011

CARTA APOSTÓLICA SOB FORMA DE MOTU PROPRIO PORTA FIDEI DO SUMO PONTÍFICE BENTO XVI COM A QUAL SE PROCLAMA O ANO DA FÉ

1. A PORTA DA FÉ (cf. At 14, 27), que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós. É possível cruzar este limiar, quando a Palavra de Deus é anunciada e o coração se deixa plasmar pela graça que transforma. Atravessar esta porta implica embrenhar-se num caminho que dura a vida inteira. Este caminho tem início no Batismo (cf. Rm 6, 4), pelo qual podemos dirigir-nos a Deus com o nome de Pai, e está concluído com a passagem através da morte para a vida eterna, fruto da ressurreição do Senhor Jesus, que, com o dom do Espírito Santo, quis fazer participantes da sua própria glória quantos creem n’Ele (cf. Jo 17, 22). Professar a fé na Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo – equivale a crer num só Deus que é Amor (cf. 1 Jo 4, 8): o Pai, que na plenitude dos tempos enviou seu Filho para a nossa salvação; Jesus Cristo, que redimiu o mundo no mistério da sua morte e ressurreição; o Espírito Santo, que guia a Igreja através dos séculos enquanto aguarda o regresso glorioso do Senhor.

2. Desde o princípio do meu ministério como Sucessor de Pedro, lembrei a necessidade de redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo. Durante a homilia da Santa Missa no início do pontificado, disse: «A Igreja no seu conjunto, e os Pastores nela, como Cristo devem pôr-se a caminho para conduzir os homens fora do deserto, para lugares da vida, da amizade com o Filho de Deus, para Aquele que dá a vida, a vida em plenitude»[1]. Sucede não poucas vezes que os cristãos sintam maior preocupação com as consequências sociais, culturais e políticas da fé do que com a própria fé, considerando esta como um pressuposto óbvio da sua vida diária. Ora um tal pressuposto não só deixou de existir, mas frequentemente acaba até negado.[2] Enquanto, no passado, era possível reconhecer um tecido cultural unitário, amplamente compartilhado no seu apelo aos conteúdos da fé e aos valores por ela inspirados, hoje parece que já não é assim em grandes sectores da sociedade devido a uma profunda crise de fé que atingiu muitas pessoas.

3. Não podemos aceitar que o sal se torne insípido e a luz fique escondida (cf. Mt 5, 13-16). Também o homem contemporâneo pode sentir de novo a necessidade de ir como a samaritana ao poço, para ouvir Jesus que convida a crer n’Ele e a beber na sua fonte, donde jorra água viva (cf. Jo 4, 14). Devemos readquirir o gosto de nos alimentarmos da Palavra de Deus, transmitida fielmente pela Igreja, e do Pão da vida, oferecidos como sustento de quantos são seus discípulos (cf. Jo 6, 51). De fato, em nossos dias ressoa ainda, com a mesma força, este ensinamento de Jesus: «Trabalhai, não pelo alimento que desaparece, mas pelo alimento que perdura e dá a vida eterna» (Jo 6, 27). E a questão, então posta por aqueles que O escutavam, é a mesma que colocamos nós também hoje: «Que havemos nós de fazer para realizar as obras de Deus?» (Jo 6, 28). Conhecemos a resposta de Jesus: «A obra de Deus é esta: crer n’Aquele que Ele enviou» (Jo 6, 29). Por isso, crer em Jesus Cristo é o caminho para se poder chegar definitivamente à salvação.

4. À luz de tudo isto, decidi proclamar um Ano da Fé. Este terá início a 11 de Outubro de 2012, no cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II, e terminará na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, a 24 de Novembro de 2013. Na referida data de 11 de Outubro de 2012, completar-se-ão também vinte anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica, texto promulgado pelo meu Predecessor, o Beato Papa João Paulo II,[3] com o objetivo de ilustrar a todos os fiéis a força e a beleza da fé. Esta obra, verdadeiro fruto do Concílio Vaticano II, foi desejada pelo Sínodo Extraordinário dos Bispos de 1985 como instrumento ao serviço da catequese[4] e foi realizado com a colaboração de todo o episcopado da Igreja Católica. E uma Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos foi convocada por mim, precisamente para o mês de Outubro de 2012, tendo por tema A nova evangelização para a transmissão da fé cristã. Será uma ocasião propícia para introduzir o complexo eclesial inteiro num tempo de particular reflexão e redescoberta da fé. Não é a primeira vez que a Igreja é chamada a celebrar um Ano da Fé. O meu venerado Predecessor, o Servo de Deus Paulo VI, proclamou um ano semelhante, em 1967, para comemorar o martírio dos apóstolos Pedro e Paulo no décimo nono centenário do seu supremo testemunho. Idealizou-o como um momento solene, para que houvesse, em toda a Igreja, «uma autêntica e sincera profissão da mesma fé»; quis ainda que esta fosse confirmada de maneira «individual e coletiva, livre e consciente, interior e exterior, humilde e franca».[5] Pensava que a Igreja poderia assim retomar «exata consciência da sua fé para a reavivar, purificar, confirmar, confessar».[6] As grandes convulsões, que se verificaram naquele Ano, tornaram ainda mais evidente a necessidade duma tal celebração. Esta terminou com a Profissão de Fé do Povo de Deus,[7] para atestar como os conteúdos essenciais, que há séculos constituem o patrimônio de todos os crentes, necessitam de ser confirmados, compreendidos e aprofundados de maneira sempre nova para se dar testemunho coerente deles em condições históricas diversas das do passado.

5. Sob alguns aspectos, o meu venerado Predecessor viu este Ano como uma «consequência e exigência pós-conciliar»[8], bem ciente das graves dificuldades daquele tempo sobretudo no que se referia à profissão da verdadeira fé e da sua reta interpretação. Pareceu-me que fazer coincidir o início do Ano da Fé com o cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II poderia ser uma ocasião propícia para compreender que os textos deixados em herança pelos Padres Conciliares, segundo as palavras do Beato João Paulo II, «não perdem o seu valor nem a sua beleza. É necessário fazê-los ler de forma tal que possam ser conhecidos e assimilados como textos qualificados e normativos do Magistério, no âmbito da Tradição da Igreja. Sinto hoje ainda mais intensamente o dever de indicar o Concílio como a grande graça de que beneficiou a Igreja no século XX: nele se encontra uma bússola segura para nos orientar no caminho do século que começa».[9] Quero aqui repetir com veemência as palavras que disse a propósito do Concílio poucos meses depois da minha eleição para Sucessor de Pedro: «Se o lermos e recebermos guiados por uma justa hermenêutica, o Concílio pode ser e tornar-se cada vez mais uma grande força para a renovação sempre necessária da Igreja».[10]

6. A renovação da Igreja realiza-se também através do testemunho prestado pela vida dos crentes: de fato, os cristãos são chamados a fazer brilhar, com a sua própria vida no mundo, a Palavra de verdade que o Senhor Jesus nos deixou. O próprio Concílio, na Constituição dogmática Lumen gentium, afirma: «Enquanto Cristo “santo, inocente, imaculado” (Hb 7, 26), não conheceu o pecado (cf. 2Cor 5, 21), mas veio apenas expiar os pecados do povo (cf. Hb 2, 17), a Igreja, contendo pecadores no seu próprio seio, simultaneamente santa e sempre necessitada de purificação, exercita continuamente a penitência e a renovação. A Igreja “prossegue a sua peregrinação no meio das perseguições do mundo e das consolações de Deus”, anunciando a cruz e a morte do Senhor até que Ele venha (cf. 1Cor 11, 26). Mas é robustecida pela força do Senhor ressuscitado, de modo a vencer, pela paciência e pela caridade, as suas aflições e dificuldades tanto internas como externas, e a revelar, velada mas fielmente, o seu mistério, até que por fim se manifeste em plena luz».[11]
Nesta perspectiva, o Ano da Fé é convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo. No mistério da sua morte e ressurreição, Deus revelou plenamente o Amor que salva e chama os homens à conversão de vida por meio da remissão dos pecados (cf. At 5, 31). Para o apóstolo Paulo, este amor introduz o homem numa vida nova: «Pelo Batismo fomos sepultados com Ele na morte, para que, tal como Cristo foi ressuscitado de entre os mortos pela glória do Pai, também nós caminhemos numa vida nova» (Rm 6, 4). Em virtude da fé, esta vida nova plasma toda a existência humana segundo a novidade radical da ressurreição. Na medida da sua livre disponibilidade, os pensamentos e os afetos, a mentalidade e o comportamento do homem vão sendo pouco a pouco purificados e transformados, ao longo de um itinerário jamais completamente terminado nesta vida. A «fé, que atua pelo amor» (Gl 5, 6), torna-se um novo critério de entendimento e de ação, que muda toda a vida do homem (cf. Rm 12, 2; Cl 3, 9-10; Ef 4, 20-29; 2Cor 5, 17).

7. «Caritas Christi urget nos – o amor de Cristo nos impele» (2Cor 5, 14): é o amor de Cristo que enche os nossos corações e nos impele a evangelizar. Hoje, como outrora, Ele envia-nos pelas estradas do mundo para proclamar o seu Evangelho a todos os povos da terra (cf. Mt 28, 19). Com o seu amor, Jesus Cristo atrai a Si os homens de cada geração: em todo o tempo, Ele convoca a Igreja confiando-lhe o anúncio do Evangelho, com um mandato que é sempre novo. Por isso, também hoje é necessário um empenho eclesial mais convicto a favor duma nova evangelização, para descobrir de novo a alegria de crer e reencontrar o entusiasmo de comunicar a fé. Na descoberta diária do seu amor, ganha força e vigor o compromisso missionário dos crentes, que jamais pode faltar. Com efeito, a fé cresce quando é vivida como experiência de um amor recebido e é comunicada como experiência de graça e de alegria. A fé torna-nos fecundos, porque alarga o coração com a esperança e permite oferecer um testemunho que é capaz de gerar: de fato, abre o coração e a mente dos ouvintes para acolherem o convite do Senhor a aderir à sua Palavra a fim de se tornarem seus discípulos. Os crentes – atesta Santo Agostinho – «fortificam-se acreditando».[12] O Santo Bispo de Hipona tinha boas razões para falar assim. Como sabemos, a sua vida foi uma busca contínua da beleza da fé enquanto o seu coração não encontrou descanso em Deus.[13] Os seus numerosos escritos, onde se explica a importância de crer e a verdade da fé, permaneceram até aos nossos dias como um patrimônio de riqueza incomparável e consentem ainda que tantas pessoas à procura de Deus encontrem o justo percurso para chegar à «porta da fé».
Por conseguinte, só acreditando é que a fé cresce e se revigora; não há outra possibilidade de adquirir certeza sobre a própria vida, senão abandonar-se progressivamente nas mãos de um amor que se experimenta cada vez maior porque tem a sua origem em Deus.

8. Nesta feliz ocorrência, pretendo convidar os Irmãos Bispos de todo o mundo para que se unam ao Sucessor de Pedro, no tempo de graça espiritual que o Senhor nos oferece, a fim de comemorar o dom precioso da fé. Queremos celebrar este Ano de forma digna e fecunda. Deverá intensificar-se a reflexão sobre a fé, para ajudar todos os crentes em Cristo a tornarem mais consciente e revigorarem a sua adesão ao Evangelho, sobretudo num momento de profunda mudança como este que a humanidade está a viver. Teremos oportunidade de confessar a fé no Senhor Ressuscitado nas nossas catedrais e nas igrejas do mundo inteiro, nas nossas casas e no meio das nossas famílias, para que cada um sinta fortemente a exigência de conhecer melhor e de transmitir às gerações futuras a fé de sempre. Neste Ano, tanto as comunidades religiosas como as comunidades paroquiais e todas as realidades eclesiais, antigas e novas, encontrarão forma de fazer publicamente profissão do Credo.

9. Desejamos que este Ano suscite, em cada crente, o anseio de confessar a fé plenamente e com renovada convicção, com confiança e esperança. Será uma ocasião propícia também para intensificar a celebração da fé na liturgia, particularmente na Eucaristia, que é «a meta para a qual se encaminha a ação da Igreja e a fonte de onde promana toda a sua força».[14] Simultaneamente esperamos que o testemunho de vida dos crentes cresça na sua credibilidade. Descobrir novamente os conteúdos da fé professada, celebrada, vivida e rezada[15] e refletir sobre o próprio ato com que se crê, é um compromisso que cada crente deve assumir, sobretudo neste Ano.
Não foi sem razão que, nos primeiros séculos, os cristãos eram obrigados a aprender de memória o Credo. É que este servia-lhes de oração diária, para não esquecerem o compromisso assumido com o Batismo. Recorda-o, com palavras densas de significado, Santo Agostinho quando afirma numa homilia sobre a redditio symboli (a entrega do Credo): «O símbolo do santo mistério, que recebestes todos juntos e que hoje proferistes um a um, reúne as palavras sobre as quais está edificada com solidez a fé da Igreja, nossa Mãe, apoiada no alicerce seguro que é Cristo Senhor. E vós recebeste-lo e proferiste-lo, mas deveis tê-lo sempre presente na mente e no coração, deveis repeti-lo nos vossos leitos, pensar nele nas praças e não o esquecer durante as refeições; e, mesmo quando o corpo dorme, o vosso coração continue de vigília por ele».[16]

10. Queria agora delinear um percurso que ajude a compreender de maneira mais profunda os conteúdos da fé e, juntamente com eles, também o ato pelo qual decidimos, com plena liberdade, entregar-nos totalmente a Deus. De fato, existe uma unidade profunda entre o ato com que se crê e os conteúdos a que damos o nosso assentimento. O apóstolo Paulo permite entrar dentro desta realidade quando escreve: «Acredita-se com o coração e, com a boca, faz-se a profissão de fé» (Rm 10, 10). O coração indica que o primeiro ato, pelo qual se chega à fé, é dom de Deus e ação da graça que age e transforma a pessoa até ao mais íntimo dela mesma.
A este respeito é muito eloquente o exemplo de Lídia. Narra São Lucas que o apóstolo Paulo, encontrando-se em Filipos, num sábado foi anunciar o Evangelho a algumas mulheres; entre elas, estava Lídia. «O Senhor abriu-lhe o coração para aderir ao que Paulo dizia» (At 16, 14). O sentido contido na expressão é importante. São Lucas ensina que o conhecimento dos conteúdos que se deve acreditar não é suficiente, se depois o coração – autêntico sacrário da pessoa – não for aberto pela graça, que consente ter olhos para ver em profundidade e compreender que o que foi anunciado é a Palavra de Deus.
Por sua vez, o professar com a boca indica que a fé implica um testemunho e um compromisso públicos. O cristão não pode jamais pensar que o crer seja um fato privado. A fé é decidir estar com o Senhor, para viver com Ele. E este «estar com Ele» introduz na compreensão das razões pelas quais se acredita. A fé, precisamente porque é um ato da liberdade, exige também assumir a responsabilidade social daquilo que se acredita. No dia de Pentecostes, a Igreja manifesta, com toda a clareza, esta dimensão pública do crer e do anunciar sem temor a própria fé a toda a gente. É o dom do Espírito Santo que prepara para a missão e fortalece o nosso testemunho, tornando-o franco e corajoso.
A própria profissão da fé é um ato simultaneamente pessoal e comunitário. De fato, o primeiro sujeito da fé é a Igreja. É na fé da comunidade cristã que cada um recebe o Batismo, sinal eficaz da entrada no povo dos crentes para obter a salvação. Como atesta o Catecismo da Igreja Católica, «“Eu creio”: é a fé da Igreja, professada pessoalmente por cada crente, principalmente por ocasião do Batismo. “Nós cremos”: é a fé da Igreja, confessada pelos bispos reunidos em Concílio ou, de modo mais geral, pela assembleia litúrgica dos crentes. “Eu creio”: é também a Igreja, nossa Mãe, que responde a Deus pela sua fé e nos ensina a dizer: “Eu creio”, “Nós cremos”».[17]
Como se pode notar, o conhecimento dos conteúdos de fé é essencial para se dar o próprio assentimento, isto é, para aderir plenamente com a inteligência e a vontade a quanto é proposto pela Igreja. O conhecimento da fé introduz na totalidade do mistério salvífico revelado por Deus. Por isso, o assentimento prestado implica que, quando se acredita, se aceita livremente todo o mistério da fé, porque o garante da sua verdade é o próprio Deus, que Se revela e permite conhecer o seu mistério de amor.[18]
Por outro lado, não podemos esquecer que, no nosso contexto cultural, há muitas pessoas que, embora não reconhecendo em si mesmas o dom da fé, todavia vivem uma busca sincera do sentido último e da verdade definitiva acerca da sua existência e do mundo. Esta busca é um verdadeiro «preâmbulo» da fé, porque move as pessoas pela estrada que conduz ao mistério de Deus. De fato, a própria razão do homem traz inscrita em si mesma a exigência «daquilo que vale e permanece sempre».[19] Esta exigência constitui um convite permanente, inscrito indelevelmente no coração humano, para caminhar ao encontro d’Aquele que não teríamos procurado se Ele mesmo não tivesse já vindo ao nosso encontro.[20] É precisamente a este encontro que nos convida e abre plenamente a fé.

11. Para chegar a um conhecimento sistemático da fé, todos podem encontrar um subsídio precioso e indispensável no Catecismo da Igreja Católica. Este constitui um dos frutos mais importantes do Concílio Vaticano II. Na Constituição apostólica Fidei depositum – não sem razão assinada na passagem do trigésimo aniversário da abertura do Concílio Vaticano II – o Beato João Paulo II escrevia: «Este catecismo dará um contributo muito importante à obra de renovação de toda a vida eclesial (...). Declaro-o norma segura para o ensino da fé e, por isso, instrumento válido e legítimo ao serviço da comunhão eclesial».[21] 
É precisamente nesta linha que o Ano da Fé deverá exprimir um esforço generalizado em prol da redescoberta e do estudo dos conteúdos fundamentais da fé, que têm no Catecismo da Igreja Católica a sua síntese sistemática e orgânica. Nele, de fato, sobressai a riqueza de doutrina que a Igreja acolheu, guardou e ofereceu durante os seus dois mil anos de história. Desde a Sagrada Escritura aos Padres da Igreja, desde os Mestres de teologia aos Santos que atravessaram os séculos, o Catecismo oferece uma memória permanente dos inúmeros modos em que a Igreja meditou sobre a fé e progrediu na doutrina para dar certeza aos crentes na sua vida de fé.
Na sua própria estrutura, o Catecismo da Igreja Católica apresenta o desenvolvimento da fé até chegar aos grandes temas da vida diária. Repassando as páginas, descobre-se que o que ali se apresenta não é uma teoria, mas o encontro com uma Pessoa que vive na Igreja. Na verdade, a seguir à profissão de fé, vem a explicação da vida sacramental, na qual Cristo está presente e operante, continuando a construir a sua Igreja. Sem a liturgia e os sacramentos, a profissão de fé não seria eficaz, porque faltaria a graça que sustenta o testemunho dos cristãos. Na mesma linha, a doutrina do Catecismo sobre a vida moral adquire todo o seu significado, se for colocada em relação com a fé, a liturgia e a oração.

12. Assim, no Ano em questão, o Catecismo da Igreja Católica poderá ser um verdadeiro instrumento de apoio da fé, sobretudo para quantos têm a peito a formação dos cristãos, tão determinante no nosso contexto cultural. Com tal finalidade, convidei a Congregação para a Doutrina da Fé a redigir, de comum acordo com os competentes Organismos da Santa Sé, uma Nota, através da qual se ofereçam à Igreja e aos crentes algumas indicações para viver, nos moldes mais eficazes e apropriados, este Ano da Fé ao serviço do crer e do evangelizar.
De fato, em nossos dias mais do que no passado, a fé vê-se sujeita a uma série de interrogativos, que provêm duma diversa mentalidade que, hoje de uma forma particular, reduz o âmbito das certezas racionais ao das conquistas científicas e tecnológicas. Mas, a Igreja nunca teve medo de mostrar que não é possível haver qualquer conflito entre fé e ciência autêntica, porque ambas, embora por caminhos diferentes, tendem para a verdade.[22]

13. Será decisivo repassar, durante este Ano, a história da nossa fé, que faz ver o mistério insondável da santidade entrelaçada com o pecado. Enquanto a primeira põe em evidência a grande contribuição que homens e mulheres prestaram para o crescimento e o progresso da comunidade com o testemunho da sua vida, o segundo deve provocar em todos uma sincera e contínua obra de conversão para experimentar a misericórdia do Pai, que vem ao encontro de todos.
Ao longo deste tempo, manteremos o olhar fixo sobre Jesus Cristo, «autor e consumador da fé» (Hb 12, 2): n’Ele encontra plena realização toda a ânsia e anélito do coração humano. A alegria do amor, a resposta ao drama da tribulação e do sofrimento, a força do perdão face à ofensa recebida e a vitória da vida sobre o vazio da morte, tudo isto encontra plena realização no mistério da sua Encarnação, do seu fazer-Se homem, do partilhar conosco a fragilidade humana para a transformar com a força da sua ressurreição. N’Ele, morto e ressuscitado para a nossa salvação, encontram plena luz os exemplos de fé que marcaram estes dois mil anos da nossa história de salvação.
Pela fé, Maria acolheu a palavra do Anjo e acreditou no anúncio de que seria Mãe de Deus na obediência da sua dedicação (cf. Lc 1, 38). Ao visitar Isabel, elevou o seu cântico de louvor ao Altíssimo pelas maravilhas que realizava em quantos a Ele se confiavam (cf. Lc 1, 46-55). Com alegria e trepidação, deu à luz o seu Filho unigênito, mantendo intacta a sua virgindade (cf. Lc 2, 6-7). Confiando em José, seu Esposo, levou Jesus para o Egito a fim de O salvar da perseguição de Herodes (cf. Mt 2, 13-15). Com a mesma fé, seguiu o Senhor na sua pregação e permaneceu a seu lado mesmo no Gólgota (cf. Jo 19, 25-27). Com fé, Maria saboreou os frutos da ressurreição de Jesus e, conservando no coração a memória de tudo (cf. Lc 2, 19.51), transmitiu-a aos Doze reunidos com Ela no Cenáculo para receberem o Espírito Santo (cf. At 1, 14; 2, 1-4).
Pela fé, os Apóstolos deixaram tudo para seguir o Mestre (cf. Mc 10, 28). Acreditaram nas palavras com que Ele anunciava o Reino de Deus presente e realizado na sua Pessoa (cf. Lc 11, 20). Viveram em comunhão de vida com Jesus, que os instruía com a sua doutrina, deixando-lhes uma nova regra de vida pela qual haveriam de ser reconhecidos como seus discípulos depois da morte d’Ele (cf. Jo 13, 34-35). Pela fé, foram pelo mundo inteiro, obedecendo ao mandato de levar o Evangelho a toda a criatura (cf. Mc 16, 15) e, sem temor algum, anunciaram a todos a alegria da ressurreição, de que foram fiéis testemunhas.
Pela fé, os discípulos formaram a primeira comunidade reunida à volta do ensino dos Apóstolos, na oração, na celebração da Eucaristia, pondo em comum aquilo que possuíam para acudir às necessidades dos irmãos (cf. At 2, 42-47).
Pela fé, os mártires deram a sua vida para testemunhar a verdade do Evangelho que os transformara, tornando-os capazes de chegar até ao dom maior do amor com o perdão dos seus próprios perseguidores.
Pela fé, homens e mulheres consagraram a sua vida a Cristo, deixando tudo para viver em simplicidade evangélica a obediência, a pobreza e a castidade, sinais concretos de quem aguarda o Senhor, que não tarda a vir. Pela fé, muitos cristãos se fizeram promotores de uma ação em prol da justiça, para tornar palpável a palavra do Senhor, que veio anunciar a libertação da opressão e um ano de graça para todos (cf. Lc 4, 18-19).
Pela fé, no decurso dos séculos, homens e mulheres de todas as idades, cujo nome está escrito no Livro da vida (cf. Ap 7, 9; 13, 8), confessaram a beleza de seguir o Senhor Jesus nos lugares onde eram chamados a dar testemunho do seu ser cristão: na família, na profissão, na vida pública, no exercício dos carismas e ministérios a que foram chamados.
Pela fé, vivemos também nós, reconhecendo o Senhor Jesus vivo e presente na nossa vida e na história.

14. O Ano da Fé será uma ocasião propícia também para intensificar o testemunho da caridade. Recorda São Paulo: «Agora permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e a caridade; mas a maior de todas é a caridade» (1Cor 13, 13). Com palavras ainda mais incisivas – que não cessam de empenhar os cristãos –, afirmava o apóstolo Tiago: «De que aproveita, irmãos, que alguém diga que tem fé, se não tiver obras de fé? Acaso essa fé poderá salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e precisarem de alimento quotidiano, e um de vós lhes disser: “Ide em paz, tratai de vos aquecer e de matar a fome”, mas não lhes dais o que é necessário ao corpo, de que lhes aproveitará? Assim também a fé: se ela não tiver obras, está completamente morta. Mais ainda! Poderá alguém alegar sensatamente: “Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me então a tua fé sem obras, que eu, pelas minhas obras, te mostrarei a minha fé”» (Tg 2, 14-18). 
A fé sem a caridade não dá fruto, e a caridade sem a fé seria um sentimento constantemente à mercê da dúvida. Fé e caridade reclamam-se mutuamente, de tal modo que uma consente à outra realizar o seu caminho. De fato, não poucos cristãos dedicam amorosamente a sua vida a quem vive sozinho, marginalizado ou excluído, considerando-o como o primeiro a quem atender e o mais importante a socorrer, porque é precisamente nele que se espelha o próprio rosto de Cristo. Em virtude da fé, podemos reconhecer naqueles que pedem o nosso amor o rosto do Senhor ressuscitado. «Sempre que fizestes isto a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes» (Mt 25, 40): estas palavras de Jesus são uma advertência que não se deve esquecer e um convite perene a devolvermos aquele amor com que Ele cuida de nós. É a fé que permite reconhecer Cristo, e é o seu próprio amor que impele a socorrê-Lo sempre que Se faz próximo nosso no caminho da vida. Sustentados pela fé, olhamos com esperança o nosso serviço no mundo, aguardando «novos céus e uma nova terra, onde habite a justiça» (2Pd 3, 13; cf. Ap 21, 1).

15. Já no termo da sua vida, o apóstolo Paulo pede ao discípulo Timóteo que «procure a fé» (cf. 2Tm 2, 22) com a mesma constância de quando era novo (cf. 2Tm 3, 15). Sintamos este convite dirigido a cada um de nós, para que ninguém se torne indolente na fé. Esta é companheira de vida, que permite perceber, com um olhar sempre novo, as maravilhas que Deus realiza por nós. Solícita a identificar os sinais dos tempos no hoje da história, a fé obriga cada um de nós a tornar-se sinal vivo da presença do Ressuscitado no mundo. Aquilo de que o mundo tem hoje particular necessidade é o testemunho credível de quantos, iluminados na mente e no coração pela Palavra do Senhor, são capazes de abrir o coração e a mente de muitos outros ao desejo de Deus e da vida verdadeira, aquela que não tem fim.

Que «a Palavra do Senhor avance e seja glorificada» (2Ts 3, 1)! Possa este Ano da Fé tornar cada vez mais firme a relação com Cristo Senhor, dado que só n’Ele temos a certeza para olhar o futuro e a garantia dum amor autêntico e duradouro. As seguintes palavras do apóstolo Pedro lançam um último jorro de luz sobre a fé: «É por isso que exultais de alegria, se bem que, por algum tempo, tenhais de andar aflitos por diversas provações; deste modo, a qualidade genuína da vossa fé – muito mais preciosa do que o ouro perecível, por certo também provado pelo fogo – será achada digna de louvor, de glória e de honra, na altura da manifestação de Jesus Cristo. Sem O terdes visto, vós O amais; sem O ver ainda, credes n’Ele e vos alegrais com uma alegria indescritível e irradiante, alcançando assim a meta da vossa fé: a salvação das almas» (1Pd 1, 6-9). A vida dos cristãos conhece a experiência da alegria e a do sofrimento. Quantos Santos viveram na solidão! Quantos crentes, mesmo em nossos dias, provados pelo silêncio de Deus, cuja voz consoladora queriam ouvir! As provas da vida, ao mesmo tempo que permitem compreender o mistério da Cruz e participar nos sofrimentos de Cristo (cf. Cl 1, 24) , são prelúdio da alegria e da esperança a que a fé conduz: «Quando sou fraco, então é que sou forte» (2Cor 12, 10). Com firme certeza, acreditamos que o Senhor Jesus derrotou o mal e a morte. Com esta confiança segura, confiamo-nos a Ele: Ele, presente no meio de nós, vence o poder do maligno (cf. Lc 11, 20); e a Igreja, comunidade visível da sua misericórdia, permanece n’Ele como sinal da reconciliação definitiva com o Pai.

À Mãe de Deus, proclamada «feliz porque acreditou» (cf. Lc 1, 45), confiamos este tempo de graça.

Dado em Roma, junto de São Pedro, no dia 11 de Outubro do ano 2011, sétimo de Pontificado.

BENEDICTUS PP. XVI




[1] Homilia no início do ministério petrino do Bispo de Roma (24 de Abril de 2005): AAS 97 (2005), 710.
[2] Cf. Bento XVI, Homilia da Santa Missa no Terreiro do Paço (Lisboa – 11 de Maio de 2010): L’Osservatore Romano (ed. port. de 15/V/2010), 3.
[3] Cf. João Paulo II, Const. ap. Fidei depositum (11 de Outubro de 1992): AAS 86 (1994), 113-118.
[4] Cf. Relação final do Sínodo Extraordinário dos Bispos (7 de Dezembro de 1985), II, B, a, 4: L’Osservatore Romano (ed. port. de 22/XII/1985), 650.
[5] Paulo VI, Exort. ap. Petrum et Paulum Apostolos, no XIX centenário do martírio dos Apóstolos São Pedro e São Paulo (22 de Fevereiro de 1967): AAS 59 (1967), 196.
[6] Ibid.: o.c., 198.
[7] Paulo VI, Profissão Solene de Fé, Homilia durante a Concelebração por ocasião do XIX centenário do martírio dos Apóstolos São Pedro e São Paulo, no encerramento do «Ano da Fé» (30 de Junho de 1968): AAS 60 (1968), 433-445.
[8] Paulo VI, Audiência Geral (14 de Junho de 1967): Insegnamenti, V (1967), 801.
[9] João Paulo II, Carta ap. Novo millennio ineunte (6 de Janeiro de 2001), 57: AAS 93 (2001), 308.
[10] Discurso à Cúria Romana (22 de Dezembro de 2005): AAS 98 (2006), 52.
[11] Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. sobre a Igreja Lumen gentium, 8.
[12] De utilitate credendi, 1, 2.
[13] Cf. Confissões, 1, 1.
[14] Conc. Ecum. Vat. II, Const. sobre a Sagrada Liturgia Sacrosanctum Concilium, 10.
[15] Cf. João Paulo II, Const. ap. Fidei depositum (11 de Outubro de 1992): AAS 86 (1994), 116.
[16] Santo Agostinho, Sermo 215, 1.
[17] Catecismo da Igreja Católica, 167.
[18] Cf. Conc. Ecum. Vat. I, Const. dogm. sobre a fé católica Dei Filius, cap. III: DS 3008-3009; Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. sobre a Revelação divina Dei Verbum, 5.
[19] Bento XVI, Discurso no «Collège des Bernardins» (Paris, 12 de Setembro de 2008): AAS 100 (2008), 722.
[20] Cf. Santo Agostinho, Confissões, 13, 1.
[21] Const. ap. Fidei depositum (11 de Outubro de 1992): AAS 86 (1994), 115 e 117.
[22] Cf. João Paulo II, Carta enc. Fides et ratio (14 de Setembro de 1998), 34.106: AAS 91 (1999), 31-32.86-87.
Motu proprio é uma normativa da Igreja Católica, expedido diretamente pelo Papa. A expressão motu proprio poderia ser traduzida como "de sua iniciativa própria". Significa ainda que trata-se de matéria decidida pessoalmente pelo papa e não por um cardeal ou outro conselheiro. Tem normalmente a forma de decreto. Lembram, pela sua forma, um bula papal (outra espécie normativa) mas sem se revestir da solenidade própria destes documentos.

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sábado, 26 de novembro de 2011

Advento, a realização e confirmação da Aliança






É uma trajetória que passa pela fidelidade a Deus e ao próximo.


Começamos novo Ano Litúrgico e um novo ciclo da liturgia com o Advento, tempo de preparação para o nascimento de Jesus Cristo no Natal.


É hora de renovação das esperanças, com a advertência do próprio Cristo, quando diz: “Vigiai!”, para não sermos surpreendidos.


A chegada do Natal, preparado pelo ciclo do Advento, é a realização e confirmação da Aliança anunciada no passado pelos profetas. É a Aliança do amor realizada plenamente em Jesus Cristo e na vida de todos aqueles que praticam a justiça e confiam na Palavra de Deus.


Estamos em tempo de educação de nossa fé, quando Deus se apresenta como oleiro, que trabalha o barro, dando a ele formas diversas. Nós somos como argila, que deve ser transformada conforme a vontade do oleiro. É a ação de Deus em nossa vida, transformando-a de Seu jeito.


Neste caminho de mudanças, Deus nos deu diversos dons conforme as possibilidades de cada um. E somos conduzidos pelas exigências da Palavra de Deus. É uma trajetória que passa pela fidelidade ao Todo-poderoso e ao próximo, porque ninguém ama a Deus não amando também o seu irmão.


O Advento é convocação para a vigilância. A vida pode ser cheia de surpresas e a morte chegar quando não esperamos. Por isso é muito importante estar diuturnamente acordado e preparado, conseguindo distanciar-se das propostas de um mundo totalmente afastado de Deu

Outro fato é não desanimar diante dos tipos de dificuldades e de motivações que aparecem diante nós. Estamos numa cultura de disputa por poder, de ocupar os primeiros lugares sem ser vigilantes na prestação de serviço. Quem serve, disse Jesus, é “servo vigilante”. Confiar significa ter a sensação de não estar abandonado por Deus. Com isso, no Advento vamos sendo moldados para acolher Jesus no Natal como verdadeiro Deus. Aquele que nos convoca a abandonar o egoísmo e seguir Jesus Cristo.


Preparar-se para o Natal já é ter a sensação das festas de fim de ano. Não sejamos enganados pelas propostas atraentes do consumismo. O foco principal é Jesus Cristo como ação divina em todo o mundo.



Dom Paulo Mendes Peixoto
Bispo de São José do Rio Preto




sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Divulgadas as primeiras datas de posse dos novos párocos da Arquidiocese

Após anúncio das transferências e nomeações, a Arquidiocese de Porto Alegre inicia as solenidades de posses nas paróquias.

As posses dos novos párocos iniciaram por Porto Alegre e, segundo as datas estabelecidas, serão realizadas nos demais vicariatos: Guaíba, Canoas e Gravataí.

A primeira posse antecedeu o período de anúncio das transferências, quando o padre César Leandro Padilha assumiu a Paróquia Nossa Senhora da Saúde, bairro Teresópolis. Já no domingo, dia 20 de novembro, padre Juliano Kenne foi nomeado Pároco da Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus (bairro Floresta).

As próximas posses acontecerão em dezembro de 2011 em Porto Alegre e Canoas.

Confira as datas confirmadas:

Vicariato de Porto Alegre

Dia 07/01/12 - 18h
Pe. Cláudio Mossi Damé - Paróquia Santa Cruz (Cidade de Deus-POA)
Posse presidida pelo Arcebispo Dom Dadeus Grings

Vicariato de Gravataí

Dia 23/12 - 20h
Pe. Marcus Vinícius de Oliveira Lopes - São João Maria Vianney (Viamão
Posse presidida por Dom Jaime Spengler

Vicariato de Canoas

Dia 13/12 - 20h
Pe. Vanderlei Mengue Bock - Paróquia São Cristóvão (Canoas)
Posse presidida por Dom Agenor Girardi

23/12 - 20h
Pe. Blásio Guido Jacobi - Nossa Senhora do Rosário (Canoas)
Posse presidida por Dom Agenor Girardi

Dia 28/12 - 20h
Pe. Cristiano da Rosa - Paróquia Nossa Senhora Aparecida (Novo Esteio
Posse presidida por Dom Agenor Girardi

Dia 29/12 - 20h
Pe. Francisco Grasselli - Paróquia Santa Luzia (Canoas)
Posse presidida por Dom Agenor Girardi

Dia de 30 de dezembro de 2011 - 20h
Pe. Sérgio Endler - Paróquia Nossa Senhora das Graças (Esteio)
Posse presidida por Dom Agenor Girardi

Vicariato de Guaíba

Dia 28/12 - 20h
Pe. Paulo César Lima de Aguiar - Paróquia Santa Teresinha (Butiá)
Posse presidida por Dom Remídio Bohn

Fonte: http://www.arquidiocesepoa.org.br/paf.asp?catego=1&exibir=1151

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Esta é uma fórmula que fica guardada na memória ao ler este texto bíblico. Estar atentos combinado com a oração. É este a principal mensagem do que se guardou na memória em relação a este texto. E muitas vezes já se afirmou que oração sem ação ou igualmente ação sem oração se torna vazio de sentido na prática cristã.
O texto do evangelho de Marcos a ser refletido no primeiro domingo de Advento reflete uma linguagem apocalíptica, ou um jeito de dizer profecia em tempos de perseguição e perigo. O contexto do texto na época reflete o período conturbado da destruição do Templo de Jerusalém pelos romanos e a subsequente perseguição, morte e violência sofrida neste período. Vigiar constantemente, em todos os momentos - à tarde, à meia-noite, ao cantar do galo, pela manhã engloba todas as horas do dia. Não há tempo de deixar cair a guarda, de cochilar. Estas são recomendações que se encaixam no período litúrgico celebrado: o Advento. Advento é tempo de espera, de esperança; mas não uma espera passiva, de cruzar os braços. Esperança ativa que se desenvolve em ações que concretizam os anseios da oração feita é o que envolve o período do ad-vento - do tempo que já vem.
Este primeiro domingo de advento será celebrado este ano (2011) num momento que se outorgará no dia 10 de dezembro, em Oslo, Noruega, o premio nobel de paz a tres mulheres: a presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, a militante Leymah Gbowee, também liberiana, e a jornalista e ativista iemenita Tawakkul Karman. É de destacar que em 111 anos, apenas 12 mulheres haviam recebido o Nobel da Paz. Considerando todas as categorias do prêmio, até agora apenas 44 mulheres haviam sido agraciadas.[1]

É a história de vida de uma delas que se faz presente neste contexto de reflexão sobre a espera ativa de oração e ação em tempo de advento. Leymah Gbowee teve um papel importante como ativista durante a segunda guerra civil liberiana, em 2003. Ela mobilizou as mulheres no país pelo fim da guerra, organizando inclusive uma "greve de sexo" em 2002.Também organizou as mulheres acima de suas divisões étnicas e tribais no país, ajudando a garantir direitos políticos para elas. Estas são as informações que são destacadas na imprensa em geral, de Leymah Gbowee. O que quero trazer aqui são detalhes um pouco mais amplos que ajudam a entender de onde vem a motivação desta mulher.

Leymah é cristã, e sua prática de fé se insere na Igreja Luterana da Liberia, que é membro da Federação Luterana Mundial. No início de sua militância ela foi presidente da organização de mulheres da Igreja Luterana St.  Peter, na capital Monrovia. Junto com outra mulher, Comfort Freeman, organizaram o "Programa Mulheres Construindo a Paz". Esta organização foi plataforma ativa de mulheres engajadas na superação da violência, pelo fim da guerra na Liberia.

"O povo da Liberia tem esperança", dizia Gbowee naquela época, se referindo às mulheres que iniciaram os seus dias sentando por paz em meados de abril, na capital Monrovia. Sob sol ou chuva as mulheres da Liberia se reuniam para afirmar seu compromisso pela paz. Elas se reuniam para protestar contra as açoes de todos que perpetuavam a violenta guerra civil
"Nossa visao é pela unidade de nossas familias e a eliminacao da fome e das doencas. Nos cremos que as maos poderosas de Deus nos acolhem neste esforço. Deus voltou seus ouvidos para nos."[2]

O que elas faziam? Elas se reuniam pra sentar e orar juntas! Mas, sua oração era uma oração que juntava em si o que o texto de Marcos recomenda - vigiai e orai. A oração ativa e engajada destas mulheres lideradas por Laymah se dava nos mais diferentes  lugares na igreja, nas casas, nas ruas, ou em pontos estratégicos, como na frente dos portões do exército onde os caminhões de guerra saíam com os soldados prontos para as batalhas na guerra sangrenta que assolou o país.

As mulheres superaram barreiras culturais que as prendiam a ser donas de casas expectadoras da violencia, ou limites religiosos - elas reuniram cristãs e muçulmas em suas ações de paz. Elas firmemente pronunciaram com suas palavras que basta! Chega de violência e guerra! Queremos paz! E tomando o rumo de suas vidas e de suas famílias em suas mãos, juntaram as mãos em oração por paz. Seu movimento foi juntando mais adeptas e com a pressão de serem muitas, em redes, em grupos, foram forjando os rumos do fim da guerra no país.  De1989 a 2003, Liberia enfrentou uma das piores e mais violentas Guerra civil na África; grupos rebeldes e forças governamentais se enfrentaram em batalhas pelo poder, em conflitos étnicos e políticos.[3]

Em 2008, eu tive a oportunidade de visitar a igreja Luterana da Liberia e conhecer o trabalho das comunidades e dos grupos de mulheres que seguem firmes no testemunho de ser igreja inserida no contexto de pobreza, testemunhando com ações diaconais a presença do Evangelho libertador neste mundo. As mulheres seguem reunindo-se em oração, que são momentos de memória que está vigilante para que a guerra não volte, para que a paz, mesmo que frágil,  siga regendo a vida desta sociedade tao sofrida. As mulheres guardam na memória que a oração é capaz de parar os tanques de guerra.

A história de vida e testemunho de fé desta mulher que foi reconhecida internacionalmente laureada pelo premio nobel da paz ajuda na reflexão neste tempo de advento, inspirada pelo evangelho de Marcos, que exorta a vigiar e orar. A oração militante destas mulheres da Liberia é um exemplo concreto de como esta exortação se transforma em prática.

Elaine Neuenfeldt - pastora da IECLB, trabalhando na Federação Luterana Mundial responsável pela oficina de Mulheres na Igreja e na Sociedade.

domingo, 20 de novembro de 2011

CEBI celebra os 80 anos de Carlos Mesters

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Um punhado de terra trazido de cada Estado do Brasil; terra também da Itália, da Alemanha e de Cuba. Um chão multicolorido foi se formando em memória dos tantos lugares pelos quais Carlos Mesters pisou em sua vida de "caixeiro viajante da Palavra".
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Assim teve início a noite na qual o CEBI celebrou os 80 anos de vida de Frei Carlos Mesters. Holandês de nascimento, Mesters adotou o Brasil como sua casa aos 17 anos. E muito cedo se tornou um entusiasta de um movimento que passou a se chamar de Leitura Popular da Bíblia (veja aqui como Eliseu Lopes fala de Frei Carlos).

Em suas palavras de abertura, Francisco Orofino e Adeodata dos Anjos, integrantes da Direção Nacional do CEBI, lembraram que muita gente foi marcada pelo testemunho de Mesters. O relato de sua experiência no sertão cearense, descrito em Seis dias nos portões da humanidade, foi destacado várias vezes, inclusive por Norbert Bolte, representante da Adveniat, da Alemanha.

Entre as homenagens de todos os cantos do país, da América Latina e da Europa, Mesters acolheu com carinho as palavras de três pessoas amigas em especial.

Oscar Beozzo, coordenador do CESEEP (Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular), lembrou que o trabalho de Carlos "tinha tudo para dar errado". Como se sabe, a história de "missão" junto ao Terceiro Mundo deixou marcas nem sempre positivas. Carlos é missionário estrangeiro e estudou em Roma. Segundo Beozzo, a experiência do povo brasileiro, estrangeiro em sua própria terra ajudou no aprendizado e no êxito de Mesters.

Odja Barros, pastora da Igreja Batista em Maceió/AL, destacou como foi sua experiência quando conheceu Carlos Mesters: "Lembro quando falei para minha comunidade desse encontro com frei Carlos. Dizia: ‘Encontrei alguém que como Jesus. É um frei católico do CEBI. Ele fala com autoridade'. Sua vida, sua simplicidade, sua mística me ajudaram a voltar diferente para casa. Uma centelha de mais fé se acendeu na minha vida." (leia a mensagem da Pastora Odja).  Odja ainda lembrou que a Leitura Popular da Bíblia estimulada por Frei Carlos ajuda a recuperar um princípio da Reforma: o livre exame das Escrituras, princípio do qual muitos evangélicos têm se afastando.
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O biblista Rafael, de São Paulo, ressaltou as relações de carinho e amizade sempre muito valorizadas por Carlos Mesters. Frei Carlos é padrinho de Ana Clara, filha de Rafael. A memória da vida de Carlos foi lembrada por meio de um pequeno vídeo, de 9 minutos. Confira aqui.

Confira também alguns dos livros escritos por Carlos Mesters.

Fonte: http://www.cebi.org.br/noticia.php?secaoId=1&noticiaId=2545

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Arcebispo anuncia transferências e nomeações na Assembleia do Clero


A Arquidiocese de Porto Alegre realiza nos dias 16 e 17 de novembro sua Assembleia Anual do Clero, onde se reúnem bispos, padres e diáconos no Seminário São José, em Gravataí. Na tarde do primeiro dia de encontro, o arcebispo metropolitano, Dom Dadeus Grings, acompanhado dos bispos auxiliares, Dom Remídio Bohn (Vicariato de Gravataí), Dom Jaime Spengler (Vicariato de Gravataí) e Dom Agenor Girardi (Vicariato de Canoas), anunciou as novas nomeações e transferências do clero da Arquidiocese.

Confira a lista:

Vicariato de Porto Alegre

Párocos
Santa Teresinha – Pe. Juliano Kenne
Santa Cecília – Pe. Manoel Augusto Santos dos Santos
São Carlos – Pe. Fábio José Christ
São José do Sarandi – Pe. Eduardo da Silva Santos.
Santa Cruz – Cidade de Deus – Pe. Cláudio Mossi Damé
Nossa Senhora da Saúde – Teresópolis – Pe. César Leandro Padilha
Santo Inácio – Humaitá – Pe. Ricardo Mostardeiro Costa

Vigários Paroquiais
Organizador da futura Paróquia no Lami – Pe. Fernando Glücklich Pietranera
São João Batista – Pe. Eduado Pretto Moesch
Menino Deus – Pe. Luís Ricardo Chavier
Nossa Senhora do Rosário – Pe. Luis Osório Figueiredo
Santa Rita de Cássia – do Guarujá - Pe. Wagner Cardoso Biachini

Outros
Coordenador da Diaconia da Esperança – Pe. Leandro Miguel Chierello
Arte Sacra – Pe. Luciano da Costa Massulo
Associação dos Juristas Católicos – Pe. Manoel Augusto Santo dos Santos
Apostolado da Oração – Pe. Laênio Francisco Custódio
Missões do regional Sul 3 em Moçambique – Pe. João Carlos Andrade da Silveira
Estudos teológicos em Roma – Pe. Miguel Faleiro
Pe. Fernando Bobadulla Gonzáles – volta para o Chile
Animação Vocacional – Pe. Luis Antônio Coelho Larratea (Padre Tom)

Párocos Eméritos, com uso de ordens
Pe. Verno Jacó Weber
Pe. Edgar Jotz

Vicariato de Guaíba

Párocos
Nossa Senhora do Rosário de Barão do Triunfo – Pe. Batista Nunes Vieira
Nossa Senhora dos Navegantes de Arambaré – Pe. Seno Geraldo Schommer
Santa Teresinha do Butiá – Pe. Paulo César Lima de Aguiar
Nossa Senhora Aparecida de Minas do Leão – Pe. Luiz Carlos Pedroso
São Nicolau e Santo Amaro – General Câmara – Pe. Sidney da Silva Grudzien

Vigários Paroquiais
São João Batista – Camaquã – Pe. Tiago Francesco Escouto
Nossa Senhora do Livramento – Pe. José Santiago Carrion Conde
Pe. Jeverson Peixoto de Oliveira

Vicariato de Canoas

Párocos
Nossa Senhora do Rosário – Pe. Blásio Guido Jacobi
São Cristóvão – Pe. Vanderlei Mengue Bock
Nossa Senhora das Graças – Esteio – Pe. Sérgio Endler
Santa Luzia – Pe. Francisco Grasselli
Nossa Senhora Aparecida – Novo Esteio – Pe. Cristiano da Rosa

Vigário Paroquial
Imaculado Coração de Maria – Esteio – Pe. Tiago Cantuária Tedesco
Capelão do Lar Vicentino – Pe. Armindo Cattelan

Vicariato de Gravataí

Párocos
São Vicente Pai dos Pobres – Pe. Maurício da Silva Jardim
Sagrada Família – Pe. Douglas de Andrade Gonçalves
São João Maria Vianney – Pe. Marcus Vinícius de Oliveira Lopes

Vigário Paroquial
São Vicente de Paulo de Cachoeirinha – Pe. Marcos André Hattmann
Auxiliar de Santa Ana – Côn. José Bonifácio Schmidt



terça-feira, 15 de novembro de 2011

Assembléia do Clero da Arquidiocese

Dia 16 e 17 de novembro o clero da Arquidiocese (Arcebispo, bispos, presbíteros e diáconos) reúnem-se em Assembleia. Local: Seminário São José - Gravataí

O Arcebispo anunciará as transferências e nomeações na Assembleia do Clero.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Arquidiocese de Porto Alegre ganhará cinco novos padres

A Arquidiocese de Porto Alegre ganhará cinco novos padres até o final de 2011. O Seminário Maior de Viamão divulgou as datas e locais das ordenações e primeiras missas dos futuros presbíteros: José Santiago Carrion Conde, Marcos André Hartmann, Tiago Cantuaria Tedesco, Tiago Francesco Escouto e Wagner Cardoso Bianchini.
Segundo o site do Seminário Maior de Viamão, “as ordenações sempre são o momento ápice da vida do seminário, por isso gostaríamos de convidar para esse momento tão importante para nosso seminário e para nossa Igreja”.
Confira a programação:
Wagner Cardoso Bianchini

Ordenação Sacerdotal: 11/11/2011, Paróquia Nossa Senhora das Dores de Porto Alegre - 20h.

1ª Missa Solene: 13/11/2011, Paróquia Nossa Senhora das Dores de Porto Alegre - 18h.


Marcos André Hartmann

Ordenação Sacerdotal: 12/11/2011, Paróquia São Miguel do Maratá (Diocese de Montengro) - 18h.

1ª Missa Solene: 13/11/2011, Capela São João Maria Vianney de Uricana - Maratá (Diocese de Montenegro) - 10h.


Tiago Cantuaria Tedesco

Ordenação Sacerdotal: 25/11/2011, Paróquia Imaculado Coração de Maria de Esteio - 20h.

1ª Missa Solene: 27/11/2011, Paróquia Imaculado Coração de Maria de Esteio - 9h e 30min.

 
Tiago Francesco Escouto

Ordenação Sacerdotal: 02/12/2011, Paróquia São Vicente de Paulo de Cachoeirinha - 20h.

1ª Missa Solene: 04/12/2011, Paróquia São Vicente de Paulo de Cachoeirinha - 10h.


José Santiago Carrion Conde

Ordenação Sacerdotal: 09/12/2011, Paróquia Madre Teresa de Calcutá - Porto Alegre - 20h.

1ª Missa Solene: 11/12/2011, Paróquia Madre Teresa de Calcutá - Porto Alegre - 10h.
Saiba Mais:

Seminário Maior de Viamão

domingo, 13 de novembro de 2011

Feliz Aniversário, Padre Renato Neuhaus!

Hoje celebramos o aniversário natalício do Padre Renato, pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição e da Capela São Luís.

Todos nos alegramos pela vida preciosa do Padre Renato, pois o próprio Deus o sonhou e o criou para ser inteiramente d’Ele.

Pedimos a Nossa Senhora da Conceição, nossa Mãe fiel, que sempre passe à frente de sua vida e missão.


Meu Coração é para Ti - Pe. Marcelo Rossi

sábado, 12 de novembro de 2011

Para que servem os dons? (Mt 25, 14-30) - Mesters, Lopes e Orofino

TODOS RECEBEMOS ALGUM DOM DE DEUS.
PARA QUE SERVEM OS DONS?
MATEUS 25, 14-30
1. SITUANDO

A "parábola dos talentos" (Mt 25, 14-30) faz parte do 5º Sermão da Nova Lei. Ela está situada entre a parábola das dez moças (Mt 25, 1-13) e a parábola do juízo final (Mt 25, 31-46). As três parábolas orientam as pessoas sobre a chegada do Reino. A parábola das dez moças insiste na vigilância: o Reino pode chegar a qualquer momento. A parábola dos talentos orienta sobre como fazer para que o Reino possa crescer. A parábola do juízo final diz que para tomar posse do Reino se devem acolher os pequenos.

Uma das coisas que mais influi na vida da gente é a ideia que nós fazemos de Deus. Entre os judeus da linha dos fariseus, alguns imaginavam Deus como um Juiz severo que os tratava de acordo como mérito conquistado pelas observâncias. Isto produzia medo e impedia as pessoas de crescer. Sobretudo, impedia que elas abrissem um espaço dentro de si para acolher a nova experiência de Deus que Jesus comunicava. Para ajudar a estas pessoas, Mateus conta a parábola dos talentos.


2. COMENTANDO

Mateus 25, 14-15: A porta de entrada na história da parábola

A parábola conta a história de um homem que, antes de viajar, distribuiu seus bens aos empregados, dando 5, 2 ou 1 talento, conforme a capacidade de cada um. Um talento corresponde a 34 quilos de ouro, o que não é pouco! No fundo, cada um recebeu igual, pois recebeu "de acordo com a sua capacidade". Quem tem copo grande, recebe o copo cheio. Quem tem copo pequeno, recebe copo cheio. Em seguida, o patrão viajou para o estrangeiro e lá ficou por muito tempo. A história tem um certo suspense. Você não sabe com que finalidade o proprietário entregou o seu dinheiro aos empregados, nem sabe como vai ser o fim.


Mateus 25, 16-18: O jeito de agir de cada empregado

Os dois primeiros trabalham e fazem duplicar os talentos. Mas o que recebeu 1 enterrou o dinheiro no chão para guardar bem e não perder. Trata-se dos bens do Reino que são entregues às pessoas e às comunidades de acordo com a sua capacidade. Todos e todas recebem algum dom do Reino mas nem todos respondem da mesma maneira!


Mateus 25, 19-23: Prestação de contas do primeiro e do segundo empregado, e a resposta do Senhor

Depois de muito tempo, o proprietário voltou. Os dois primeiros dizem a mesma coisa: "O Senhor me deu 5/2. Aqui estão outros 5/2 que eu ganhei!" E o senhor dá a mesma resposta: "Muito bem, servo bom e fiel. Sobre pouco foste fiel, sobre muito te colocarei. Vem alegrar-te com o teu senhor!"


Mateus 25, 24-25: Prestação de contas do terceiro empregado

Ele chega e diz: "Senhor, eu sabia que és um homem severo que colhes onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste. Assim, amedrontado, fui enterrar teu talento no chão. Aqui tens o que é teu!" Nesta frase transparece uma ideia errada de Deus que é criticada por Jesus. O empregado vê Deus como um patrão severo. Diante de um Deus assim, o ser humano sente medo e de esconde atrás da observância exata e mesquinha da lei. Ele pensa que, assim, a severidade do legislador não vai poder castigá-lo. Assim, pensava alguns fariseus. Na realidade, uma pessoa assim já não crê em Deus, mas crê apenas em si mesma e na sua observância da lei. Ela se fecha em si, desliga-se de Deus e já não consegue preocupar-se com os outros. Torna-se incapaz de crescer como pessoa livre. Esta imagem falsa de Deus isola o ser humano, mata a comunidade, acaba com a alegria e empobrece a vida.


Mateus 25, 26-27: Resposta do Senhor ao terceiro empregado

A resposta do senhor é irônica. Ele diz: "Empregado mau e preguiçoso! Você sabia que eu colho onde não plantei, e que recolho onde não semeei. Então você devia ter depositado meu dinheiro no banco, para que, na volta, eu recebesse com juros o que me pertence!" O terceiro empregado não foi coerente com a imagem severa que tinha de Deus. Se ele imaginava Deus severo daquele jeito, deveria ao menos ter colocado o dinheiro no banco. Ou seja, ele sai condenado não por Deus, mas pela ideia errada que tinha de Deus e que o deixou mais medroso e mais imaturo do que devia ser. Nem seria possível ele ser coerente com aquela imagem de Deus, pois o medo desumaniza a paraliza a vida.


Mateus 25, 28-30: A palavra final do Senhor que esclarece a parábola

O senhor manda tirar o talento e dar àquele que tem 10, "pois a todo aquele que tem será dado, mas daquele que não tem até o que tem lhe será tirado". Aqui está a chave que esclarece tudo. Na realidade, os talentos, o "dinheiro do patrão", os bens do Reino, são o amor, o serviço, a partilha. É tudo aquilo que faz crescer a comunidade e revela a presença de Deus. Quem se fecha em si com medo de perder o pouco que tem, este vai perder até o pouco que tem. Mas a pessoa que não pensa em si e se doa aos outros, esta vai crescer e receber de volta, de maneira inesperada, tudo que entregou e muito mais. "Perde a vida quem quer segurá-la, ganha a vida quem tem coragem de perdê-la".


3. ALARGANDO

A MOEDA DIFERENTE DO REINO

Não há diferença entre os que recebem mais e os que recebem menos. Todos têm o seu dom de acordo com a sua capacidade. O que importa é que este dom seja colocado a serviço do Reino e faça crescer os bens do Reino que são amor, fraternidade, partilha. A chave principal da parábola não consiste em fazer render e produzir talentos, mas sim em relacionar-se com Deus de maneira correta. Os dois primeiros não perguntam nada, não procuram o próprio bem-estar, não guardam para si, não se fecham, não calculam. Com a maior naturalidade, quase sem se dar conta e sem procurar mérito, começam a trabalhar, para que o dom dado por Deus renda para Deus e para o Reino. O terceiro tem medo e, por isso, não faz nada. De acordo com as normas da antiga lei ele estava correto. Manteve-se dentro das exigências. Não perdeu nada e não ganhou nada. Por isso, perdeu até o que tinha. O Reino é risco. Quem não quer correr risco, perde o Reino!


Texto extraído da obra "Travessia: Quero misericórdia e não sacrifício". Círculos Bíblicos sobre o Evangelho de Mateus. Autores: Carlos Mesters, Mercedes Lopes e Francisco Orofino. Centro de Estudos Bíblicos. Saiba mais: http://www.cebi.org.br/publicacoes-produto.php?produtoId=104

fonte: http://www.cebi.org.br/noticia.php?secaoId=21¬iciaId=2524





"Minha Vida Tem Sentido" Pe. Zezinho

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

AMAR como JESUS AMOU.

Maria da minha infância - Padre Zezinho





Eu era pequeno, nem me lembro

Só lembro que à noite, ao pé da cama

Juntava as mãozinhas e rezava apressado

Mas rezava como alguém que ama

Nas Ave - Marias que eu rezava

Eu sempre engolia umas palavras

E muito cansado acabava dormindo

Mas dormia como quem amava



Ave - Maria, Mãe de Jesus

O tempo passa, não volta mais

Tenho saudade daquele tempo

Que eu te chamava de minha mãe

Ave - Maria, Mãe de Jesus

Ave - Maria, Mãe de Jesus



Depois fui crescendo, eu me lembro

E fui esquecendo nossa amizade

Chegava lá em casa chateado e cansado

De rezar não tinha nem vontade

Andei duvidando, eu me lembro

Das coisas mais puras que me ensinaram

Perdi o costume da criança inocente

Minhas mãos quase não se ajuntavam



O teu amor cresce com a gente

A mãe nunca esquece o filho ausente

Eu chego lá em casa chateado e cansado

Mas eu rezo como antigamente

Nas Ave - Marias que hoje eu rezo

Esqueço as palavras e adormeço

E embora cansado, sem rezar como eu devo

Eu de Ti Maria, não me esqueço

Oração a Santo Inácio de Loyola




Tomai, Senhor, e recebei toda a minha liberdade e a minha memória também.

O meu entendimento e toda a minha vontade, tudo o que tenho e possuo vós me destes com amor.

Todos os dons que me destes com gratidão vos devolvo.

Disponde deles, Senhor, segundo a vossa vontade.

Dai-me somente o vosso amor, vossa graça.

Isto me basta, nada mais quero pedir.



quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Se você me ama, não chore

Se você me ama, não chore!

Se você conhecesse o mistério imenso do céu onde me encontro agora...

Se você pudesse ver e sentir o que vejo e ouço nesses horizontes sem fim e nesta luz que tudo alcança e penetra, você jamais choraria por mim.

Estou agora absorvido peo encanto de Deus, pelas suas expressões de infinita beleza.

Em confronto com esta nova vida, as coisas do tempo passado são pequenas e insignificantes.

Conservo ainda, todo meu afeto por você, uma ternura que jamais pude revelar de uma forma total.

Amamo-nos ternamente em vida, mas tudo era, então, muito fugaz e limitado.

Vivo, agora, na serena expectativa de sua chegad... um dia... entre nós.

Pense em mim, assim...

Nas suas lutas, pense nesta maravilhosa morada, onde não existe mais a morte e onde juntos viveremos, no enlevo mais puro e intenso, junto à fonte inesgotável da alegria e do amor em Deus.

Se você verdadeiramente me ama...

não chore mais por mim...

eu estou em paz.



Padre Juca (José Orloski)